A Gapi-Sociedade de Investimentos acaba de anunciar uma doação de três milhões de Meticais, destinados à reconstrução de mercados e relançamento de pequenos negócios nas zonas afectadas pelo ciclone Idai. A Fundação Fernando Leite Couto lançou um apelo à solidariedade em prol das vítimas do ciclone Idai. O apoio será, numa primeira fase, destinado a um fundo de emergência gerido em parceria com a Cruz Vermelha. Numa segunda fase, essa ajuda será dirigida para a reconstrução de infraestruturas.
Em resposta, a Gapi - Sociedade de Investimentos decidiu prestar apoio no relançamento da economia local em municípios e vilas identificados, em função da gravidade dos impactos da intempérie. A intervenção estará focada no relançamento de pequenos negócios que dinamizam a economia das comunidades a longo prazo.
Assim, os 3 milhões de Meticais, doados pela Gapi-SI, através da Fundação Fernando Leite Couto, serão destinados a apoiar a reabilitação de mercados e pequenos negócios em Maquinino (Beira) e nos distritos de Nhamatanda, Dondo, Búzi, Gorongosa, Caia, Gondola, Sussundenga e Nicoadala. A aplicação destes fundos será feita em colaboração com as autoridades locais. (Carta)
José Craveirinha, o poeta maior de Moçambique que morreu em 2003, tem novo livro, lançado postumamente. Chama-se ‘Moçambique e Outros Poemas Dispersos’ e foi publicado há dias em Maputo. Nesta obra de 176 páginas, composta por mais de 70 poemas e que Craveirinha escreveu entre 1950 e 1970, pode observar-se um particular pendor de intervenção político-social atento à realidade então prevalecente em Moçambique, como referiu o administrador do BCI, José Furtado.
A obra tem ainda a particularidade de incluir notas explicativas de duas conceituadas investigadoras literárias: Maria de Lourdes Cortez e Fátima Mendonça. Segundo Maria de Lourdes Cortez, “os textos de Craveirinha desenham um contínuo cruzamento entre a escrita e a oral, um modo de articulação específico entre os signos e os processos pré-simbólicos que os engendram: a orla da voz, os gestos ritmados, as frequências e as contracções musculares”.
Quando, aparentemente, a empresa Linhas Aéreas de Moçmabique (LAM) parecia estar a regressar a normalidade, depois de algum “caos” provocado pelo Ciclone IDAI, que afectou a zona do centro do país, com destaque para a cidade da Beira, eis que uma nova contrariedade se abate sobre a empresa, com a avaria, sexta-feira (29), de duas aeronaves da companhia.
A informação foi tornada pública, esta segunda-feira (01), através de um comunicado de imprensa, em que a companhia refere que a situação levou-a a reprogramar alguns voos e noutros casos, a cancelá-los. Para minimizar o impacto, provocado pela avaria das aeronaves, a LAM alugou uma aeronave sul-africana para operar nas rotas afectadas.
“Caos” provocado pelo IDAI
A LAM regista a avaria das aeronaves, depois do “caos” verificado nas suas operações, antes e depois da ocorrência do ciclone IDAI, que fustigou, a 14 de Março, a zona centro do país, em particular a cidade da Beira, província de Sofala.
De entre vários prejuízos, segundo o director-geral da empresa, João Carlos Pó Jorge, em conferência de imprensa, concedida sexta-feira (29), em Maputo, destaca-se o cancelamento de 28 voos, que afectaram 1500 passageiros com destino às províncias de Sofala, Inhambane, Manica e Tete, afectadas pela tempestade.
Após iniciar os voos, três dias depois (17 de Março), a LAM assistiu a um outro problema relacionado com a inoperância do sistema de comunicação, facto que dificultou o pré-pagamento das tarifas. “Na Beira tivemos casos de pessoas com crianças ao colo, sem dinheiro para pagar porque os sistemas de comunicação estavam inoperacionais e tivemos que criar condições para transportá-las à Maputo, onde pagaram pelas viagens”, relatou João Pó Jorge.
O director-geral da LAM disse também que nos dias subsequentes a empresa assistiu a uma maior pressão porque, sem ser possível ir a Beira por carro, devido a intransitabilidade da EN6, a alternativa era a via aérea. “Tivemos imensa procura de voos de Maputo para Beira, principalmente de carga, não só de produtos de emergência directa, tais como medicamentos, alimentos, mas também de material para repor as comunicações que foi uma das prioridades que nós percebemos que o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) tinha para a busca e salvamento de pessoas”, disse.
Por causa da maior procura, desde o dia 17 de Março corrente, a LAM tem feito entre quatro a cinco viagens a Beira, contra uma média de dois voos em dias normais.
“A maior demanda no transporte de carga, levou-nos a alugar um Boeing 737-700, um avião com capacidade para carregar cerca de 15 mil toneladas. Com este carregueiro levamos geradores, bobines de cabos elétricos, fibra óptica, tendas, mantas, entre outros produtos para a operação de emergência. Esse avião fez uma operação intensa entre os dias 19 a 26 do mês em curso, por notarmos pouca demanda nos últimos dias”, afirmou Pó Jorge.
Ainda em relação à carga, a LAM teve, e continua a registar, problemas pelo facto de seu armazém, na Beira, ter sido totalmente destruído pelo ciclone e, por consequência, alguns passageiros não conseguiam prontamente levantar a carga, porque a arrumação no actual que é relativamente pequeno não permite organizar as encomendas.
Por causa das condições climáticas não favoráveis alguns aviões da LAM não aterravam na Beira e tinham de regressar para Maputo. Outros ainda desviavam rotas, o que acarretou mais custos de combustível. Os custos de todos esses prejuízos, a direção da LAM diz estar ainda a calcular.
Face aos problemas com que a LAM se debate nos últimos dias, Pó Jorge prometeu introdução de soluções que em breve irão normalizar as operações da empresa. (Evaristo Chilingue)
Com uma doação de 100 mil USD, a Montepuez Ruby Mining, empresa do Grupo Gemfields, aderiu esta quarta-feira ao vasto movimento de solidariedade mundial para com Moçambique para com as vítimas do Ciclone IDAI e das inundações no centro de Moçambique. O dinheiro, entregue ao Instituto Nacional de Gestão de Comunidades (INGC), destina-se a apoiar as operações de salvamento e resgate das pessoas que ainda estão sitiadas em algumas zonas mais atingidas pelas inundações. Na mesma ‘onda’ de solidariedade, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), anunciou que vai entregar hoje ao INGC uma doação constituída por 40 toneladas de diversos produtos alimentares. (Carta)
A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo, instou, na quinta-feira, 28 de Março, aos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) a não se alhearem aos desafios impostos pela gestão dos sistemas de segurança social, principalmente no que diz respeito à sua sustentabilidade.
O apelo da ministra deriva da necessidade de garantir que os sistemas possam responder, de forma permanente, aos desafios comuns dos países da região, bem como aos anseios dos beneficiários.
Um dos desafios apontados por Vitória Diogo, e que não deve ser ignorado, tem a ver com a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na gestão dos sistemas.
No caso de Moçambique, disse a ministra, “o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) introduziu reformas que permitiram que as empresas e os trabalhadores ficassem mais próximos dos serviços”.
Trata-se de reformas que “exigiram visão, coragem, clareza, firmeza e, acima de tudo, entendimento por parte de todos os actores de que o utente é a razão da nossa existência”, explicou a governante, que falava na cerimónia de abertura do seminário sobre o Sistema de Tecnologia de Informação e Comunicação da Associação Internacional da Segurança Social (AISS) ao nível da SADC.
O acesso à certidão de quitação electrónica por parte dos empregadores, a introdução da plataforma móvel de pagamento de contribuições dos trabalhadores por conta própria, a disponibilização do Sistema de Informação da Segurança Social de Moçambique (SISSMO) e das plataformas M-Contribuição (Minha Contribuição, Meu Benefício), entre outras inovações, são alguns dos exemplos do processo de modernização do INSS, através das tecnologias de informação e comunicação.
A ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social foi secundada pelo presidente da AISS ao nível da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, Lonkhokhela Dlamini, que considerou, na ocasião, que “a importância (do uso) das TIC não pode ser menosprezada, muito menos negligenciada”.
“As tecnologias de informação e comunicação desempenham um papel transversal, por isso devemos encontrar mecanismos que nos permitam tirar benefícios do seu uso. Para além de melhorar as nossas vidas, elas contribuem para a eficiência dos nossos serviços, assim como permitem que os gestores tomem decisões correctas e de forma atempada”, afirmou Lonkhokhela Dlamini.
Por seu turno, Marcelo Caetano, secretário-geral da AISS, referiu que o encontro vai possibilitar a troca de experiências entre os países para que, posteriormente, possam “desenvolver um sistema de segurança social mais eficiente, eficaz, com maior cobertura e que forneça mais e melhores serviços à população”, disse.Fundada em 1927 e presente em 158 países, a AISS é uma organização sem fins lucrativos constituída por instituições, departamentos,*agências e outras entidades que lidam com aspectos relativos à Segurança Social no Mundo. (FDS)
A pedido da Missão dos Estados Unidos da América (EUA) para Moçambique e em resposta a um apelo internacional de auxílio do Presidente da República, Filipe Nyusi, o governo norte-americano, através do seu Departamento de Defesa, começou a fornecer apoio para ajudar as pessoas afectadas pelo Ciclone IDAI. Trata-se de um apoio que faz parte do esforço global de resposta humanitária nas áreas mais atingidas pela tempestade e que está estreitamente em coordenação com a resposta em curso por parte do governo moçambicano.
Num comunicado enviado à nossa Redacção, a Embaixada norte-americana refere que nos próximos dias, aeronaves militares e comerciais dos EUA irão continuar a chegar e a viajar por todo o país para entregar produtos de ajuda humanitária. Explica, o documento, que para ajudar a atender às necessidades humanitárias mais prementes, estes transportes aéreos irão incluir alimentos essenciais, abrigo, água, saneamento e produtos de higiene para ajudar as pessoas nas áreas mais atingidas pelo ciclone.
De acordo com a nota, o Embaixador dos EUA, Dennis W. Hearne, expressou o seu agradecimento pelo apoio dos militares destacados para a operação, sublinhando ainda que o Ciclone IDAI deixou mais de 1.85 milhões de pessoas a necessitar de ajuda.
O comunicado termina, reiterando que os EUA estão ao lado do nosso país à medida que a nação se recupera dos impactos devastadores do Ciclone IDAI. Refere ainda que, como o maior doador mundial de ajuda humanitária, aquele país continua comprometido em ajudar o povo moçambicano. (Carta)