A interdição deve-se à eclosão da febre aftosa na República da África do Sul, nas províncias de North West, Limpopo e Kwazulu Natal, reportada este mês, através de um comunicado de imprensa emitido pela Autoridade Veterinária Sul-Africana no passado dia 22.
Com vista a proteger o país da doença, a Direcção Nacional de Desenvolvimento Pecuário, ao abrigo do disposto na alínea b) do artigo 3, artigo 7 conjugado com o disposto no artigo 22 do Regulamento de Sanidade Animal aprovado pelo Decreto nr 26/2009 de 17 de Agosto, determinou a proibição de importação de bovinos, caprinos, ovinos, suínos e biungulados selvagens dos distritos de North West, Limpopo e Kwazulu Natal para a República de Moçambique.
É igualmente interdita a importação de forragens destinadas à alimentação de gado, de carnes e subprodutos de bovinos, suínos, caprinos, ovinos e de biungulados selvagens provenientes da África do Sul, excepto produtos lácteos pasteurizados (leite, queijos, iogurtes, natas), carnes processadas por calor (enlatados, enchidos); troféus e substâncias farmacêuticas.
A Direcção Nacional para o Desenvolvimento Pecuário apela para a intensificação das medidas de fiscalização do movimento de animais, produtos, subprodutos e forragens ao longo das principais fronteiras e/ou outros pontos de entrada e rodovias do país.
Apela também para a obrigatoriedade da inspecção visual (com exame da cavidade bucal e dos cascos, de todos os bovinos, caprinos, ovinos e suínos) com periodicidade mensal, nos distritos fronteiriços com a República da África do Sul.
De acordo com as autoridades nacionais, estas medidas entram imediatamente em vigor, podendo serem revistas em função da evolução da situação sanitária.
O Director Nacional de Desenvolvimento Pecuário Américo da Conceição disse à "Carta" este domingo (27 de Março), que no ano passado foram vacinados 546.817 bovinos contra a febre aftosa, para se evitar a eclosão e alastramento da doença no país.
A campanha cobriu alguns distritos de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Tete e Zambézia, áreas que nos últimos anos registaram casos da doença, obrigando as autoridades a decretar restrições no movimento de gado. O país gasta 2 milhões de dólares com a importação de vacinas do Botswana.
Américo da Conceição deu a conhecer ainda que, em 2021, Moçambique não registou nenhum caso de febre aftosa, depois de quatro anos com casos de doença.
A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa para os ruminantes e suínos, causada por sete serótipos do vírus do género "Aphtovirus".(Carta)