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Redacção

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A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba deteve e instaurou um processo-crime contra um jovem de 30 anos de idade, supostamente, por ter incitado à violência e promovido desinformação sobre presença de terroristas nos arredores da capital da província de Cabo Delgado.

 

A porta-voz da PRM, Eugénia Nhamussua, avançou à imprensa que, através de um vídeo posto a circular nas redes sociais, o jovem apontou Ingonane, Cariacó e Paquitequete como os bairros alvos. As autoridades consideram que o vídeo do jovem causou pânico no seio da população da cidade de Pemba, por sinal, um dos pontos de Cabo Delgado que acolhe muitas famílias vítimas do terrorismo.

 

No vídeo, de 39 minutos, o jovem também apela às pessoas a tomarem medidas de precaução uma vez que os supostos terroristas passam pelas residências durante a noite. “Pessoal, a partir das 22h00 quando alguém bater à sua porta e pedir licença não abra porta por favor. São esses terroristas, se você abrir já era. Aconteceu nos bairros Cariacó, Ingonane e Paquite. Enviem para vossos amigos e familiares, não abram a porta”, disse ele, no vídeo posto a circular nas redes sociais.

 

Embaraçado e arrependido, o autor do vídeo explicou que não tinha intenção de criar pânico e sob custódia policial pediu desculpas às autoridades. (Carta)

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Enquanto o Presidente da Renamo acusa os dirigentes da Coligação Aliança Democrática (CAD) de serem os únicos responsáveis pela rejeição da candidatura desta para as VII Eleições Gerais e IV Provinciais, a liderança da coligação acusa o líder da “perdiz” de ser o obreiro da façanha por estar a perseguir Venâncio Mondlane, um dos quatro candidatos a Presidente da República, cuja candidatura é suportada pela CAD.

 

Falando aos jornalistas no último sábado, em Maputo, durante a marcha de repúdio à decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de rejeitar a candidatura da CAD, o Presidente da coligação, Manecas Daniel, defendeu que a decisão dos órgãos eleitorais foi política e não técnica e que tal posicionamento deve-se à perseguição protagonizada por Ossufo Momade contra Venâncio Mondlane, ex-membro da “perdiz”, que deixou o maior partido da oposição, em Maio último, após desinteligências com Momade.

 

“Isto é meramente político, por isso, quero dizer aqui, publicamente, que Ossufo Momade está a perseguir Venâncio Mondlane e isso deve parar”, defendeu Manecas Daniel, assegurando que a fundamentação da CNE não condiz com a verdade, para além de violar os princípios do direito eleitoral, com destaque para o da aquisição progressiva dos actos eleitorais.

 

“Em nenhuma parte da própria deliberação foi feita a referência de que candidatura em concreto foi declarada nula, porque o que nós vimos ali foi a Comissão Nacional de Eleições socorrer-se em assuntos da fase da inscrição, que no nosso entender já tinha sido ultrapassada”, sublinha.

 

Por essa razão, Daniel diz acreditar nas instituições do Estado, fundamentalmente na pessoa da Presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, que, na sua óptica, “vai criar condições para que a Coligação Aliança Democrática concorra” ao escrutínio do dia 9 de Outubro.

 

Aliás, Lúcia Ribeiro foi a principal visada das mensagens de protesto da CAD, exibidas de sábado, na capital do país. “Mamã Lúcia Ribeiro, o País é seu, salve-o”, “Mamã Lúcia, faça justiça, não política” e “CC faça valer a lei” são algumas das mensagens exibidas nos dísticos dos apoiantes da CAD, que também defendiam que “o povo pede urgente desmantelamento do grupo da CNE”, porque entendem que a “CAD não é Venâncio”, mas “do povo”. A marcha começou por volta das 10h00, na Praça dos Combatentes e terminou por volta das 14h00 na Praça da Paz, tendo passado pelo Mercado Estrela Vermelha, o maior mercado negro da capital moçambicana.

 

Lembre-se que a candidatura da CAD foi rejeitada pela CNE por nulidade, ao não reunir todos os documentos exigidos para qualificação da coligação às eleições de 9 de Outubro, uma decisão já contestada pela coligação, que decidiu recorrer junto do Conselho Constitucional.

 

Referir que o Presidente da Renamo defendeu, há dias, que os dirigentes da CAD foram os únicos responsáveis pela rejeição da sua candidatura porque “não puderam fazer uma preparação em relação à documentação”. Negou que a queda daquela candidatura fosse imputada à “perdiz”. (Carta)

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O ministro sul-africano da polícia, Senzo Mchunu, disse que o campo de Mpumalanga, onde 95 líbios foram presos na sexta-feira (26), "parece ser basicamente e fundamentalmente militar". Os cidadãos líbios supostamente entraram no país com vistos adquiridos por meio de falsas declarações em Túnis, na Tunísia.

 

O ministro Mchunu deslocou-se ao local no último sábado.  “Investigações completas por várias agências de aplicação da lei estão em andamento”, disse o ministro numa publicação feita na plataforma de mídia social X.

 

Depois da intervenção policial, o Ministro do Interior, Leon Schreiber, saudou a prisão de 95 cidadãos líbios que supostamente estavam a receber treino militar ilegal em White River, Mpumalanga. A província de Mphumalanga faz fronteira com Moçambique e E-swatini e é uma área de preocupação para as autoridades sul-africanas no que diz respeito à imigração ilegal e de segurança.

 

“Uma operação de cada vez, precisamos restaurar o Estado de Direito. Após uma grande operação conjunta do Departamento dos Assuntos Internos, da Polícia sul-africana e de outras forças, o departamento está no local a garantir que qualquer um que tenha violado as leis de imigração seja processado pelo tribunal. Respeite as nossas leis, ou haverá consequências”, disse o Ministro numa declaração no sábado.

 

O Ministro disse que o Departamento de Assuntos Internos (DHA) já cancelou os vistos adquiridos irregularmente e está a trabalhar com outras autoridades policiais para analisar todas as opções, incluindo a deportação.

 

O cancelamento do visto significa que todos os líbios afectados agora são cidadãos estrangeiros indocumentados. Schreiber instruiu o departamento a fornecer total apoio a esse esforço multidisciplinar.

 

O Comissário Nacional da Polícia, General Fannie Masemola, garantiu à nação que a corporação garantirá uma investigação completa sobre as alegações de que os cidadãos líbios estariam a receber treino militar no local.

 

O General Masemola saudou a operação de inteligência que levou à operação na manhã de quinta-feira por uma equipa multidisciplinar, incluindo investigadores e unidades especializadas da Polícia. Uma equipa de investigadores está a investigar supostas actividades suspeitas que estavam a ocorrer na farma em White River.

 

“Quando uma equipa liderada por investigadores da Polícia chegou à farma, eles encontraram os líbios alojados em tendas militares. Equipamentos de treino militar também foram encontrados, incluindo armas de fogo licenciadas. Os investigadores da Policia não descartam a possibilidade de que a farma credenciada como um local de treino de segurança estava supostamente a ser utilizada como um campo de treino militar ilegal”, disse a Polícia, que está a trabalhar em estreita colaboração com o DHA no caso.

 

O general Masemola disse que a polícia não poupará esforços para descobrir que tipo de actividades estava a ocorrer na farma. “Durante a operação de retirada, a polícia também encontrou dagga e cocaína. Algumas das outras drogas estão a ser enviadas ao Laboratório de Ciência Forense da Polícia em Pretória para identificá-las como substâncias ilegais”, disse ele.

 

Masemola disse que a segurança dos cidadãos é de suma importância e que a Polícia continua comprometida em lidar decisivamente com o crime organizado transnacional.

 

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a Polícia disse que a operação foi realizada em conjunto com a estrutura ProvJOINT, incluindo o Departamento de Assuntos Internos e outros intervenientes, como a Inteligência Policial.

 

O comissário provincial interino da Polícia em Mpumalanga, Major-General Zeph Mkhwanazi, convocou as Estruturas Conjuntas Provinciais (ProvJOINTS) após receber informações de inteligência sobre o suposto acampamento, o que levou à invasão na sexta-feira, 26 de julho, e às prisões subsequentes.

 

O local, que foi inicialmente designado como um local de treino, parece ter sido convertido numa base de treino militar ilegal. Os 95 indivíduos detidos são todos cidadãos líbios e estão actualmente a ser interrogados pelas autoridades relevantes, disse a Polícia.

 

“Levamos qualquer ameaça à segurança e estabilidade da nossa província e ao país muito a sério”, disse Mkhwanazi. “Esta operação demonstra nosso comprometimento em agir rápida e decisivamente contra quaisquer actividades que possam minar nossos interesses nacionais e garantir a segurança de nossos cidadãos porque esse é nosso mandato principal.”

 

A investigação ainda está em andamento e mais detalhes serão fornecidos assim que estiverem disponíveis, disse a Polícia, acrescentando que gostaria de garantir ao público que não há ameaça imediata à segurança da comunidade.

 

A ENCA informou que os líbios, nos seus pedidos de visto, aparentemente alegaram estar a entrar na África do Sul para treinar como guardas de segurança. Neste estágio, não está claro se os cidadãos líbios estão na África do Sul para treino como guardas de segurança ou como mercenários, ou se estão a apoiar algum dos governos hostis na África do Sul. A Líbia caiu no caos após o derrube de Muammar Gaddafi numa revolta apoiada pela OTAN em 2011, e está dividida entre administrações rivais no leste e oeste, com Khalifa Haftar controlando o leste e o Governo do Acordo Nacional (GNA) controlando o Oeste.

 

Tanto o Exército Nacional Líbio de Haftar quanto o GNA recrutaram mercenários da África subsaariana, incluindo Chade e Sudão, enquanto o Grupo Wagner da Rússia (agora África Corps) também forneceu mercenários. Os Emirados Árabes Unidos e a Turquia forneceram armas e equipamentos, enquanto a Turquia enviou milhares de sírios para lutar pelas forças baseadas em Trípoli na Líbia.

 

Já em Junho de 2020, um Grupo de Trabalho da ONU sobre o uso de mercenários alertou que a dependência de mercenários e actores relacionados desde 2019 contribuiu para a escalada do conflito na Líbia e prejudicou o processo de paz, o que foi uma violação do embargo de armas imposto pelo Conselho de Segurança da ONU.

 

A descoberta do suposto campo de treino levanta questões sobre a fronteira e a segurança nacional da África do Sul, pois acontece dias após o Departamento do Tesouro dos EUA anunciar sanções contra dois supostos agentes do Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) na África do Sul. Os dois são Abubakar Swalleh, descrito como um "agente do ISIS baseado na África do Sul e Zâmbia", e Zayd Gangat, "um facilitador e instrutor do ISIS baseado na África do Sul".

 

Também na última semana, a polícia descobriu um enorme laboratório de drogas em Groblersdal, onde produtos químicos no valor de R$ 2 bilhões foram apreendidos numa das maiores apreensões de drogas da África do Sul. Cinco suspeitos, incluindo cidadãos mexicanos, foram presos numa operação conduzida por inteligência. Acredita-se que o laboratório estava produzindo metanfetamina. (SAnews)

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Veja tudo nos canais SuperSport da DStv! É hora de dizer "Bonjour Paris" e desfrutar da experiência atlética mais imersiva possível.

 

A SuperSport na DStv tem o orgulho de anunciar a cobertura ‘imbatível’ dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que vai aproximar os seus campeões e mergulhar os telespectadores no coração de toda a acção.  A SuperSport vai transmitir, de 26 de julho a 11 de agosto,  todos os eventos da medalha de ouro em directo, e assegurar que os entusiastas do desporto em Moçambique vivam cada momento triunfante à medida que este se desenrola.

 

A SuperSport terá uma cobertura olímpica de elite que vai aproximar os seus subscritores dos melhores atletas de África. A ex-atacante da selecção feminina de futebol da Nigéria, Ugochi Oparanozie, o queniano Wilfred Bungei, medalhista de ouro nos 800 metros nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 e a lenda do futebol nigeriano Victor Ikpeba, que fez parte da equipa masculina medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, a "Rapariga de Ouro" sul-africana Caster Semenya, os medalhistas de ouro Ryk Neethling, Sizwe Lawrence Ndlovu, Natalie du Toit, o medalhista de prata Khotso Mokoena e a medalhista de bronze Bridgitte Hartley, para além de atletas olímpicos como Geraldine Pillay. 

 

A delegação moçambicana será representada por sete atletas, entre eles: Alcinda Panguana, Deisy Nhaquile, Jacira Ferreira, Tiago Muxanga, Steven Sabino, Matthew Lawrence e Denise Donelli. Boxe, canoagem, judo, natação e atletismo são as categorias que Moçambique vai participar. A pugilista Alcinda Panguana e o nadador Matthew Lawrence serão os porta-bandeiras da delegação de Moçambique na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

 

Desde a histórica e fascinante cerimónia de abertura, em que uma flotilha de barcos desce o rio Sena que atravessa o coração da cidade até à acção ininterrupta em 35 locais em Paris, a SuperSport irá trazer todos os momentos emocionantes em que os melhores atletas do mundo lutam pelo ouro. Desde o atletismo, natação, futebol, râguebi e boxe até à ginástica, mergulho, surf e skate, e muito mais - os Jogos prometem algo para todos.

 

Para enriquecer ainda mais a experiência do telespectador, a SuperSport estreou dois filmes temáticos olímpicos exclusivos, para melhorar a nossa narrativa em torno dos Jogos: 

 

- Pierre De Coubertin: Uma Vida Olímpica - que estreou a 10 de julho no canal SuperSport Variety 4, um filme que explora o legado do visionário que reviveu os antigos Jogos Olímpicos em 1896. Contado através dos olhos de Lauren Rembi, campeã olímpica de esgrima, ficamos a saber mais sobre a visão e o empenho de Coubertin, que conduziram a um legado desportivo duradouro.

 

- Paris Olympic 1924 - estreou a 11 de julho, é um filme remasterizado que comemora o centenário do regresso dos Jogos a Paris, captando um momento crucial de unidade e celebração após a Primeira Guerra Mundial. As belas imagens, que foram os primeiros Jogos Olímpicos a serem captados em filme, perduram há 100 anos e captam vividamente a atmosfera electrizante dos Jogos.

 

Em consonância com a narrativa consistente ao longo do Paris 2024, a SuperSport apresentará conteúdos semanais que traçam o perfil das nossas estrelas olímpicas, incluindo Akani Simbine, Ferdinand Omanyala, Lythe Pillay, Miyanda Maseti, Patrick Chinyemba, Worknesh Mesele e Noah Lyles. Estes segmentos, disponíveis no DStv CatchUp, têm como objectivo ligar o público aos percursos pessoais e às conquistas dos seus atletas favoritos, aproximando os telespectadores ainda mais dos seus campeões.

 

Uma notícia igualmente empolgante é o anúncio do nosso canal dedicado SuperScreen no canal 199 da DStv, disponível na África Subsariana. Este canal inovador apresenta 10 ecrãs divididos, proporcionando aos telespectadores uma visão geral de todos os nossos canais olímpicos, garantindo que os telespectadores nunca perdem um momento. 

 

Os fãs do desporto podem navegar sem esforço pelos 8 canais lineares olímpicos dedicados do SuperSport, 5 canais de streaming e 4 canais de overflow, garantindo que nunca perdem um momento dos seus eventos favoritos. E se quiser apenas ver os destaques, o nosso canal SS Grandstand tem tudo o que precisa, com a curadoria do melhor de Paris 2024 para lhe trazer os eventos imperdíveis e as actuações mais memoráveis.

 

O compromisso do SuperSport estende-se para além dos eventos em directo com o lançamento do Olympic News Channel (canal 217 da DStv), um canal de notícias e destaques dedicado, disponível para os subscritores do DStv Fácil em Moçambique. É isso mesmo, aguarde 24 horas por dia, 7 dias por semana, momentos icónicos contínuos e histórias convincentes de Paris 2024.

 

Mantenha-se ligado à DStv para assistir aos inigualáveis 900 eventos em directo do SuperSport e às mais de 2 000 horas de acção em directo dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

 

A DStv é o seu destino final para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.

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O sistema financeiro anda com escassez de divisas, principalmente o dólar norte-americano, o euro e o rand, as principais moedas que o país usa no comércio internacional. A queixa é apresentada pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que exigem medidas ao Banco Central, como regulador do sistema financeiro nacional.

 

“Nos últimos tempos, a escassez de divisas tem sido uma preocupação crescente dos agentes económicos devido à queda das receitas nas exportações associada às medidas de restrição cambial adoptadas pelo Banco de Moçambique e outras variáveis económicas”, afirmou o vice-presidente da CTA, Zuneid Calumia, em conferência de imprensa.

 

Com efeito, o empresário disse que o mercado se depara com uma redução na disponibilidade de divisas, o que tem afectado directamente as operações externas. Estimativas da CTA mostram que, no período de Janeiro a Fevereiro de 2024, houve uma queda média mensal de 2,3% nas importações, enquanto no primeiro trimestre de 2024 a redução foi de 2,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

 

“O Banco de Moçambique tem adoptado medidas para gerenciar a liquidez em moeda estrangeira no país. A instituição enfatiza que os bancos comerciais têm exibido, em média, uma posição cambial positiva, indicando uma liquidez adequada para as necessidades do mercado. Do outro extremo, os bancos comerciais reportam posições cambiais positivas, mas enfrentam desafios na distribuição equitativa dessa liquidez”, afirmou Calumia.

 

Entretanto, segundo a fonte, após a retirada da provisão de divisas pelo Banco de Moçambique para o pagamento de importações de combustíveis, houve um aumento na demanda por divisas para suportar outras importações essenciais, como alimentos e medicamentos. Acrescentou que a redução nas transacções no Mercado Cambial Interbancário tem sido uma tendência preocupante, com uma queda acentuada de 78,6% no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao ano anterior.

 

“Como consequência da falta de divisas, há registo de transtornos, tais como: descredibilização dos fornecedores moçambicanos, multas por atraso de pagamento; atraso no fornecimento de serviços e expedição de equipamentos para Moçambique; queda da produção e de facturamento; falha no cronograma de conclusão dos projectos e aumento dos custos de implementação. No geral, a falta de divisas no mercado tem constrangido o processo de pagamento das facturas com o exterior”, afirmou o vice-presidente da CTA.

 

Como solução para mitigar o actual cenário, o sector privado aponta, dentre as várias medidas, a redução do coeficiente das reservas obrigatórias em moeda que actualmente se situa em 39%, facto que concorreria para libertar a liquidez para o mercado. Aliás, é uma posição defendida também pelo FMI na sua última missão a Moçambique.

 

“O Banco de Moçambique deveria abster-se de utilizar reservas mínimas como instrumento de política activa. No médio prazo, o Banco de Moçambique deverá também remunerar as reservas obrigatórias à taxa directora, absorvendo ao mesmo tempo as reservas excedentárias através de uma modalidade de colocação total de taxa fixa, caso contrário, os requisitos de reservas elevados e não remunerados poderão aumentar os riscos para a estabilidade financeira e dificultar a transmissão monetária”, lê-se no relatório da missão do FMI.

 

Para reverter o cenário, o FMI desafia o Banco de Moçambique a desenvolver ferramentas analíticas para avaliar o montante do excesso de liquidez estrutural e ajustar os rácios de reservas exigidas para que um volume apropriado de transacções directas continue a salvaguardar a transmissão monetária.

 

As reservas obrigatórias dos bancos comerciais estavam fixadas pelo Banco de Moçambique no coeficiente de 10,5% em moeda nacional e 11% em moeda estrangeira no início de Janeiro de 2023, mas nos primeiros seis meses de 2023, o Banco Central aumentou por duas vezes, com o argumento de absorver a liquidez (dinheiro) excessiva no sistema bancário, sob o risco de causar a subida generalizada de preços.

 

Com o aumento, em Junho do ano passado, as reservas em moeda nacional foram fixadas em 39% e 39,5% em moeda estrangeira. Isto significa que em cada 1000 Meticais/USD depositados nos bancos comerciais por clientes, 390 Meticais/USD devem ser reservados no Banco de Moçambique. (Evaristo Chilingue)

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As autoridades de Saúde em Moçambique anunciaram ontem, na Beira, que o país registou, nos últimos quatro anos, um aumento em 14% de novos casos de malária, um facto associado ao reforço da capacidade de diagnóstico.

 

“O aumento de casos neste período reflete a melhoria da nossa capacidade de diagnóstico. Nós estamos a testar mais, mas estamos a encontrar mais casos”, disse Ivan Manhiça, secretário permanente do Ministério da Saúde em Moçambique.

 

Ivan Manhiça, que falava na abertura da reunião anual do Programa Nacional de Controlo da Malária em Moçambique, afirmou que o país testou em 2023 cerca de 25 milhões de pessoas, contra 19 milhões em 2020.

 

“O aumento de casos de malária também está associado a outros fatores determinantes, como as mudanças climáticas e difícil saneamento do meio, que propiciam o aumento dos mosquitos causadores da malária, bem como ausência de meios suficientes para a sua prevenção”, declarou.

 

Segundo a fonte, o país também registou, entretanto, uma redução de 17% nos “casos severos” no mesmo período, passando de 69.286 casos em 2020 para 57.703 casos em 2023. A malária continua entre as principais causas de morte no país em crianças com menos de cinco anos.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a malária é uma das doenças mais mortíferas em África, matando quase meio milhão de crianças com menos de 5 anos, todos os anos, e representa aproximadamente 95% dos casos mundiais de malária e 96% das mortes em 2021. (Lusa)

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A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) diz que é tempo de o Governo acabar com o fenómeno dos raptos contra os empresários em Moçambique, sob o risco de ceder às pressões dos seus membros de paralisar o comércio no país. Em conferência de imprensa, o Presidente do Pelouro de Segurança e Protecção Privada, Pedro Baltazar, disse que, desde o recrudescimento do fenómeno, a CTA tem vindo a dialogar com o Governo para estancar o problema, mas sem sucesso.

 

No quadro do Diálogo Público Privado estabelecido, com vista a dar uma melhor atenção à advocacia contra os raptos, a CTA criou o Pelouro da Segurança e Protecção Privada que, dentre outras matérias, tem dialogado incansavelmente com diversos níveis governamentais. Paralelamente, junto aos associados, a CTA tem auscultado de forma permanente sobre as melhores abordagens para a erradicação do mal.

 

“Entre as recomendações dirigidas (a 17 de Julho corrente) ao Primeiro-Ministro e ao Ministro do Interior, realçamos medidas que incidem sobre a regulamentação específica sobre as matérias relativas aos raptos; reforço do sistema de segurança nacional, proporcionando mais investimento às Forças de Defesa e Segurança, bem como criar uma colaboração permanente com o sistema de segurança privada e a criação e operacionalização da Brigada Especializada Anti-raptos, que achamos de extrema relevância para o combate a este tipo legal de crime”, referiu Baltazar.

 

Segundo o empresário, a CTA tem estado ainda a partilhar com a imprensa, nos comunicados anteriores, os impactos negativos que este fenómeno tem causado na economia e, passados cerca de 12 anos desde a ocorrência do primeiro rapto, achamos que é tempo suficiente para que o Governo se posicione de forma mais pragmática e dar um “BASTA” a este mal.

 

Por isso, a CTA reitera a necessidade de o Governo acolher as propostas de medidas do sector privado discutidas no quadro do Diálogo Público-privado, pois, há uma forte paralisação do comércio, como forma de repudiar o mal.

 

“Os nossos membros, a comunidade empresarial no seu todo, têm estado a exercer pressão para que possamos tomar medidas radicais para pressionar o Governo. Vocês já ouviram que os empresários, várias vezes, ameaçaram paralisar a actividade comercial. Como líderes, temos estado a gerir estas pressões. O Governo é nosso parceiro e é por isso que optamos pelo diálogo. Entretanto, em algum momento, podemos não conseguir segurar essa pressão”, disse Baltazar.

 

Na ocasião, a CTA solidarizou-se com as comunidades mais afectadas, designadamente, Comunidade Hindú, Comunidade Islâmica, Associação Muçulmana de Empresários e Empreendedores Moçambicanos, bem como com a família do Agente da Polícia da República de Moçambique perecido, no rapto ocorrido na semana passada. Dados da CTA revelam que os raptos já extorquiram empresários em mais de 2 mil milhões de Meticais. (Evaristo Chilingue)

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O assunto está a chocar a sociedade moçambicana, com agravante de que os casos, às vezes, culminam com inquéritos que não convencem as queixosas, deixando as parturientes traumatizadas. Leila Marinela é uma jovem, de pouco mais de 35 anos de idade, mãe de três filhos e que deu entrada no Hospital Provincial de Maputo (HPM) em Julho de 2021, com a saúde até para dar e vender, segundo contou à nossa reportagem.

 

Ela conta que, durante a gravidez, tudo estava tranquilo até ao dia em que deu entrada no Hospital Provincial de Maputo. “Eu fui ao HPM no dia 04 de Julho de 2021 para dar parto, mas antes já tinha estado lá e a médica que me atendeu disse que seria um parto por indução ou cesariana porque o bebé não estava na posição certa. Quando fui no dia 04, eu informei a enfermeira que me atendeu o que a médica tinha diagnosticado, mas ela não considerou o que eu disse e mandou-me para um quarto no meio de muita dor”.

 

Nisso tudo, Leila Marinela conta que outra enfermeira acabou recomendando que ela fizesse ginástica para ajudar na dilatação e assim o fez. Mas no meio da ginástica, ela se queixava de dores.

 

“Continuei lá na sala de parto com as minhas dores, fui chamada porca e muitos outros nomes numa sala em que as enfermeiras sorriam. Depois de muita dor, uma enfermeira veio ter comigo com um comprimido para colocar por baixo da língua e assim o fiz. Pouco tempo depois comecei a sentir tudo a girar, meus maxilares a secarem e comecei a vomitar. Uma enfermeira de nome Ivone começou a chamar-me de porca, apagou a lâmpada e fechou a cortina e eu comecei a perder os sentidos”.

 

Mais ainda, Leila Marinela conta que, no meio do desespero, tentou apanhar sono e começou a sangrar. Acto contínuo, puxou o soro, encaixou na cama e começou a provocar ruído que acabou irritando o pessoal de serviço.

 

Começou a pedir socorro e a enfermeira Ivone tentou reanima-la. “Puxaram a minha cama para sala de parto onde apareceu uma mão escura de um homem, não consigo reconhecer a pessoa, mas ele pôs-me uma máscara na cara para me sedar e praticamente morri e só fui acordar no Hospital Central de Maputo (HCM)”, disse Leila Marinela.

 

Entretanto, no meio deste cenário, a entrevistada diz acreditar que os médicos abriram a sua barriga na dita “Operação barriga aberta”, tiraram o bebé e o seu útero e coseram.

 

“Eu não tive uma cesariana normal como se faz actualmente. Eles abriram-me do umbigo para baixo. Já no dia 05, quando acordei no HCM, numa sala estranha, envolvida em tubos, fui levada a um outro quarto de cuidados intensivos e foi de lá onde perguntei pelo meu bebé e fui informada que perdi o bebé e o útero. Achei estranho e procurei saber se a minha família sabia que eu estava ali e a médica disse que não sabia”, detalhou.

 

“Daí, a médica emprestou-me o celular, entrei em contacto com minha família e eles disseram-me que desde às 06h00 estavam no HPM e não havia nenhum registo meu. Então, eu disse à minha família que estava no HCM. Vieram e pedi que fossem ao Hospital Provincial levar o meu bebé mesmo estando morto e pedi que não realizassem o enterro antes de eu sair do hospital. Quando lá chegou, a minha família pediu o corpo do bebé porque na nossa tradição não deitamos fora ninguém, nós enterramos”, relatou Leila Marinela.

 

Em conversa com a “Carta”, ela conta que, ao chegar à morgue do HPM, a família foi informada que o chefe levara as chaves e que deveriam regressar no dia seguinte às 06h00 e assim o fizeram.

 

No dia seguinte, a família ouviu várias histórias relacionadas com Covid-19 e foi novamente no dia 07 de Julho e, finalmente, a tia da Leila foi autorizada a entrar na morgue, onde uma busca pelo corpo do bebé foi infrutífera.

 

“Depois de muita busca, a minha família saiu da morgue e foi interpelada por uma servente que entregou uma declaração de óbito. Entretanto, o meu cunhado disse que queriam o corpo e não o papel e ela deu costas sem dar uma explicação. Sem entender o que estava a acontecer, a minha família começou a procurar as instâncias superiores e tudo o que eu queria era que me entregassem o corpo do meu bebé”.

 

Dias depois, ela conta que se dirigiu ao HPM no dia 12 de Julho e foi recebida por uma médica que a chamou de sortuda porque teve seis balões de sangue e contou tantas histórias.

 

“Fomos à morgue novamente para saber o que aconteceu e ficamos a saber que nos dias 04, 05 e 06 julho não morreu nenhum bebé naquele hospital. As mortes começaram no dia 07 de Julho. Então, com tudo isso, deu para entender que elas roubaram o meu bebé. Não tenho corpo, não tenho útero, fui maltratada. Eu andava, eu corria, nunca tive nenhuma doença crónica, mas hoje tenho sequelas. Não posso mais fazer sexo sem dor, quando a temperatura muda eu viro outra pessoa, não posso mais usar salto alto e eu acredito que minha filha está viva. Neste momento, eu não estou a viver, mas sim a sobreviver”.

 

Sem que deixasse o caso morrer, Leila Marinela mandou uma mensagem para o Ministro da Saúde e ele respondeu que vai procurar conversar com a equipa, mas segundo ela, até hoje nada está a acontecer. Três anos depois, ainda aguarda pela resposta.

 

“Como bônus, Ivone foi mandada para estudar e eu aqui sem o meu bebé e sem nenhuma resposta. Já fui ao Provedor de Justiça, ao Ministério da Saúde e não está a acontecer nada. Hoje estou a receber ameaças da directora da Maternidade do HPM, sou perseguida por estranhos. Se eu morrer, o Hospital Provincial é que sabe”, lamentou.

 

Outro caso de desaparecimento de nado-morto ocorreu no mês de Junho de 2024, com Katia (nome fictício), residente no bairro Patrice Lumumba e que fazia o pré-natal no Centro de Saúde de Ndlavela. Durante o processo de pré-natal, Katia nunca apresentou nenhuma complicação, mas quando estava prestes a dar à luz, foi informada pela enfermeira que tinha tensão alta e que o peso dela havia aumentado bastante, o que a levaria a uma cesariana.

 

“Quando eu estava com 39 semanas de gestação, fui ao hospital para fazer a minha consulta de rotina. Quando lá cheguei, a enfermeira detectou tensão alta e disse que eu tinha que ficar de repouso, mas depois seria transferida para o Hospital Provincial da Matola para uma cesariana. Enquanto aguardava pela ambulância, deram-me quatro comprimidos para baixar a tensão”.

 

Ela explica que, quando chegou a ambulância, foi evacuada de Ndlavela e a viatura passou pelo centro de saúde de São Dâmaso onde levou outra paciente.

 

“Quando cheguei ao HPM fiquei muito tempo sem ser atendida, mas eu não sentia nenhuma dor. Um facto estranho foi quando uma enfermeira veio ter comigo e chegou já com um comprimido nas mãos e introduziu no meu órgão e acabei pegando sono. Ao cair da noite, chegou outra enfermeira, alegando que queria me introduzir outro comprimido, mas antes deu-me um comprimido para tomar e eu acabei cuspindo porque suspeitei que algo não estava a correr bem”.

 

Kátia conta ainda que começou a sentir-se mal quando no meio da noite mais duas pacientes foram colocadas para partilhar a mesma cama com ela. Ou seja, três pacientes na mesma cama. Mas no meio deste episódio, apareceu uma servente do hospital que a ajudou a fugir quando por volta das 23h00 já soube que não havia material para realizar uma operação.

 

“Saí e ninguém me viu, mas eu recebi ajuda de alguém que conhece os procedimentos daquele hospital. Mas no dia seguinte tive que ir ao Hospital Central porque já estava com umas dores estranhas e já não sentia o meu bebé a mexer depois dos comprimidos que me introduziram. Já no HCM, uma enfermeira atendeu-me e notou que o meu bebé já não tinha vida, mas me mandou de volta para casa, alegando que estava tudo bem”.

 

Contou que teve mais um cenário deplorável no HCM, onde um médico furou a sua bolsa e desapareceu. As enfermeiras só conversavam e diziam que eu tinha que fazer força para o bebé sair. Dali acabou fugindo para o Hospital Mavalane onde também, depois de muito sofrimento, a mãe acabou pagando para ser operada no dia 30 de Junho passado. Depois da operação, tiraram o bebé, mostraram-na que já não tinha vida, mas como estava sob efeito da anestesia pairou uma desconfiança se de facto o bebé era dela ou não.

 

A fonte diz que no momento em que a mãe chegou ao HGM procurou saber do bebé, mas não a mostraram e ela nunca mais teve informações sobre o mesmo.

 

“O hospital não me deu espaço para decidir se eu queria levar o meu bebé mesmo estando morto, nem me perguntaram nada. Eu fiquei com dúvidas por conta dos procedimentos que foram realizados. E hoje estou aqui com uma ferida e sem bebé nas mãos. Para mim, tudo foi programado desde o Centro de Saúde de Ndlavela porque, até onde eu sei, todos os doentes que saem de lá devem ser transferidos para o Hospital José Macamo, mas eu fui parar no HPM”.

 

Sem desarmar, tentou perguntar onde deixam os bebês mortos e responderam-lhe que não devia procurar saber sobre isso porque é assunto do hospital.

 

Tentamos ouvir o Hospital Provincial da Matola, mas sem sucesso, pois, deram-nos indicações de que devíamos escrever para a secretaria do hospital. Entretanto, já à saída do hospital, uma fonte que trabalha naquela unidade sanitária decidiu partilhar um pouco daquilo que sabe sobre o caso da Leila.

 

“O que sei sobre o dia do parto da Leila é que a mesma teve complicações na sala de parto e os médicos tiveram que decidir por uma cesariana. E por causa do estado dela, que era considerado grave, teve que se decidir por uma operação barriga aberta e que culminou com retirada do útero porque estava entre a vida e a morte. Durante o processo, Leila teve um forte sangramento e os médicos fizeram de tudo para salvar-lhe a vida e ela devia agradecer por estar viva. Depois que o bebé saiu morto, ela recebeu informação de que o bebé já não tinha vida, mas ela acabou ficando inconsciente e teve que ser transferida para o Hospital Central de Maputo”, explicou a fonte.

 

“Em relação ao envolvimento da Ivone no caso, penso que a Leila está a agir de má-fé. O que aconteceu é que quando a Leila foi levada para a enfermaria, pouco depois da cesariana, encontrou várias colegas de serviço e, no meio da conversa, as colegas acabaram gritando o nome da Ivone.

 

Nisso tudo, a Leila gravou esse nome e meteu na cabeça que está implicada no desaparecimento do seu bebé, mas a Ivone não esteve na sala de operação e nem podia sair da enfermaria no dia do parto da Leila porque ela era responsável pelos colegas.

 

A fonte diz que neste momento a Leila está a sofrer de algum transtorno e o hospital já a recomendou a tratar-se com um psicólogo. “A Leila já não está bem. O hospital foi obrigado a dar uma dispensa à colega Ivone para estudar fora de Maputo para afastar-lhe das ameaças da Leila. A Ivone já era perseguida mesmo na sua casa, recebia chamadas de ameaça e muito mais”.

 

Entretanto, conversamos ainda com uma outra fonte do Hospital Provincial da Matola para pedir esclarecimento sobre os procedimentos a seguir em relação a nados-mortos.

 

A fonte explicou a nossa reportagem que o primeiro passo passa por mostrar a paciente, neste caso, a mãe do bebé, caso esta não esteja em condições ou ausente, mostra-se aos seus familiares que estiverem por perto e, posteriormente, leva-se para morgue do hospital com uma identificação porque não pode ficar por muito tempo na sala do parto.

 

Contactamos a enfermeira Ivone Jerónimo, identificada pela Leila Marinela como sendo responsável pelo desaparecimento do seu bebé. A fonte mostrou-se com vontade de falar, mas disse à nossa reportagem que antes queria pedir a autorização do HPM.

 

“Eu até queria falar, mas quando perguntei a direcção do hospital disseram-me que não tenho que ser eu a responder sobre este caso porque sou uma simples funcionária e disseram ainda que a jornalista devia entrar em contacto com a Direcção Provincial de Saúde para mais detalhes”.

 

Em conversa com a Directora do Serviço Provincial de Saúde, Iolanda dos Santos Tchamo, esta esclareceu que a Inspecção-Geral de Saúde, o Ministério da Saúde e as autoridades sanitárias da província já trabalharam no assunto e neste momento o caso está na Procuradoria-Geral da República. (Marta Afonso)

 

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Está longe do fim a guerra que se vive no Automóvel & Touring Clube de Moçambique (ATCM), o maior e principal clube do desporto motorizado do país. Uma auditoria forense realizada àquela colectividade, referente ao período 2012-2017, destapa uma gestão danosa da anterior direcção, liderada por António Marques.

 

Entre os pecados atribuídos ao principal rosto do desporto motorizado, nos últimos 20 anos, em Moçambique, está a alienação de parcelas de terra, a celebração de contratos de parceria com imobiliárias sem a autorização dos associados e muito menos sem quaisquer ganhos para o ATCM e o gasto dos fundos do clube em viagens, algumas com pessoas estranhas à colectividade.

 

A auditoria, realizada em 2019 pela AccSys Moçambique, subsidiária do também moçambicano Grupo Meridian32, aponta oito parcerias desvantajosas celebradas pelo ATCM com igual número de empresas, sendo que algumas foram assinadas apenas pelo então Presidente da direcção da agremiação, António Francisco Marques. Apenas uma parceria deu frutos positivos.

 

A auditoria forense destapou também quatro negócios celebrados apenas por António Marques, na qualidade de Presidente do ATCM, e sem o conhecimento dos sócios e muito menos a intervenção de outra pessoa da direcção, facto que viola os estatutos do ATCM que obrigam a assinatura de dois membros do Conselho de Direcção.

 

De acordo com os números 3 e 4 do artigo 24 dos Estatutos do ATCM, a direcção da agremiação não pode adquirir, alienar, onerar, arrendar, ceder a exploração ou por qualquer modo ceder a título temporário o gozo ou uso de quaisquer bens imóveis pertencentes ao clube, sem o acordo da Assembleia-Geral.

 

Igualmente, os estatutos do ATCM estabelecem que actos e contratos que envolvam ou possam representar responsabilidades financeiras ou encargos apreciáveis para o clube carecem da assinatura do presidente da direcção e do tesoureiro, ou do presidente da direcção e de um secretário.

 

Em geral, a auditoria refere que os terrenos cedidos tinham um valor comercial de 71.540.000,00 USD, porém, a então direcção vendeu-os a menos de 13.4 milhões de USD, com o agravante de não ter tirado qualquer vantagem financeira da maioria dos acordos.

 

Lembre-se que António Marques deixou a presidência do ATCM em 2019, tendo sido substituído pelo advogado Rodrigo Rocha. Na hora de saída, Marques disse que deixava a instituição em bom estado de saúde, destacando os projectos de reabilitação do autódromo, assim como a elevação do nível competitivo dos pilotos dentro e fora do país.

 

Os detalhes deste escândalo financeiro serão divulgados amanhã, na primeira edição da “Carta da Semana”, o mais novo produto da Carta de Moçambique, Sociedade Unipessoal. (Carta)

quinta-feira, 25 julho 2024 08:41

Literatura/A greve das palavras

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A obra é uma colectânea de seis contos juvenis, nomeadamente, O livro desaparecido, Dandiwa, a menina que ganhou uma bolsa de estudos, Zumbido de pernilongo, A doença do nome bonito, O rato e o dicionário e A greve das palavras, que dá título ao livro.

 

“A greve das palavras” é um livro de incentivo à leitura. Através da história de um detective que investiga o desaparecimento de um livro, do dicionário que ensina um rato a roer as palavras, e das palavras de um livro que resolvem fazer uma greve, entre outros enredos que celebram a criatividade de Celso Celestino Cossa, mostra-se que o incentivo à leitura pode ser manifestado nas formas mais inusitadas.

 

(25 de Julho, às 17h00 no Centro Cultural Português)

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