Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Co'Licença

sexta-feira, 06 dezembro 2019 05:58

O melhor tribunal desses "bradas" é aqui na banda

Quem foi roubado? Fomos nós. Quem está a pagar a dívida? Somos nós. A quem está a doer? A nós. De quem são os gatunos? São nossos por direito. Quem estima os nossos gatunos melhor do que nós? Ninguém. Então...!!!

 

Então, o que falta para nos entregarem os nossos gatunos!? O que custa trazerem os gajos aqui na Munhava, no Brandão, em Namicopo, no Kongolote, no Torrone Velho, na Soalpo, em Canongola, em Xiquelene, em Nicandavala, no Inguri, em Marmanelo, em Paquitequete, e etecetera, e etecetera? O que custa entregarem ao povo o que é do povo?

 

O povo é, neste momento, a única entidade que está em melhores condições de tratar desses gajos com maior honra e dignidade que lhes é merecida. Nem Brooklyn, nem Kempton Park, nem Machava, nem Bê-Ó, nem nada. Connosco esses vão jurar nunca mais roubar.

 

Aqui na zona não tem nem meritíssimos juízes, nem senhores jurados, nem senhores advogados. Nem ministério público. Nem escrivão. Aqui não se escreve nada. Aqui é "feici-tu-feici". Aqui tem gente que sabe tratar de gatunos. Aqui tem gente que sabe dar chapadas. Cotoveladas. Rasteiras. Chutos. Cabeçadas.

 

Aqui na zona tem gente que sabe interrogar. Só com uma "mpama" os gajos já estarão a falar o que roubaram desde os cinco anos. Segunda "mpama", já estarão a trazer a lista dos comparsas. Terceira, já estarão a trazer os bens, incluindo os Mercedes, Mazeratis, Bi-Emes, e até o taco que iam abrir "com ele" o famigerado banco.

 

Aqui na banda tem gajos que sabem dar bofetadas em Três-Dê. Tem gajos que te dão porrada hoje e a dor vai-se repetindo anualmente na mesma data e hora. Chama-se porrada-aniversariante. O nosso tratamento fica para vida toda. É inesquecível.

 

Não se conversa com gatuno no ar condicionado: o gatuno pode ficar constipado e não conseguir falar. Não se trata gatuno com água mineral: água não faz bem à memória, é normal que não se lembre de muita coisa. Aqui na banda o único mimo que se dá a um gatuno (já vai com muita sorte) é perguntar se o gajo quer cagar antes ou durante a sessão.

 

Dêem-nos os nossos gatunos. Não brinquem com eles assim. Façam tipo presidência aberta: província por província, distrito por distrito, cidade por cidade. Experimentem, verão os resultados. O melhor tribunal desses aí é aqui onde vive o povo. Pelo que, não estamos a entender os porquês de não nos entregarem esses mafiosos para nós jobarmos com eles. Estamos preparados. Estamos a "djimar" há cinco anos. As nossas porradas já estão quase fora do mandato. Até campeonato de flexões já estamos a fazer aqui no "feici". Será que não estão a ver!?

 

- Co'licença! 

quarta-feira, 04 dezembro 2019 06:13

Doutor" Elísio: o último arrumador de canoas

"É fácil ser sábio depois do facto" - Sherlock Holms.

 

Finalmente, o "Doutor" conseguiu entrar no estádio. No jogo da final. Exactamente no momento em que o último jogador ia marcar o último penalti. Mas se gaba de ter visto os noventa minutos e o prolongamento do jogo. Dá-se ao luxo de convocar a imprensa para fazer o resumo do jogo. Até já quer explicar por que é que o jogo chegou ao empate até ao minuto noventa e por que é que ninguém marcou no prolongamento.

 

Lembrar que o "Doutor" não viu o campeonato todo; viu apenas o último jogador a marcar o último golo de penalti, no último jogo; mas, dá-se ao desplante de afirmar que o relato que ele ouvia todos os dias pela rádio quando estava em casa (antes de conseguir bilhete no "bleki-fraidei" do Estrela) estava errado. Tem a intrepidez de dizer que todos os locutores que estavam a relatar os jogos durante todo o campeonato, desde o jogo inaugural, são mentirosos. Gaba-se de ser ele o único ser respirante lúcido capaz de fazer o resumo mais original de todo o campeonato desde o primeiro minuto. Definitivamente, a humildade escasseia.

 

Agora que o julgamento acabou, o "Doutor" virou sábio. Já sabe o que se falou mesmo quando não estava. Diz que tem tudo gravado na sua barba... digo, cabeça. E nós agora temos de esperar que ele esvazie a sua cabeça para entendermos todo o filme deste famigerado endividamento oculto.

 

Esquece-se o "Doutor" que ele é jurista, e os outros, jornalistas; que o "Doutor" foi "aprender", e os outros, trabalhar. Portanto, têm metodologias, abordagens, expectativas e interesses totalmente diferentes. O "Doutor" foi aprimorar conceitos técnicos de Direito, enquanto que os outros foram descodificar os conceitos e relatar factos no "dialecto" do povo. Ignora o facto de o "Doutor" ter estado ali por simples curiosidade, enquanto que os outros, pelo compromisso tipificado, estrutural e rotineiro da sua profissão - informar. E, não menos importante, os outros estão a cobrir as dívidas ocultas desde os tempos de Kempton Park, quando "Chopstick" ainda era Chang, antes da divulgação da tabela de Teo.

 

Mas enfim, é caso para dizer que a corrida já começou. Nos próximos dias iremos assistir à uma olimpíada renhida de lamber botas jamais vista. Iremos assistir a truques mais inovadores quanto arrojados de puxar saco. Haverá "acólitos" que em vez de lamberem vão engolir as botas para, em seguida, vomitarem já polidas. Gajos que vão investir em novas tecnologias de implantar graxa e escova na laringe.

 

Se se parecesse com intelectual, como muitos de nós pensávamos, o Elísio iria apresentar a sua versão dos factos sem atacar ninguém. Que fizesse o seu resumo sem mencionar problemas linguísticos nem ausências dos demais. Era escusado cobrar pelos esclarecimentos ou pela tradução que forneceu, de livre e espontânea vontade, a quem quer que seja.

 

Parecia estar a erguer a sua carreira honestamente. Parecia humildade com a ciência. Mas nada. Nesta fotografia a imagem do Elísio está tremida. Literalmente, o Elísio apresenta-se como o último arrumador de canoas. Está a tentar organizar canoas que já foram organizadas, na doca de areia, pelos respectivos donos para ver se apanha restos da ceia dos pescadores. Uma cabeça de camarão aqui, uma barbatana de madjembe acolá. Vale tudo.

 

Na verdade, o objectivo desse arrumador voluntário de canoas é ser reconhecido como o gajo que organiza as coisas na doca para amanhã ter a legitimidade de apanhar restos. Mas todos sabem que o gajo passa a vida a beber. Não tem tempo para pescar. Chega no fim de tudo e quer dar palestra sobre arrumação e higiene. É um preguiçoso.

 

De resto, o "Doutor" está a passar por um processo bastante sofrido e desconfortante: a transferência da massa encefálica do crânio para o intestino grosso. Muitas vezes neste deslocamento anatómico perde-se a vergonha. É compreensível. Mas, seja como for, talvez a melhor parte seria explicar em que posição "apanhou" esse bilhete.

 

- Co'licença! 

segunda-feira, 02 dezembro 2019 05:39

A penosa história do estafeta de gatunos

Havia um velhoto que era Governador do Banco Central há muito tempo. No tempo que muitos de nós éramos putos. Foi nessa altura que nos demos conta que dinheiro levava uma assinatura. E o assinante era esse tal velhoto Governador do Banco.

 

Para nós, era como se o cota fosse o dono do dinheiro. O dono do país. É que nem o próprio Presidente da República assinava dinheiro. A ideia que tínhamos era de que o cota sentava no seu gabinete e começava a rubricar todas as notas uma por uma e, querendo, podia levar para si a quantidade que desejasse. Afinal, era o dono.

 

Éramos fãs desse cota. Não o conhecíamos, nunca o tínhamos visto, mas crescemos tendo-o como referência de idoneidade moral e ética. Já nos anos dois-mil-e-picos, com a tê-vê e os seus telejornais, conhecemos o cota. A nossa admiração por ele aumentou: magrinho, pálido, humilde e cauteloso no verbo, e sempre com um sorriso administrativo nos lábios para polir o rosto. Nunca o tínhamos imaginado assim. Fugia em grande medida dos nossos estereótipos de assinante de dinheiros.

 

Quando o Novo Homem foi chamar o velhoto da sua merecida "reforma" para o cargo de Ministro de Economia e Finanças, congratulamo-lo. Era, quanto a nós, a melhor aposta. Sempre esperamos boa coisa dele.

 

A nossa fasquia de respeito pelo velhoto caiu aquando da descoberta das dívidas ocultas. O velhoto ficou tonto como uma barata em chuva de "baigon". Viajava para Washington sem um posicionamento de Estado firme e convincente. Falava coisa com coisa. Optou por mentir e esconder a verdade debaixo do tapete. Ora porque o povo já está a comer o atum da Ematum sem saber, ora porque o pagamento aos credores não é nenhuma afronta à decisão do Cê-Cê, é uma cena que devia ser feita. Coisas de vergonha! 

 

Hoje, o cota está aí todo desacreditado e melancólico. Com toda a sua reputação na lama. Nem o canudo de Londres, nem a experiência acumulada o podem ajudar. E, para piorar, é co-conspirador. Co-conspirador é espécie ajudante ou auxiliar do verdadeiro conspirador. Assim do tipo o velhote é ajudante duns putos aí que estão na "djela".

 

Quer dizer, o velhoto caiu tanto que nem consegue fazer parte dos verdadeiros negociantes-vendedores da pátria. É simples testemunha de uma festa que não presenciou, nem viu o "di-djei" e nem sabe quem dançou mais. Só sabe dizer que houve farra porque sentiu cheiro de maionese e viu gajos com babalaza.

 

Mas como é que um cota daqueles se deixa levar por caloteiros miseráveis? Como consente ser lacaio e mensageiro de mafiosos como esses com alcunhas de talheres do oriente asiático? Como permitiu ser serviçal de larápios de baixo quilate? Como se deixou virar auxiliar de lesa-pátrias... Estafeta de gatunos? Quanta baixesa!

 

Ai, ai, ai... Quão é fundo o fundo do poço! - como diria a tia Muanacha.

 

- Co'licença!

quinta-feira, 28 novembro 2019 07:20

Técnica "versus" ética

Para mim, um líder deve ostentar duas coisas: a técnica e a ética. Ou seja, um indivíduo competente para ocupar um cargo de liderança deve ser uma pessoa com conhecimentos de gestão, mas acima de tudo - repito, acima de tudo - deve ser uma pessoa que saiba viver e convier em sociedade. Deve saber o que quer, saber o que pode e saber o que deve.

 

Um líder não basta apenas estudar e carregar diplomas, é importante que tenha humildade e solidariedade. É importante que tenha humanidade.

 

Um líder dever ser uma pessoa que entende que ele é "chefe" porque existem subordinados. Aliás, deve saber que o que lhe faz "chefe" não é a sua nomeação, mas - sim - a legitimidade dos seus súbditos. Há "chefes" que não são chefes porque os seus subalternos simplesmente não o vêem como tal. Não o consideram "chefe". Não tem legitimidade dos que ele devia chefiar.

 

Um "chefe" deve saber que a chefia passa e a sociedade continua. Deve saber que diploma não é título de propriedade do saber. Deve reconhecer a sua falência como ser humano. Deve reconhecer que os seus diplomas e a sua posição não fazem dele um extraterrestre.

 

Mas, a primeira exigência de competência é sobre quem o povo confiou para nomear os outros. Isto é, o "chefão" que nomeia os "chefezinhos" deve ter maior competência técnica e ética na escolha dos seus escolhidos para não cair no ridículo.

 

Gerir uma instituição é gerir pessoas e bens patrimoniais. Pelo que, qualquer decisão deve ser tomada com muito humanismo. Muita solidariedade.

 

Eu não teria coragem de nomear para um cargo público de relevo um indivíduo que disse que "quem morreu com o ciclone Idai quis". Quem assim pensa não se deve ter por perto. A falta de solidariedade é a pior forma de carácter. Aliás, não há sociedade sem solidariedade.

 

De resto, o Jota-Jota podia ser apenas e unicamente Pê-Cê-A de uma agremiação de feiticeiros. Haja paciência! Quem o nomeou é insensível. Só um Vampiro pode preferir um Drácula.

 

- Co'licença! 

segunda-feira, 25 novembro 2019 07:58

"Chopstick": um gatuno abusado

"['Chopstick'] recebeu 5 milhões de dólares da Privinvest e queria abrir um banco" - Jean Biustani.

 

Olha lá ó "Chopstick", também não é assim, né! Abuso tem limites. Mas isso é de bem? Então você endivida um país e, como se não bestasse, quer abrir um banco no mesmo país? Você rouba todo o dinheiro do povo e ainda quer usar o mesmo dinheiro para abrir um banco para o mesmo povo guardar dinheiro? Arrrrriiiii...!!!

 

"Chopstick", você é muito abusado, sabe! Não bastava roubar-nos, era preciso esfregar-nos na cara também? Humilhar-nos? Chutar um cão morto. Quer dizer, a cabeçada não era suficiente, era necessário dar-nos uma cotovelada também. Uma coronhada. Um chuto no rabo.

 

Você "Chopstick" exagera maningue. Quer dizer, assim você queria abrir seu banco para nos irmos pedir financiamento para construirmos nossas "deps" e você começar a nos descontar o tako com juros e tudo? Era para nos dar mais dívidas? Para nos sufocar ainda mais? Trabalharmos só para si?

 

"Chopstick" você é um gatuno sem ética. Um ladrão boçal. Mal criado. Mal educado. Um gatuno mau. Onde já se viu roubar dinheiro do outro e ainda pedir que ele te confie as migalhas que sobraram!? Seu bruto!

 

-Co'licença!

quinta-feira, 21 novembro 2019 08:27

O lugar de "Nuy" na tabela

O elemento químico "Nuy" foi ontem sintetizado artificialmente no laboratório de Brooklyn e colocado no seu devido lugar na tabela de Teo. O seu número atómico é 1 milhão. É um elemento gasoso em temperatura ambiente. Sente-se, mas não se toca.

 

Parece que está difícil encontrar elementos químicos com maior abundância na natureza. É que os últimos elementos estão sendo sintetizados em laboratórios especializados, assim como foi o caso do elemento "HoS". É preciso colocá-los em reacção com outros elementos para aparecerem. Facto que requer recursos financeiros para os laboratórios para comprar os reagentes.

 

Espera-se com muita ansiedade a chegada do elemento "Chopstick" à Nova Iorque. A IUPAC acredita que uma reacção entre "Chopstick" e "Boust" pode resultar em um composto químico explosivo.

 

Ainda são desconhecidas as propriedades exactas do "Chopstick", mas sabe-se que tem muita carga atómica. De acordo com o cientista chefe da equipa de Brooklyn, William Kuntz II, "Boust" e "Chopstick" juntos pode resultar em algo como a Nitroglicerina: sensível à fricção, impacto, calor e agitação. Algo pior que o Trinitrotolueno. Pode dar m*rda mesmo. Dizem que se explodir nos Estados Unidos algumas pessoas em Moçambique podem fugir.

 

Esperando mais elementos.

 

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