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quinta-feira, 16 dezembro 2021 06:50

Dias difíceis aproximam-se para os críticos do regime, informantes e jornalistas investigativos em Moçambique

Antevêem-se dias difíceis para quem tem uma voz crítica contra o governo do dia. Mas também para quem “vaza” informações aos jornais e redes sociais e para jornalistas que se dedicam à investigação. De fontes devidamente posicionadas, “Carta” apurou que os próximos dias já não serão os mesmos em Moçambique, em particular nas instituições castrenses, onde se começou um processo de construção de “perfis” de figuras que incomodam o sistema de governação vigente.

 

Segundo apurámos, a lista das figuras em monitoramento é constituída por jornalistas investigativos, opositores políticos, activistas sociais, académicos, entre outras personalidades. De acordo com as fontes, recentemente quadros do sector castrense tiveram diversas formações de monitoramento e do uso de um sistema de segurança, denominado celebrity, que permite rastrear e escutar chamadas, ler mensagens nos telemóveis e outros dispositivos electrónicos à distância.

 

As fontes garantiram que o sistema em uso, no país, é diferente do sistema espião pegasus, desenvolvido pela empresa israelita NSO Group e que foi colocado na lista negra pelo Governo norte-americano por suspeitas de espionagem a governantes.

 

Lembre-se que, a 21 de Setembro passado, o Conselho de Ministros anunciou ter aprovado uma resolução que ratifica o Acordo de Crédito Moz 12, celebrado entre o Governo e o Exim Bank da Coreia, em Maio do presente ano, num valor de 88.705.000,00 USD, destinados ao financiamento do sistema de Informação de Gestão de Segurança Pública (SIGESP).

 

Em finais de Novembro, o Secretário Permanente substituto do Ministério do Interior (MINT), Eduardo Oliveira, dirigiu um workshop de validação do projecto do Sistema de Informação de Gestão de Segurança Pública (SIGESP), cuja fase piloto teve lugar na cidade de Nampula. Em Nampula também será construído um laboratório de investigação criminal do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e as respectivas salas de operações.

 

Conforme apuramos, parte do material veio da Agência Nacional de Promoção da Indústria de Tecnologias da Coreia do Sul e é monitorado pela Empresa “Moon Engineering”, representada pelo Engenheiro Han Chang-Seok.

 

No entanto, as fontes garantem que, para além dos críticos do regime da Frelimo, o sistema permitirá rastrear actividades criminosas. (O.O.)

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