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quinta-feira, 16 janeiro 2020 06:28

Retrato da Cerimónia de Investidura de Filipe Nyusi

Tomou posse na manhã desta quarta-feira o Presidente da República, Filipe Nyusi, eleito nas eleições de 15 de Outubro último. Filipe Nyusi, que vai para o seu segundo mandato, é, na verdade, o terceiro presidente de Moçambique, desde a introdução do multipartidarismo no país.

 

E por se tratar de um momento único e impar da história da jovem história do país, “Carta” descreve, nas próximas linhas e de forma minuciosa, a cerimónia de investidura daquele que é o quarto presidente de Moçambique, isto contando com Samora Machel (na era da República Popular), Joaquim Chissano e Armando Guebuza.

 

Saída da ponta vermelha

 

Oficialmente, tal como vinha descrito no programa oficial, a cerimónia de investidura tinha o seu início marcado para as 9 horas. E tal como previsto, assim aconteceu. A cerimónia iniciou. Mas, muito antes da hora marcada, os convidados à cerimónia foram chegando ao local do evento, no caso a Praça de Independência, na cidade de Maputo, onde também, há anos, foram investidos os dois anteriores estadistas, nomeadamente Joaquim Chissano e Armando Guebuza.

 

Números de diversos grupos culturais preencheram o período que antecedeu a chegada do Presidente Eleito ao local do evento. Em meio aos cânticos e danças típicas das diversas províncias do país, os convidados (os dois antigos estadistas moçambicanos, Chefes de Estados estrangeiros, deputados da Assembleia da República, antigos governantes, antigos combatentes e pessoas singulares) iam compondo a praça da Independência.

 

Quando eram 9 horas e 40 minutos, Filipe Nyusi saía do interior do Palácio da Ponta Vermelha, a residência oficial do Chefe de Estado. Acompanhado da sua esposa, Isaura Ferrão Nyusi, dirigiu-se até a viatura que estava estacionada defronte a entrada da sua residência oficial. Cinco minutos depois, o Presidente eleito e ainda em exercício, iniciou a sua marcha rumo à Praça de Independência, mas antes de deixar a Ponta Vermelhe, mesmo na entrada, recebeu a saudação protocolar da guarda presidencial.

 

Para chegar a Praça da Independência, seguiu a Av. Julius Nyerere, Eduardo Mondlane, Karl Max, cortou a Av. 24 de Julho e foi desaguar na Av. Ho chi Min. As 9horas e 59 min, Filipe Nyusi chegava finalmente ao local da cerimónia. Depois de uma pequena confusão com o protocolo (a primeira dama estava desorientada mesmo à entrada da tribuna presidencial), Filipe Nyusi parou no tapete vermelho para entoar o hino nacional e, seguidamente, precisamente quando eram 10:04h passar em revista a guarda honra, composta por oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

 

Seguidamente, seguiu a tribuna Presidencial. Às 10:07h, Filipe Nyusi procedia a devolução dos símbolos do poder, nomeadamente, a Constituição da República (CR), Bandeira Nacional, o Emblema Nacional, o Pavilhão Presidencial e o Martelo à Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro.

 

Depois da entrega dos símbolos do poder, seguiu-se o momento das orações, onde perfilaram algumas congregações religiosas. Aliás, é de notar que, enquanto decorriam as orações, e largamente fora da hora convencionada, Hage Geingob e Paul Kagame, Presidentes da Namíbia e Ruanda, respectivamente, chegaram ao local do evento e entraram para tenda das individualidades “pela porta dos fundos”. Geingob chegou as 10 horas e 10 minutos e Kagame as 10 horas e 15 minutos.

 

Findas as orações, iniciou-se a leitura dos poemas laudatórios, isto quando o relógio já marcava 10 horas e 27 min e estendeu-se até por volta das 10:40 horas.

 

Início da Cerimónia de investidura (10 e 43 min)

 

Às 10:41h iniciava o acto de investidura do novo Presidente da República. A Presidente do CC é quem conduziu, tal como manda a Constituição da República. Lúcia Ribeiro convidou ao Juiz Conselheiro, Mateus Saize, para conferir a identidade do cidadão Filipe Nyusi.

 

Quando eram 10:43h, Filipe Nyusi iniciava a leitura juramento, tendo no final assinado o referido documento. Enquanto procedia a assinatura do juramento, o grupo cultural das FADM entoava uma clássica canção tsonga, comumente entoada nos cultos e encontros familiares, no sul do país. Seguidamente, Mateus Saize leu o auto de investidura que posteriormente foi entregue à Filipe Nyusi para que pudesse assinar, acto que foi acompanhado, igualmente, pela referida canção do grupo cultural das FADM.

 

Às 10:50h, a Presidente do CC procedia a entrega dos símbolos do poder (Constituição da República; Bandeira Nacional, Emblema da República, Pavilhão Presidencial e Martelo). Dois minutos depois, Lúcia Ribeiro declarava investido o cidadão Filipe Nyusi ao cargo de Presidente da República.

 

Terminada a investidura, seguiu-se, as 10:53 horas, a apresentação das individualidades convidadas ao evento com destaque para os Chefes de Estados e de Governos, nomeadamente, Jorge Carlos Fonseca (Cabo Verdade); Paul Kagame (Ruanda); Edgar Lungo (Zâmbia); MoKgweetsi Masisi (Botswana); Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal); João Lourenço (Angola); Emmerson Mnangagua (Zimbabwe); Cryil Ramophosa (África do Sul); Hage Geingob (Namíbia); Edward Ssekandi (vice-presidente do Uganda) e Kassim Majaliwa (Primeiro-Ministro da Tanzania).

 

Enquanto aguardava-se pelo discurso do já Presidente da República, para o mandato 2020-2014, o protocolo convidou aos presentes a assistir a mais um momento cultural. O bailado foi encabeçado pelo conceituado músico moçambicano Stewart Sukuma.

 

Finalmente, quando eram 11 horas e 26 minutos, Filipe Nyusi dirige-se à Nação, já na qualidade de Presidente da República. Na sua inervação começou por passar em revista os seus primeiros cinco anos em que esteve a frente dos destinos do país, destacado que muito teria sido feito, senão fosse choques climáticos (seca e cheias), a retirada do apoio dos parceiros internacionais e os ciclones IDAI e Keneth. Apesar deste quadro desfavorável, “ganhos importantes foram alcançados nestes primeiros cinco anos”.

 

Para o quinquénio que hoje iniciou, Filipe Nyusi garantiu que tudo fará para que Paz e a concórdia prevaleçam no país. “Fome Zero, Trabalho e Emprego” são os principais desafios assumidos por Filipe Nyusi para os próximos cinco anos, atirando que não vai poupar as suas energias de modo a que esses obstáculos sejam ultrapassados. O discurso de Filipe Nyusi teve a duração de quase 1 hora de tempo.

 

Depois do Discurso de Investidura, novamente, assistiu-se a um momento cultural, isto por volta das 12h:25 min. O grupo continuadores foi que em preencheu o momento.

 

Pelas 12.32 horas, Filipe Nyusi descia do palanque principal para entoar o hino nacional que foi acompanhado por 21 salvas de canhão, um momento que durou cinco minutos. Seguidamente, o Chefe de Estado passou, novamente, em revista a guarda de honra.

 

Depois de passar em revista a guarda de honra, Filipe Nyusi regressou à tribuna presidencial, de onde assistiu ao desfile dos ramos que compõem as Forças de Defesa e Segurança, em saudação ao Comandante em Chefe. A Parada Militar iniciou as 12 horas e 41 minutos e prolongou-se até as 12 horas e 55 minutos, momento em que o Mestre de Cerimónia anunciou o término Oficial da cerimónia.

 

O Presidente da República retirou-se do local as 12:58h para o Palácio Presidencial, onde ofereceu almoço aos seus convidados. De acordo com a organização do evento, cerca de 3 mil pessoas assistiram, no local, a cerimónia de investidura do Presidente da República. (I.B)

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