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sexta-feira, 13 dezembro 2019 07:14

Nasce Câmara de Gás e Petróleo em Moçambique

Florival Mucave, Presidente da Comissão Instaladora da Câmara de Gás e Petróleo de Moçambique

Onze de Dezembro de 2019 marcou o nascimento, em Maputo, da Câmara de Gás e Petróleo de Moçambique (CGPM), uma organização sem fins lucrativos, a ser guiada por códigos internacionais de conduta, transparência e boa governança.

 

O Presidente da Comissão Instaladora da CGPM, Florival Mucave, explicou que a organização vem permitir que as Pequenas e Médias Empresas nacionais (PME) possam interagir com as multinacionais do gás e petróleo, identificar oportunidades de negócios e criar um alinhamento entre essas oportunidades e potenciais investidores.

 

Mucave acrescentou ainda que, por via da CGPM, as PME nacionais serão capacitadas, através da transferência de conhecimento e tecnologia, com vista a colaborar com potenciais parceiros e negociar colectivamente os seus interesses sectoriais.

 

O Presidente da Comissão Instaladora acrescentou que a organização irá também dedicar-se ao desenvolvimento de um banco de dados relativos às PME nacionais, fazer análises de lacunas sectoriais e ligações relativas à indústria do gás e petróleo.


De um modo geral, a fonte afirmou que a Câmara vem para ser uma “voz” constituída por privados e sociedade civil, que possa interceder pelas PME no negócio de gás com as multinacionais que operam no país, principalmente, na Bacia do Rovuma.

 

Mucave explicou que a criação da Câmara é sustentada pelo facto de a exploração sustentável das descobertas de gás natural em Moçambique exigir, entre outras, instituições públicas e privadas respeitáveis, capazes de garantir que a indústria de gás e petróleo no país cresça de maneira comercialmente viável e coordenada, que tome em consideração os avultados investimentos feitos pelas multinacionais do gás e petróleo, às necessidades tangíveis de uma população jovem e com grandes expectativas a curto prazo.

 

Convidadas para o evento, diversas personalidades foram unânimes ao afirmar que a CGPM não deve ser mais uma organização, que, em nome da maioria, pretenda satisfazer os interesses das pessoas que a criaram e, por consequência, inútil para a sociedade.

 

O empresário e antigo Governador do Banco de Moçambique Prakash Ratilal saudou a iniciativa, mas disse ser necessário clarificar-se o lugar e funções da organização em relação às outras câmaras, para que não haja atropelos. “Se não houver uma precisão, sobre o que é, qual o seu lugar, qual a sua função, quais os seus limites e responsabilidades, esta instituição corre o risco de não poder vingar, apesar dos bons propósitos que ela incorpora”, acrescentou Ratilal.

 

Para além de saudar a iniciativa, o Bastonário da Ordem dos Advogados, Flávio Menete, disse que é preciso que a Câmara traga frutos, ajudando de facto as PME a integrar o sector de petróleo e gás.


“Que os fundadores dêem permanentemente ideias inovadoras, que promovam debates para assegurar que a Câmara tenha vida e, de facto, seja uma voz para as PME que pretendem ou que actuam neste sector”, apelou Menete. (Evaristo Chilingue)

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