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quarta-feira, 28 junho 2023 15:18

Graça Machel defende medidas de inclusão da mulher na economia

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A presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) defende o estabelecimento de iniciativas de inclusão da mulher na economia, à semelhança do que sucede noutras áreas, como na política, em que a representação feminina é expressiva. Graça Machel argumenta que o país deu passos importantes na emancipação das mulheres, mas que a nível económico ela continua secundarizada, sem influência nas decisões de relevo.



Para promover esta nova perspectiva, a activista social lançou, ontem, em Maputo, a conferência anual da FDC Mulheres na Economia, um evento que combinou uma palestra e quatro sessões temáticas, tendo como pano de fundo caminhos e alternativas para acelerar o conjunto de transformações políticas, sociais, culturais e económicas necessárias para o estabelecimento de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

Moçambique está no grupo dos três países do continente africano que atingiram a meta de paridade de género no Governo (50% – 50%), num quadro em que o mais aglutinador órgão de soberania, a Assembleia da República, tem 42.2% de membros do sexo feminino. A Assembleia da República e o Conselho Constitucional, dois dos cinco órgãos de soberania do País, são dirigidos por mulheres, sucedendo o mesmo com a Procuradoria Geral da República, o Tribunal Administrativo, o Ministério do Interior e Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.

 

Para Graça Machel, está na hora de virar as atenções para a economia: “da mesma maneira que decidimos juntar todas as vontades nacionais, internacionais e regionais para chegar onde chegamos na esfera política, temos que fazer o mesmo na esfera económica, pois não temos estratégias muito claras que sejam conhecidas, abraçadas, defendidas e protegidas por todos nós’’, vincou.

 

A presidente da FDC disse ainda que a sociedade em geral substima o papel da mulher na economia e recordou a famigerada frase de que a mulher é o rosto da pobreza para a seguir defender uma mudança de narrativa. “Aquela mamã que começou o negócio com uma carrinha de três toneladas de milho, vindo de Manica e Angónia, para alimentar os mercados de Maputo e para todos nós termos a comida que temos, essa mulher para mim é uma campeã. Ela faz a cadeia de valores e participa na economia”, explicou.

 

No campo das soluções, Graça Machel propõe que todos os sectores tenham estratégias, planos e metas de transformar as suas estruturas, instituições e sistemas para ampliar o espaço das mulheres no sector da economia, o que poderá contribuir para a prosperidade global. (Carta)

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