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quinta-feira, 30 julho 2020 07:01

AAM diz que o país pode aumentar receita com aposta na qualidade da semente de algodão

Estudo levado a cabo pela Associação Algodoeira de Moçambique (AAM) conclui que o deslintamento da semente representa uma grande oportunidade para melhoria dos resultados do subsector, estimando-se um impacto potencial que poderá, em 10 anos, ser superior a 150 milhões de USD em termos de aumento de receita.

 

Em seminário havido esta terça-feira (28), a AAM apresentou, no âmbito do estudo, um projecto para a melhoria da qualidade da semente de algodão. Diz a organização que requer um investimento entre 1.5 e 5.5 milhões de USD, para uma unidade industrial central de deslintamento, tratamento e embalamento de semente, com a opção de ser implementado de uma forma conjunta pelas empresas, num modelo de cooperativa, com representatividade das outras instituições relevantes nos órgãos sociais.

 

A Associação entende que, sendo um projecto de investimento bastante expressivo e de elevada exigência organizativa e operacional, recomenda-se que haja uma primeira fase embrionária para confirmação dos pressupostos em menor escala de operação, utilizando-se equipamentos de pequena dimensão ao nível de cada empresa. Esta fase inicial deverá ser preparada em curto prazo e deverá ter uma duração indicativa de duas campanhas.

 

Numa nota de imprensa, os produtores de algodão destacam a importância do projecto pelo facto de o sector de algodão assistir mais de 150 mil famílias e fonte de sustento de mais de um milhão de pessoas do meio rural no país. Enaltecem ainda que o serviço de fomento aos agricultores familiares seja prestado pelas empresas, num regime de concessão, acto para o qual contam com vastas redes de extensão, distribuição, armazenagem e logística.

 

“Todos os anos, as empresas distribuem mais de 5 milhões de USD em insumos e ferramentas agrícolas, assumindo inteiramente o risco de crédito junto da população rural e informal. Nos últimos anos, os volumes nacionais de exportação de algodão fibra têm variado entre os 40 e os 70 milhões de USD, dos quais cerca de 60% são canalizados aos produtores, na compra da sua produção, que é feita pelas empresas, sem intermediários e com supervisão e controlo do IAM. O Subsector conta com 10 fábricas de processamento, gerando cerca de 40 mil postos de emprego directo e indirecto na cadeia de valor”, refere a fonte.

 

A AAM lembra que o sistema de sementes de algodão, em Moçambique, tem o suporte do Governo, através do subprograma de Revitalização da Cadeia de Valor do Algodão, na componente de aumento da produtividade, produção e qualidade do algodão em Moçambique, alinhado com o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário e Plano Quinquenal do Governo. (Carta)

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