O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) ‘escapou’ da devastação provocada pelo ciclone IDAI à sua passagem pelo centro do país, com maior intensidade na província de Sofala, onde está localizado aquele importante património natural e maior habitat da fauna bravia de Moçambique. Segundo Rui Branco, Director de Conservação do PNG, exceptuando pequenos danos nas estradas que dispensam quaisquer obras de restauração, nada foi afectado naquele Parque.
“Não tivemos nenhum impacto negativo no que diz respeito à fauna. Apenas tivemos algumas estradas cortadas e certas áreas inundadas, mas nada que necessite de trabalhos de restauração”, afirmou Branco na entrevista que concedeu aos jornalistas à margem do encontro de Disseminação do Relatório de Estudo sobre “Crimes contra a Fauna Bravia em Gorongosa e Niassa: o Processo Legal, da Captura ao Cumprimento da Pena”, que teve lugar na manhã desta quinta-feira (11).
Rui Branco contou que a “sorte” deveu-se ao facto de o rio Púnguè, cujas águas atravessam o parque, ter transbordado lentamente, o que permitiu a deslocação dos animais para áreas mais seguras nas zonas altas. Dentro do parque, o turismo foi a actividade mais afectada, devendo ficar suspensa até Maio próximo. Em causa está a intransitabilidade de algumas estradas, agravada pelas inundações em algumas áreas no interior do PNG.
Mas se bem que de forma directa o PNG não tenha sido grandemente afectado pelo IDAI, indirectamente ficou ‘beliscado’ na medida em que as comunidades da zona tampão do Parque perderam os seus bens. Rui Branco assegurou que o Parque Nacional de Gorongosa, em parceria com os governos local e central, e outras organizações internacionais, participou nos trabalhos de busca e salvamento das vítimas do ciclone Idai, para além da prestação de assistência, para o que distribuíu 30 toneladas de alimentos a cerca de 20 mil afectados. Em 2019 o Parque Nacional da Gorongosa foi eleito como um dos melhores destinos, pela National Geographic Travel. (A. Maolela)