Quando faltam pouco mais de 30 dias para o início da entrega das candidaturas à Presidência da República, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira maior força política do país, ainda não tem data para a realização do seu Conselho Nacional, órgão mais importante do partido no intervalo entre os congressos.
A reunião do segundo maior órgão do MDM, depois do Congresso, estava inicialmente marcada para fim do mês de Março, porém, o evento não chegou a acontecer. Ontem, em conversa com “Carta”, Ismael Nhacucué, porta-voz do MDM, disse, sem qualquer garantia, que o Conselho Nacional está agendado para fim de Abril, mas sem avançar qualquer data e muito menos local.
À semelhança do Comité Central da Frelimo e do Conselho Nacional da Renamo, o Conselho Nacional do MDM é o órgão responsável pela eleição do candidato presidencial do partido, pelo que a sua reunião se reveste de maior importância, num ano em que se realizam, a 9 de Outubro, as VII Eleições Presidenciais e Legislativas.
Lembre-se que, de acordo com o calendário parcial da Comissão Nacional de Eleições (CNE), as candidaturas à Ponta Vermelha deverão ser entregues ao Conselho Constitucional entre os dias 13 de Maio e 10 de Junho, período em que também serão submetidas, à CNE, as candidaturas a deputado (da Assembleia da República), a governador da província e a membro da Assembleia Provincial.
As eleições presidenciais de 2024, refira-se, serão as primeiras em que o MDM apresentar-se-á com um rosto diferente desde a sua fundação, depois de, nas eleições anteriores (2009, 2014 e 2019), ter concorrido com o seu primeiro Presidente, Daviz Simango, falecido em Fevereiro de 2021, vítima de doença. O partido foi criado em Maio de 2009.
Lutero Simango, Presidente do partido e Chefe da Bancada Parlamentar do MDM na Assembleia da República, aparece na polé position da lista dos presidenciáveis do partido, porém, há quem aponte o Edil da Beira, Albano Carige, como a provável salvação do “galo” nas próximas eleições.
Recorde-se que, nas eleições autárquicas de 2023, o MDM apenas conseguiu vencer a cidade da Beira (que já estava sob sua gestão desde 2013), tendo-se tornado na segunda maior força política na cidade de Dondo (com seis membros na Assembleia Municipal, dos 33 possíveis) e na terceira em 33 autarquias. O partido ficou de fora nos restantes municípios. (Carta)