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quinta-feira, 28 novembro 2019 04:01

Crédito malparado atingiu os 21 mil milhões de Mts em 2018

A qualidade de crédito deteriorou-se, em 2018, em todos os bancos existentes no mercado nacional. Esta é uma das constatações feitas pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB) e pela KPMG Auditores e Consultores, SA, na sua mais recente pesquisa sobre o sector bancário, em Moçambique, referente ao ano de 2018.

 

De acordo com a pesquisa, divulgada na passada terça-feira, em Maputo, a falta de um crédito de qualidade deveu-se, por um lado, à contracção da economia, evidenciada pela redução na taxa de crescimento económico, que saiu de 3,7 por cento, em 2017, para 3,5 por cento, em 2018, e, por outro lado, pelo alto regime de taxas de juro que caracterizou os anos de 2016, 2017 e parte de 2018.

 

 

Assim, afirma a pesquisa, o crédito vencido deste sector aumentou 16 por cento, tendo passado de 18.6 mil milhões de Mts, em 31 de Dezembro de 2017, para 21.5 mil milhões, em igual período de 2018. “Este aumento ocorreu num momento em que a carteira de crédito dos sectores permaneceu praticamente inalterada, relativamente ao período anterior”, considera o documento.

 

A Pesquisa Sobre o Sector Bancário de 2018 revela que, no ano passado, houve melhorias significativas no rácio de crédito em incumprimento, ao sair de 8 por cento, em 2017, para 7 por cento, em 2018. “Esse fenómeno pode ser atribuído ao saneamento de alguns créditos incobráveis ou em situação de incumprimento ocorridas em alguns intervenientes do sector, no exercício em curso”, fundamentam.

 

O documento, de 58 páginas, refere que o rácio do crédito vencido ou duvidoso deteriorou em cinco, dos 18 bancos, enquanto o rácio de crédito vencido e duvidoso para os três grandes bancos do sector [BCI, Millennium Bim e Standard Bank] registou melhorias.

 

Em média, o rácio de crédito vencido e duvidoso, em 2018, foi de 7,12 por cento, contra 8,32 por cento, de 2017, numa análise conjunta de 19 bancos. O Banco BIG (Banco de Investimento Global) aparece em primeiro lugar, com um rácio de 0 por cento, o mesmo que se verificou em 2017. O Standard Bank aparece na segunda posição, com um rácio de 1,61 por cento, depois de, em 2017, ter-se fixado nos 3,02 por cento. Na última posição está o FNB (First National Bank), que apresenta um rácio de 38,31 por cento, contra os 38,88 por cento do ano passado. Destaque vai também para o United Bank for Africa (UBA) que saiu dos 82,14 por cento para 23,93 por cento. (Carta)

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