Caiu feito uma bomba o anúncio de adjudicação directa à famosa “Sapataria Zinha”, na cidade da Beira, dos serviços de aquisição de mobiliário para casa protocolar do Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) e dos serviços de aquisição de fardamentos e calçados para aquela instituição, a nível da sua delegação na capital provincial de Sofala, nos valores de 77.641.600,00 Mts e 13.743.755,00 Mts, respectivamente.
Os números, que vieram engrossar a extensa lista de concursos cujas adjudicações e valores sugerem corrupção, foram publicados no dia 30 de Junho de 2017, na página oficial da Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições (UFSA), entidade que coordena e supervisiona toda a actividade relacionada com a contratação pública, gestão do sistema nacional centralizado de dados e informação e dos programas de capacitação em matéria de contratação.
Entretanto, solicitado pela “Carta” a esclarecer os valores que voltaram a ser motivo de preocupação social, assim como a opção pela já famosa “Sapataria Zinha”, que se tornou popular depois de fornecer uma banheira de hidromassagem ao Governador da província de Sofala, o Director-Geral do INAHINA, Simião Munguambe, revelou não saber o que terá acontecido para que o valor aparecesse inflacionado na página da UFSA.
De acordo com os documentos do concurso apresentados à “Carta”, pelo dirigente, o mobiliário para a casa protocolar custou 776.716,00 Mts e os fardamentos e calçados custaram 137.437,55 Mts. Munguambe entende que deve ter havido engano no processo de digitação dos números.
O mobiliário em causa era composto, entre outros artigos, por um jogo de sofás, uma geleira, cama casal completa, duas camas ¾ e destinava-se a uma casa tipo três, que, à data dos factos, a instituição acabara de reabilitar naquele ponto do país.
Em relação à escolha da famosa Sapataria Zinha, o entrevistado disse tratar-se de uma empresa que se dedica à prestação de diversos serviços, incluindo a venda de mobiliários. Aliás, as facturas disponibilizadas à “Carta” revelam que a “Sapataria Zinha” tem uma espécie de subsidiárias, destacando-se a “Zinha Home Mobiliário”, especializada na venda de mobiliários; uma subsidiária dedicada à moda e confecções; e outra dedicada a “diversos”.
Referir que os números partilhados durante os últimos dias não só deixaram a sociedade preocupada, como também mexeram com a estrutura da Procuradoria-Geral da República que já começou a investigar o tipo de mobiliário que tenha custado mais de 77 milhões de Mts. (A.M.)
O Indicador de Clima Económico (ICE) das empresas moçambicanas subiu em junho pelo terceiro mês consecutivo, embora de forma ligeira, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE). O índice subiu de 96,6 em maio para 96,9 em junho.
O INE refere que a subida foi influenciada principalmente pelas perspectivas favoráveis de emprego.
"O indicador do clima económico (ICE) recuperou ligeiramente depois do abrandamento registado entre os meses de janeiro e março, facto que esteve em linha com as expectativas de emprego apreciadas positivamente no período em análise", lê-se no boletim de Indicadores de Confiança e de Clima Económico.
As expectativas de emprego contrapõem-se "à perspetiva de procura que continuou com perfil descendente pelo segundo trimestre consecutivo".
Os indicadores de Confiança e de Clima Económico constituem uma publicação mensal sobre a conjuntura económica de Moçambique, compilada com base num inquérito de conjuntura realizado também todos os meses pelo INE às empresas do setor não financeiro.
"O estudo expressa a opinião de agentes económicos acerca da evolução e perspetiva da sua atividade, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações de atividade", explica o INE moçambicano. (Lusa)
A taxa de juro de referência do sistema financeiro de Moçambique ('prime rate') vai descer em Agosto de 19,3% para 18,5%, anunciaram ontem a Associação Moçambicana de Bancos e o banco central em comunicado.
Esta é a segunda descida consecutiva este ano num movimento de alívio dos custos dos empréstimos. O valor de 18,5% vai vigorar a partir de quinta-feira e durante o mês de agosto.
Desde que foi criada, em Maio de 2017, a taxa de referência nunca subiu e já caiu 9,25 pontos percentuais. A criação da 'prime rate' foi acordada entre o banco central e a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro e entrou em vigor a 01 de junho de 2017.
O objetivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, "acrescida de uma margem (spread), que será adicionada ou subtraída à 'prime rate' mediante a análise de risco" de cada contrato, explicam os promotores. Noutra tabela divulgada hoje pela Associação Moçambicana de Bancos e pelo banco central é apresentado o 'spread' padrão (acréscimo à taxa de juro) de 17 instituições de crédito.
No crédito a particulares e consoante o banco, essa margem varia entre 2,50 e 40,70 pontos percentuais para o crédito ao consumo e entre um e seis pontos para crédito à habitação.
No crédito às empresas, a margem pode ser nula ou ir até 22,70 pontos para empréstimos até um ano, ou variar entre um e 22,70 pontos para prazos maiores. As operações de 'leasing' estão sujeitas a 'spreads' entre dois e 5,50 pontos para 'leasing' mobiliário e entre 1,50 e 5,50 para 'leasing' imobiliário. (Lusa)
O valor do comércio entre a China e os países de língua portuguesa cresceu 3,8% em termos homólogos para 58 836 milhões de dólares no período entre Janeiro e Maio de 2019, segundo dados oficiais chineses divulgados pelo Fórum de Macau.
A China exportou nesse período de cinco meses para os oito países de língua portuguesa produtos no valor de 16 227 milhões de dólares (-4,51% em termos homólogos) e importou bens no montante de 42 608 milhões de dólares (+7,47%), assumindo dessa forma um défice comercial de 26 381 milhões de dólares.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) realiza, no próximo ano, em todo o país, o primeiro inquérito nacional sobre o impacto do acesso à energia sustentável, revela um comunicado da instituição recebido ontem na nossa redacção.
A nota adianta tratar-se de uma operação estatística que tem como objectivo recolher dados que contribuam para o conhecimento sobre o acesso e impacto da energia sustentável e moderna a nível dos Agregados Familiares em Moçambique. “A informação a ser recolhida irá contribuir para a chamada iniciativa ‘Energia Sustentável para Todos’, inscrita nos objectivos das Nações Unidas”, refere a nota.
A realização do projecto está a cargo do INE em coordenação com o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) e conta com o financiamento da Agência Norueguesa de Desenvolvimento (NORAD).
De acordo com o comunicado, outro dos objectivos a alcançar com a iniciativa é desenvolver e fortalecer as capacidades do INE nos capítulos técnicos e de recursos humanos, criar bases que contribuam para melhorar a planificação baseada em evidências, com vista a facilitar o acesso à energia sustentável em todo o país, contribuir para facilitar a medição do nível do acesso à energia sustentável e o seu impacto no desenvolvimento económico e no bem-estar das comunidades.
Por último, a nota refere que com a consulta pretende-se definir a plataforma de conhecimento baseada em evidências, facilitando, por consequência, a alocação de recursos públicos, do sector de energia, de forma economicamente mais rentável e de acordo com prioridades claras.
“A operação será antecedida de um inquérito piloto. Este, por sua vez, será precedido por um pré-teste, a ter lugar em Agosto próximo, nos Distritos de Xai-Xai e de Limpopo, Gaza, em seis Áreas de Enumeração, previamente seleccionadas. O teste tem como finalidade avaliar a operacionalidade de todo o conjunto de instrumentos desenhados para medir o impacto do Acesso à Energia Sustentável”, acrescenta a fonte.
O acesso às energias renováveis e acessíveis constitui o sétimo Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da agenda 2030, adoptados pela quase totalidade dos países do mundo, no contexto das Nações Unidas. O cumprimento desta tarefa requerer actividades coordenadas de monitoria e avaliação do impacto de implementação dos projectos ligados à energia.
No caso particular de Moçambique, a NORAD tem participado activamente no apoio às iniciativas governamentais e do sector empresarial de electrificação e acesso a energias renováveis e sustentáveis nas comunidades. Nesse contexto, salienta o comunicado, o organismo de produção de estatísticas daquele país nórdico assinou um Memorando de Entendimento com o INE no qual figura, entre outros objectivos, a realização do Inquérito sobre o Impacto do Acesso à Energia Sustentável em Moçambique em 2020. (Carta)
O grupo Mitrelli procedeu recentemente ao lançamento da primeira pedra para a construção de um terminal graneleiro de cereais no porto de Nacala, província de Nampula, região norte de Moçambique.
A construção do terminal acontecerá em duas fases distintas, sendo que a primeira inclui um terminal de cereais com uma capacidade de descarga de 300 toneladas por hora, uma capacidade de armazenamento de 40 mil toneladas e instalações de embalagem. A segunda fase, a desenvolver-se no decurso do terceiro ano de operações, inclui a construção de terminal de adubos a granel, adjacente ao terminal de cereais e com capacidade semelhante.
A agência noticiosa AIM escreveu que o investimento total está estimado em 200 milhões de dólares. O grupo Mitrelli, de origem israelita, está presente em três países africanos, Angola, Gana e Quénia, sendo o corrente investimento o primeiro que efectua em Moçambique. (Macauhub)