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domingo, 30 dezembro 2018 14:23

Noel “Picasso”Langa . A vitalidade da arte

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Para lá de qualquer tinta, só existe um quadro. Uma história que se fez vida e obra. O resto seria a reinvenção da própria tela, dos olhares atentos, carregados, espantados pela destreza, de um povo que glorifica e venera o seu Pintor Mor. 



Apenas, passaram 80 anos. Quase todos em busca do além, do infinito e criatividade. Mas, 80 aninhos , seria só o tempo. O espírito Noelino, a dimensão artística, humanista e veia de libertação, ainda procuram os caminhos da perfeição, sonho, desejo, peregrinação .



Noel Langa nasceu pintando o útero de sua Mãe, também ela dotada e talentosa ceramista. Seu Pai gestor de pedras que enriquecem o branco, pavimentou a estrada para que o menino Picasso e prodígio dos seus professores e Mestres, crescesse nas ondas das libras esterlinas. 



Revolucionou as pinturas de sua casa, ante a cumplicidade de sua Mãe, com carvão e outras invulgares tintas, oriundas de uma natureza generosa. Não sei quem o ensinou a cozinhar, mas, o seu bacalhau a Gomes de cá, é imbatível.



Estudou decoração e pintura e, só não se juntou a Mondlane, mesmo o tendo conhecido, em 1961, na sua última passagem pelo sul do país, porque o sonho das liberdades se erguem e constroem-se, em todos os cantos. As resistências e emancipações fazem estas terras do Índico, nas suas mais variadas dimensões. De todos se faz um país e uma revolução. 



Noel tem sido o Mestre de outros Mestres. Pintores que preenchem as paredes de suas galerias, com suas utopias, desencantos, sonhos e destrezas. Em cada pincel, as vontades de criar um novo mundo e uma vida eterna. 



No findar de mais um aniversário e, outro ano gregoriano, numa manhã de chuva de cores e aguarelas, apenas quisemos brindar e desejar ao consagradíssimo Mestre Noel Picasso Langa, longa vida , muita arte, saúde e estima de um povo e amigos que se cruzam numa vênia merecida, diante desse tão notável percurso de curvas poéticas. Passamos a manhã da última sexta feira do ano 2018 no Atelier em curso para Centro Cultural Arco Íris, no historico bairro Indígena, entre telas e cores se fez o arco íris de outras vivências. (Jorge Ferrão)

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