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Redacção

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sexta-feira, 05 abril 2019 07:06

ANADARKO APOIA EMPRESAS EM CABO DELGADO

A Anadarko realizou esta semana um workshop de desenvolvimento de empresas, em Pemba, visando aumentar a capacidade e competitividade dos fornecedores locais que procuram aceder às oportunidades oferecidas pelo Projecto Mozambique LNG. Este workshop teve a duração de dois dias e juntou cerca de 50 empresas. Evento similar vai ter lugar em Maputo no final deste mês. Benjamin Cavel, Gestor de Conteúdo Local da Anadarko, afirmou que os workshops se destinam a providenciar apoio adicional em áreas que possam ser menos familiares para as empresas locais. 

 

“Os requisitos do projecto em termos de saúde e segurança, conformidade legal e procurement são muito específicos. Queremos garantir que as pequenas e médias empresas locais estejam cientes dos requisitos e o que estes significam para eles”. “Acreditamos que o desenvolvimento de fornecedores locais é estratégico, pois permite-nos contribuir para o desenvolvimento sustentável de Moçambique e, ao mesmo tempo, trazer benefícios para os nossos acionistas. 

 

Com efeito, a substituição de importações de alto custo pode representar uma economia de custos significativa para a empresa, e, por outro lado, é um importante catalisador para facilitar a criação de emprego para Moçambicanos e para o crescimento económico do país”, acrescentou Benjamim Cavel. A Anadarko espera investir cerca de 2,5 mil milhões de dólares americanos com empresas de propriedade moçambicana ou registadas em Moçambique ao longo dos 5 anos do período de construção das instalações de GNL. 

 

O Projecto de GNL de Moçambique será o primeiro projecto de GNL onshore em Moçambique, inicialmente composto por dois módulos de produção de GNL com capacidade total de 12,88 milhões de toneladas por ano (MTPA ) para apoiar o desenvolvimento dos campos de Golfinho/Atum localizados exclusivamente na Área 1 Offshore. Este projecto inicial abre o caminho para uma importante futura expansão até 50 MTPA. O Projecto Golfinho/Atum também fornecerá volumes iniciais de aproximadamente 100 milhões de pés cúbicos de gás natural por dia (MMCFD) para uso doméstico em Moçambique. (Carta)

O laudo pericial da autópsia ao corpo do ex-Procurador Adjunto da República, Januário dos Santos Necas, que atribui a sua morte a causas naturais, ainda não pode ser conclusivo, disse à “Carta” um dos especialistas mais cotados em Medicina Legal em Moçambique, o Dr. Eugénio Zacarias.

 

Numa breve conversa com o nosso jornal, ele fez questão de estranhar o facto de a revelação dos resultados, apontando para morte natural, ter sido feita sem a presença de dois exames cruciais, nomeadamente o exame toxicológico, que serviria para descartar a hipótese de envenenamento, como foi levantada por causa da presença de espuma na boca e o exame histológico, que serviria para descartar outras doenças, como por exemplo no coração, pulmões e vasos sanguíneos.

 

“Sem estes exames, o relatório ainda é inconclusivo”, disse Zacarias. “Dizer que morreu de infarto do miocárdio não basta. Se morreu de infarto é preciso que se diga claramente quais foram os sinais disso”. Zacarias diz esperar que as autoridades investiguem até ao fundo e evitem tirar conclusões sem se esgotar as formas profissionais de averiguar as causas da morte de Januário Necas. Aliás, dado a sua posição como procurador, disse ele, o Ministério Público deveria trazer informação assertiva sobre o assunto, rematou. (M.M.)

Os ataques militares protagonizados por um grupo de insurgentes, na província de Cabo Delgado, revelam estar longe de cessar. Nesta terça-feira (02), os insurgentes atacaram uma base militar, em Maculo, no distrito de Mocímboa da Praia, e dois militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS) morreram tendo outros ficado feridos. Segundo apuramos, o ataque decorreu no período da noite, quando as FDS preparavam um perímetro de segurança, e durou 15 minutos. Na ocasião, os insurgentes furtaram uma quantidade significativa de material bélico, fardamento militar e produtos alimentares. Entretanto, fontes ouvidas pela “Carta”, na madrugada da quarta-feira (03), disseram que a aldeia acima mencionada sofrera mais um ataque, onde duas pessoas foram decapitadas e seus órgãos genitais do corpo, uma prática recorrente, nos últimos tempos.

 

Fontes de “Carta” afirmaram ainda que os corpos esquartejados foram repartidos em cinco pedaços. A mesma fonte realçou, igualmente, que esta prática é recorrente, desde os finais do ano, tendo já sido replicada em Meluco, na semana passada, quando três mulheres foram encontradas sem as respectivas gargantas e órgãos genitais. A mesma situação verificou-se em aldeias do distrito de Palma, em ataques recentes. (Paula Mawar e Omardine Omar)

sexta-feira, 05 abril 2019 06:20

Samito Machel já apresentou sua defesa

Samora Machel Júnior apresentou, recentemente, sua defesa detalhada no quadro da instrução de um processo disciplinar aberto pela Comissão Política da Frelimo, na sequência da sua intenção de disputar a edilidade de Maputo como cabeça de lista da AJUDEM (uma organização cívica), nas eleições autárquicas de Outubro passado. Uma fonte do secretariado da Frelimo disse que Samito submeteu por escrito, no passado dia 26 de Março, sua defesa.

 

A fonte escusou-se a revelar os argumentos da defesa do filho de Samora Machel, informando apenas que a papelada já está a ser analisada pelos dois elementos da comissão instrutória, designadamente, os juristas Filipe Sitóe e Francisco Cabo. Esta comissão tem a incumbência de analisar os fundamentos da defesa e depois submeter o seu relatório. Não está ainda claro se o seu relatório vai ser remetido à Comissão Política ou se seguirá o caminho para o Comité de Verificação, órgão que tem a competência, entre outras, de averiguar o cumprimento escrupuloso dos estatutos por parte dos seus órgãos.

 

Também não fica claro se, com o adiamento da reunião do Comité Central para 3 a 5 de Maio, o “dossier” Samito Machel vai ser recuperado. Facto é que se o Comité Central tivesse acontecido entre 22 e 24 de Março, como estava aprazado, o assunto não teria sido debatido. A sessão foi adiada para Maio por causa da conjuntura de emergência que se abateu sobre o país. (M.M.)

Ja não serão duas, mas apenas uma a Conferência Internacional de Doadores da Beira. Trata-se de um evento destinado à angariação de fundos para a reconstrução sócio-económica de todas as zonas afectas pelo IDAI na capital de Sofala.

 

Esta informação foi-nos facultada pelo vereador para a área de Finanças no Conselho Autárquico (CA) da Beira, Francisco Majoi, colocando ponto final a uma disputa entre aquele organismo do poder local e executivo de Maputo sobre o promotor do referido evento. Francisco Majoi confirmou que o Governo Central apreciou e concordou com a iniciativa do CA mas propôs a Daviz Simango que a organização do evento fosse conjunta, nomeadamente envolvendo o poder central. Também foi consensual atribuir a missão de organizar a referida Conferência ao Gabinete a ser criado na Beira com o propósito de implementar as acções previstas num Programa de Reconstrução Pós-Calamidades, ainda por elaborar. (Evaristo Chilingue)

Cerca de um milhão de crianças moçambicanas estão envolvidas nas piores formas de trabalho infantil, de acordo com os resultados do estudo realizado pelo Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), com o objectivo de compreender melhor este fenómeno, no País.

 

A pesquisa forneceu ainda indicações específicas sobre as manifestações das piores formas de trabalho infantil, no país, nomeadamente a mineração do tipo garimpo, a prostituição, o tráfico de drogas e o transporte de carga pesada.

 

A primeira Conferência Internacional sobre Economia Azul em Moçambique, denominada ‘Crescendo Azul’, terá lugar em Maputo nos dias 23 e 24 de Maio próximo. Participarão no evento especialistas nacionais e estrangeiros, para debater temáticas ligadas à sustentabilidade dos Mares e Oceanos.

 

Na Conferência, que decorrerá sob o lema “Exploração Sustentável e Compartilha do Oceano”, serão debatidas questões como governação oceânica, transportes marítimos e ecoturismo, recursos oceânicos e uso sustentável dos oceanos. Um dos objectivos pretendidos por Moçambique com tal encontro é trocar experiências de modelos actualmente existentes nos países com historial de sucesso na implementação de diferentes áreas da Economia Azul.

 

O Banco moçambicano Millennium bim, em conjunto com o seu homónimo português, Millennium BCP, acaba de disponibilizar uma linha de financiamento de 20 milhões de euros, denominada “Linha Millennium Portugal – Moçambique”, com o objetivo de fomentar o negócio internacional entre os dois países, proporcionando aos clientes do dois bancos um canal privilegiado para a concretização dos seus negócios.

 

De acordo com o comunicado recebido na nossa redacção, no âmbito do Ecossistema Millennium Portugal-Moçambique, o Millennium bcp dispõe-se a financiar as empresas, desde que as operações possam beneficiar de seguro de créditos ao abrigo do Sistema de Seguro de Créditos com Garantia do Estado Português (SCGE), gerido pela COSEC.

 

Um quadro do pintor moçambicano Malangatana, intitulado "Esperando da Paz", e assinado pelo então presidente da República de Moçambique Joaquim Chissano foi leiloado por 18.900 euros, em Londres, um valor muito acima das estimativas. A tela, datada de 1995, estava avaliada pela leiloeira Sotheby's num valor entre 8.000 e 12.000 libras (9.302 e 13.954 euros), mas foi vendida por 16.250 libras (18.896 euros), no leilão que se realizou na terça-feira.

 

Exposta pela primeira vez na Feira International de Moçambique de 1995, a obra foi assinada no verso por várias personalidades da altura, além de Chissano, como o académico Brazão Mazula, que trabalhou para o ministério da Educação e Cultura de Moçambique entre 1976 e 1988, e Noel Chicuecue, representante do Fundo das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em Moçambique.

 

Uma outra pintura de Malangatana, datada de 1991 e intitulada "Hayini Kasy?", avaliada entre 5.000 e 7.000 libras (5.814 e 8.140 euros), foi vendida por 6.875 (7.994 euros). No mesmo leilão, uma tela do igualmente moçambicano Ernesto Shikhani, datada de 1992, e sem título, foi arrematada por 5.625 libras (6.541 euros), dentro da estimativa que a situava 5.000 e 7.000 (5.814 e 8.140 euros).

 

Do mesmo artista, "A Chave de Papa para África" estava avaliada entre 7.000 e 10.000 libras (8.140 e 11.628 euros), mas não foi vendida. No total, o leilão de Arte Moderna e Contemporânea de África contemplou 76 obras, e, apesar de 22 não terem sido vendidas, a Sotheby's arrecadou no final 2.316.625 libras (2.711.384 euros), com destaque para uma tapeçaria do ganês El Anatsui, feita com tampas metálicas de embalagens de leite, intitulada "Zebra Crossing 2", arrematada por 1,1 milhões de libras (1,27 milhões de euros). (Lusa)

O Banco Mundial aprovou no dia 28 de Março de 2019 uma doação financeira no valor de 82 milhões USD para aumentar o acesso à electricidade em cinco das províncias mais pobres de Moçambique, nomeadamente Niassa, Nampula, Zambézia, Cabo Delgado e Sofala. O projecto beneficiará igualmente do financiamento providenciado por um mecanismo multi-doador de fundos fiduciários [Multi-Donor Trust Fund (MDTF)], administrado pelo Banco Mundial, no valor de 66 milhões USD. Os financiadores do MDTF são a Suècia, Noruega e EU.
 
Com potencial para beneficiar cerca de 1,5 milhões de pessoas, este financiamento será utilizado na implementação do projecto Energia para Todos do Governo de Moçambique (GdM), também conhecido como ProEnergia. “A relação entre pobreza e a falta de acesso à electricidade está estabelecida há bastante tempo”, observou o director do Banco Mundial para Moçambique." Abordagem multifacetada à redução da pobreza através da expansão do acesso à energia em Moçambique” é inferior à média da África Subsahariana. Este projecto contribui para a implementação da Estratégia Nacional de Electrificação (NES) do GDM, conhecida de “Programa Nacional de Energia para Todos”, alargando o acesso à electricidade às áreas peri-urbanas e rurais e expandindo e densificando as redes existentes, bem como promovendo a utilização de soluções energéticas fora da rede e nas áreas em que a extensão da rede é considerada economicamente inviável.