Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Empresas, Marcas e Pessoas

A empresa Águas da Região de Maputo (AdeM) anunciou, nesta quinta-feira (06), o fim das restrições no fornecimento do precioso líquido, na província e cidade de Maputo, até à próxima época chuvosa (Outubro).

 

O anúncio resulta do incremento de 18 milhões de metros cúbicos de água na Barragem dos Pequenos Libombos, distrito de Boane, provenientes do vizinho Reino de eSwatini, a pedido do Presidente da República, Filipe Nyusi, aquando da sua visita, em meados de Março último.

 

Falando em conferência de imprensa, o PCA da AdeM, Elias Machava, afirmou que, com mais água (cerca de 120 milhões de metros cúbicos, neste momento), aumenta também a produção deste líquido na Estação de Tratamento do Umbeluze, passando a receber 2,56 metros cúbicos de água por segundo de descargas da Albufeira, contra os anteriores 2,15.

 

“Com o aumento da descarga, é nossa espectativa incrementar a produção actual em 20 a 25 por cento. Ou seja, passaremos a produzir entre 90 a 95 por cento da capacidade total, o que vai permitir, de certa forma, fazer o levantamento efectivo das excepções no fornecimento de água”, afirmou Machava.

 

Segundo o PCA da AdeM, como consequência do aumento da produção, a empresa passa de seis a 10 horas de distribuição diária, para 10 a 15 horas.

 

Para além de aumentar quantidades e horas de distribuição, a empresa vai, igualmente, voltar a fornecer água àqueles clientes que vivem nos bairros mais afectados, por estarem nas extremidades da rede de distribuição. São eles, os bairros Juba, Jonasse, Campuane e Mulotane, em Boane; Tchumene, na Matola; e George Dimitrov, 25 de Junho, Mapulene e Chiango, na Cidade de Maputo. No total, 14 mil famílias ficaram afectadas com a situação.

 

Contudo, o PCA da AdeM frisou que o fornecimento de água àquelas famílias só será restabelecido depois do término das obras, que visam melhorar a distribuição, previsto para finais de Junho corrente.

 

No entanto, a empresa apela ao uso racional da água, de modo que continue a ser abastecida até à próxima época chuvosa. (Evaristo Chilingue)

Cerca de 200 jovens serão absorvidos, ainda este mês, pelo mercado de emprego, num total de 500 jovens submetidos a entrevistas, testes psicotécnicos e testes de aptidão por várias empresas, num universo de 14 mil candidatos. A iniciativa é da empresa UX Information Technologies que, através do seu portal emprego.co.mz, levou a cabo uma feira de emprego cuja primeira fase terminou ontem. A segunda fase, que contará com a participação dos pré-seleccionados, irá decorrer no próximo dia 17 de Junho. Segundo o Co-fundador da UX, Frederico Peres da Silva, a realização desta feira tem como objectivo proporcionar aos jovens moçambicanos um espaço (inovador) de interacção entre as empresas e os futuros profissionais.

 

 A fonte disse que, depois da realização da feira, a UX espera contribuir para a empregabilidade em todo o país, através das suas plataformas,  denominadas Biscato.co.mz e o Emprego.co.mz. O evento contou com o patrocínio do Projecto Mozambique LNG, liderado pela Anadarko, da Vale Moçambique, Heineken Moçambique, Cimentos de Moçambique, Twigg, Instituto Nacional de Petróleo, Standard Bank, Contact, Porto de Maputo e International Youth Foundation, que são as empresas que irão empregar os jovens dentro dos próximos dias.

 

Realçou, igualmente, que a empresa UX Information Technologies, através do seu portal de emprego, criado a 01 de Maio de 2012, conta com mais de 165.600 candidatos registados, e 1.520 empresas já publicaram suas vagas.  Opera em Moçambique, Angola e Grécia. Entretanto, Frederico dos Santos explicou que, para solucionar o problema do desemprego, no país, as pessoas devem criar o auto-emprego e fazer um negócio, para que não fiquem dependentes da contratação das grandes empresas.

 

Por sua vez, o representante da Anadarko no evento, Hélio Santos, afirmou que a empresa decidiu abraçar o projecto porque não só aglutina o pessoal local, como também vai até ao quadrante internacional, dado existirem vários moçambicanos a estudar fora do país e com muita vontade de voltar para trabalhar.  (Marta Afonso)

O engenheiro moçambicano Rui Fernandes, que serviu o País na área das telecomunicações desde a independência nacional até ao ano 2007, foi distinguido na terça-feira, 4 de Junho, pela Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP), na categoria “Carreira”.

 

A distinção, feita durante o XXVII Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas, que teve lugar na cidade de Maputo no dia 4, resulta do seu contributo no desenvolvimento, expansão, consolidação e modernização das telecomunicações em Moçambique, através, por exemplo, da criação e desenvolvimento das empresas TDM-Telecomunicações de Moçambique e mcel-Moçambique Celular.

 

Ao lado de outros quadros nacionais, Rui Fernandes contribuiu, igualmente, para o estímulo, desenvolvimento e modernização constantes do sector, sendo disso exemplo o facto de ter sido sob a sua liderança que foi lançada a rede doméstica via satélite, a expansão e digitalização da rede fixa e a primeira ligação de transmissão em fibra óptica em Moçambique (ligação submarina Maputo-Beira), bem como a primeira operação móvel no País. 

 

Visivelmente emocionado depois de receber a distinção, Rui Fernandes disse sentir-se honrado com o prémio, principalmente por ter sido atribuído por uma organização que engloba todos os países de expressão portuguesa: “É um prémio que é instituído pela primeira vez e que reconhece as carreiras de diversas pessoas que lideraram as organizações das telecomunicações dos países membros da AICEP”.

 

Na ocasião, o distinguido realçou o facto de a sua carreira ter sido feita de desafios, tendo em conta que fez parte dos quadros que garantiram a continuidade das operações das telecomunicações depois da proclamação da independência nacional, em 1975, para além de ter o seu nome associado ao lançamento da telefonia móvel no País.

 

“Fui um privilegiado. Fiz parte do grupo de quadros moçambicanos que garantiu a manutenção dos sistemas das telecomunicações logo a seguir à independência, até haver os primeiros investimentos na área. Participei na criação da TDM e, 15 anos depois, no lançamento da mcel. Passei toda a carreira a enfrentar os desafios das comunicações em Moçambique e a liderar um grupo de quadros com capacidades fantásticas, com o apoio do Governo enquanto accionista e tutela”, explicou Rui Fernandes.

 

Depois de vários anos ao serviço do País, Rui Fernandes reformou-se e deixou o sector em 2007, com a convicção de que, na altura, “já estavam lançadas as bases para o desenvolvimento das redes fixa e móvel, bem como da internet e de outros serviços associados. Penso que conseguimos atingir os objectivos em termos de agenda nacional de desenvolvimento para o sector”.

 

Para Rui Fernandes, uma das coisas que o deixam honrado, para além do prémio que lhe foi atribuído, é testemunhar o desenvolvimento dos quadros que ajudou a formar: “Vê-los a crescer e a aplicar os conhecimentos que receberam de nós, é a melhor homenagem. Hoje estão a servir não só as operadoras de telecomunicações e o regulador, mas também outras empresas que fazem parte da economia do País”.

 

Durante a cerimónia, foram também distinguidos Jorge Frazão, administrador delegado da CST-Companhia Santomense de Telecomunicações, na categoria Liderança, bem como os projectos Portal de Desalfandegamento (CTT-Correios de Portugal), South Atlantic Cable System (Angola Cables) e RTC Mobile (Rádio e Televisão de Cabo Verde), na categoria Inovação.

 

Das empresas que fazem parte da AICEP, em representação de Moçambique, constam a Tmcel-Moçambique Telecom, SA., Correios de Moçambique, a TV-Cabo, a Televisão de Moçambique, entre outras.

 

Importa realçar que a AICEP é uma associação internacional que visa a promoção do estreitamento das relações entre os seus membros, de modo a contribuir para a harmonização, desenvolvimento e modernização das comunicações no seio das respectivas organizações, incluindo o apoio directo e efectivo a programas e projectos nos países de língua portuguesa, através de acções de cooperação para o desenvolvimento.

 

Actualmente, a AICEP é constituída por 40 operadores de correios, telecomunicações, conteúdos (televisão) e órgãos reguladores de comunicações dos nove países e territórios de língua oficial portuguesa, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. (FDS)

quarta-feira, 05 junho 2019 07:11

Gapi financia jovens empresários recém-formados

Mais jovens técnicos recém-formados, na província do Niassa, acederam esta semana a crédito no âmbito do programa agro-jovem, elevando assim para 121 o total de novos negócios já financiados em todo o País, num montante de quase 70 milhões de Meticais. 

 

Diamantino Vumbuca (32 anos) e Franquilino Carvalho (30 anos) recém formados em agro-pecuária pela Universidade Pedagógica, são os dois novos empresários que, com o acesso a cerca de 900 mil meticais, estão a iniciar a criação suína e avícola respectivamente, gerando cerca de 10 novos postos de trabalho.

 

O Agrojovem, que conta com o apoio da DANIDA, foi lançado em Junho de 2015 pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, aquando da passagem dos 25 anos da Gapi. 

 

Hoje está a operar em todas as províncias, em colaboração com 20 universidades e escolas técnicas superiores. Este programa começou a ser implementado em Niassa, em 2017, e até agora concedeu cerca de 3 milhões de meticais em crédito a oito iniciativas empresariais que permitiram a criação de cerca de 30 postos de trabalho.

 

Para responder à crescente procura e expectativas geradas pelo Agrojovem e outras iniciativas focadas no fomento do empreendedorismo entre jovens, a Gapi está a ampliar o foco e abrangência deste projecto, convertendo-o num programa mais amplo – o Juve-Inova – que será lançado brevemente, em parceria com outras instituições vocacionadas a apoiar a iniciativa empresarial privada.

 

A Gapi está também a desenvolver soluções locais que possam melhorar a disponibilidade de serviços financeiros a estas micro e pequenas empresas. Além do apoio a dezenas de organizações de poupança e crédito de natureza comunitária, como as que estão a surgir no âmbito de programas públicos como o PROMER, em implementação no Niassa, a Gapi está a investir em microbancos formais cujo enfoque são os pequenos negócios.

 

Em parceria com outros investidores locais, está praticamente concluído o projecto para a constituição da Caixa Geral de Poupança e Crédito (CGPC) do Niassa. Projectos semelhantes estão a ser finalizados para outras regiões do País onde, à luz da estratégia de inclusão financeira definida pelo Banco de Moçambique e pelo Governo, é prioritário promoverem-se investimentos que melhorem e diversifiquem a oferta de serviços financeiros em zonas rurais e com impacto social.(FDS)

O Millennium Bim procedeu, semana finda, ao lançamento da primeira pedra para a construção de três novas agências bancárias, localizadas nos distritos de Macossa e Tambara, na província de Manica, e no distrito de Mecufi, na província de Cabo Delgado. Os três balcões irão beneficiar e promover a inclusão financeira de um total de cerca de 168.000 habitantes, residentes naqueles distritos do país.

 

Os novos balcões fazem parte das 12 agências bancárias que o Millennium Bim irá construir, este ano, no âmbito do Programa “Um Distrito. Um Banco”, levado a cabo pelo Ministério da Terra e Desenvolvimento Rural (MITADER), através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS).

 

De acordo com uma nota de imprensa, enviada à “Carta”, o Millennium Bim pretende, com a expansão da sua rede de balcões e de inclusão financeira, que inclui a bancarização das comunidades rurais, reforçar o seu posicionamento de banco de confiança “Aqui Consigo”, de todos e para todos. Refere ainda que, desta forma, reafirma o seu compromisso de “bem-servir” aos moçambicanos e ao público em geral.

 

Em contrapartida, refere o banco, o investimento irá gerar impactos positivos não só na comunidade local, mas também na economia nacional, permitindo a população daqueles locais ganhar autonomia financeira para as suas poupanças, assim como para a sua produção, encurtando a distância percorrida em busca de serviços financeiros e bancários.

 

Por exemplo, em Manica, concretamente nos distritos de Macossa e Tambarra, em que vivem cerca de 105.000 habitantes, as cerimónias contaram com a presença do Governador da província, Manuel Alberto, que, durante a sua intervenção, falou das mais-valias que estes novos espaços trarão para a província, bem como os impactos macroeconómicos que poderão advir dos mesmos. Aliás, em Macossa, o Millennium Bim será o primeiro a instalar-se naquele distrito.

 

Por outro lado, em Cabo Delgado, no distrito de Mecufi, com cerca de 63.000 habitantes, onde o Millennium Bim será a primeira instituição financeira presente, o evento contou com a presença administrador do distrito, Bachir Anli e da Directora da filial do Banco de Moçambique, em Pemba, Paula Libombo, ambos com um discurso positivo e de satisfação pelo esforço do Governo e do Millennium Bim em prover serviços bancários e promover a inclusão financeira para as populações.

 

Com esta iniciativa, o Millennium Bim reforça ainda mais a sua presença, nestas províncias, onde, de resto, é já o banco com maior representatividade face à concorrência. O banco garante que tem desenvolvido uma forte aposta na inovação e na qualidade dos serviços prestados, contribuindo assim para o benefício dos consumidores e para o crescimento do País. (Carta)

Poucas semanas depois da aprovação do Plano de Desenvolvimento do Projecto Rovuma LNG, liderado pela norte-americana Exxon Mobil, na Área 4, o Governo, através do Instituto Nacional de Petróleo (INP), diz estar a preparar um Seminário de Oportunidades de Negócios, a ser organizado em parceria com aquele grupo de investidores, nos próximos meses. A informação foi avançada, sexta-feira finda (31 de Maio), pela Directora de Conteúdo Local no INP, Natália Camba, durante a formação dos empresários sobre conteúdo local, organizada pelo “Speed+”, um projecto da USAID destinado ao desenvolvimento económico.

 

Camba explicou que, à semelhança do que aconteceu com o evento organizado pela Anadarko, no ano passado, na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, o Seminário do consórcio liderado pela Exxon Mobil visa divulgar todas as oportunidades a serem absorvidas pelo empresariado local, incluindo as condições de acesso, custos, prazo e requisitos para fazer negócios com as multinacionais.

 

“Para além das oportunidades de negócio, espera-se também a identificação e captação de potenciais empresários moçambicanos sem filiação a nenhuma associação para o nosso registo, a fim de apoiá-los a ligarem-se directamente com os contratantes”, acrescentou Camba.

 

Segundo Camba, outro benefício do Seminário é permitir ao empresário o seu cadastro directo na concessionária, para, por um lado, passarem a receber em tempo útil todas as oportunidades de negócios disponíveis e, por outro, para conhecer as suas fragilidades, o que os levará a busca de capacitação para se tornarem verdadeiros fornecedores da concessionária. Sem apontar as datas, Camba disse que, graças à experiência obtida no seminário anterior, a preparação da segunda edição está numa fase avançada e, dentro de um mês, o Governo se irá pronunciar.

 

“Olhando para aquilo que foi o seminário da Anadarko, onde participaram mais de 1100 empresários que, mesmo com custos elevados e adversidades, conseguiram deslocar-se para Pemba, acredito que podemos ter muito mais”, garantiu Camba. O seminário de oportunidades locais é, segundo o INP, um programa que vai ser replicado para todos os projectos que se preparam para explorar gás natural, na Bacia do Rovuma, distrito de Palma, província de Cabo Delgado. (Evaristo Chilingue)