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terça-feira, 13 junho 2023 06:24

Brigadista submete queixa-crime contra director distrital do STAE em Mandlakazi

O brigadista Dercílio Vasco Naftal Nhantumbo, em serviço no Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Mandlakazi, submeteu uma queixa-crime à Procuradoria contra o director distrital, Jonas Titos Mathe, por sinal seu colega e superior hierárquico por alegados crimes de sequestro, perseguições e ameaças contra ele. O caso começou no passado dia 07 do mês corrente, por volta das 09:30 horas, quando estava em curso a exposição dos cadernos de recenseamento eleitoral na Escola Primária Completa (EPC) de Madender, sob supervisão de Lorta Pedro Ualane. Na data em apreço, chegou ao local o director Jonas Titos Mathe acompanhado de três agentes da Polícia da República de Moçambique mais um técnico do STAE, de nome Jonas Moiane, e convidaram o brigadista Dercílio Nhantumbo a acompanhá-los.

 

Na circunstância, o brigadista Dercílio Nhantumbo perguntou se podia levar consigo o telemóvel, ao que não foi permitido. Posto isto, o brigadista foi levado e orientado a deitar-se dentro do carro coberto de saco, tipo lona, de modo a não ver nada, e encaminhado ao posto policial de Chidenguele. Chegado ao local, o brigadista foi confrontado com dois cartões de eleitor, mas antes, o director distrital do STAE em Mandlakazi teria dito que ia cavar a vida do mesmo.

 

Consta ainda que, no dia 29 de Maio, o brigadista recebeu a missão de acompanhar o relatório semanal dos dados de recenseamento eleitoral do STAE distrital. Após a entrega dos dados no posto policial de Chidenguele, o brigadista foi transportado no carro dos técnicos do STAE, alegando que o estavam a levar para Chidenguele, mas pelo caminho desviaram para Betula. Por volta das 22:00 horas chegaram a Betula onde o brigadista permaneceu até às 03:00 horas da madrugada e foi nesta altura que o director acompanhou o brigadista.

 

Em Chidenguele, o chefe das operações do comando distrital da Polícia da República de Moçambique chegou a orientar de viva voz, para disparar contra qualquer veículo que possivelmente tivesse seguido a viatura que transportava o brigadista, mesmo que fosse o carro dos familiares de Nhantumbo.

 

No dia seguinte (30 de Maio), o brigadista fez-se ao seu posto de trabalho e percebeu que havia uma incongruência no número dos eleitores e questionou os colegas donde vinham aqueles números, sendo que estes responderam que também não sabiam. Horas depois, o brigadista recebeu uma ligação em que foi questionado sobre quem ele era e porque se metia em assuntos que não lhe dizem respeito, tendo respondido apenas que estava a fazer seu trabalho. A sua resposta levou a perseguições e ameaças claras e directas vindas do director distrital de Mandlakazi.

 

Posteriormente, o brigadista viu o seu cartão de eleitor arrancado por ter dito que se recenseou na EPC de Madender e, por sua vez, fez a transferência para o posto de EPC Eduardo Mondlane, como manda a lei quando necessário.

 

Na sequência dos factos arrolados, o brigadista pede para que o director distrital do STAE em Mandlakazi seja responsabilizado pela prática do crime de sequestro. Lembre-se que a província de Gaza ficou famosa por ter um elevado número de cidadãos em idade eleitoral comparativamente aos dados do Instituto Nacional de Estatística. (Carta)

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