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BCI
segunda-feira, 04 abril 2022 09:12

Divergências internas ou gosto pela guerra? Que mensagem o Ministro da Defesa e o Director das operações das FADM pretendem passar?

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Humanamente falando, não é desejável que nenhum ser-humano deseje a morte de um ser semelhante. Mas em 2021, a morte de Mariano Nhongo, o então autoproclamado líder da Junta-Militar da Renamo, foi vista como um embuste para celebrar e declarar a paz na zona centro do país. Mas isto não agradou alguns senhores da guerra, amantes do sangue de inocentes e do enriquecimento rápido e fácil mediante as lágrimas do sofrido povo!


E quando se esperava que as Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM) tivessem um serviço de inteligência militar assertivo e pacificador, eis que demonstram que elas se guiam por conversas das barracas e que alguém que ganha dinheiro e responsabilidades com o sofrimento do povo podem criar um vagabundo qualquer, arranjar-lhe uma causa para lutar e minar a vida de inocentes nas províncias da zona centro para que o caos se instale!


Portanto, como liderar é proteger os liderados, é quando da boca do Ministro da Defesa Nacional (MDN), Cristóvão Chume, o povo viria a ouvir algo há bastante tempo suspeito - que um militar amplamente treinado estava a atender objectivos e interesses políticos de alguns grupos com pujança económica e que vivem do sangue do povo, criando mais um fantoche. Neste caso um novo Mariano Nhongo que ainda não se autoapresenta como foi com o primeiro!


Uma outra situação é que podemos estar aqui diante da síndrome do protagonismo que é um vírus agressivo que tem abalado as nossas lideranças no país, de tal sorte que temos tido constantemente dados e informações contraditórias sobre mesmos factos, quando o certo seria ter uma única voz falando em nome do grupo. Mas também a desorganização no sector castrense torna-se mais visível com este acto, quando se verifica no Teatro Operacional Norte (TON) terroristas aparecendo vestidos a rigor com fardamento e armamento das nossas forças oficiais e com relatos de emboscadas pré-programadas que servem como mecanismo de abastecimento aos terroristas!


- Não será surpresa nenhuma, se nos próximos dias ouvirmos ou vermos carros sendo atacados por militares infiltrados e trajados a verde ou a civil ao longo da Estrada Nacional (EN1, 6 e 7) - o homem que foi desmentido pode ter razão caso isto venha acontecer. Agora, se não for acontecer, o homem deve receber férias e no regresso perder as patentes e virar num praça afecto ao distrito do Zumbo, onde vai perceber como o sol nasce e dorme, porque aquilo que disse em público, em outras galáxias pode ser visto como uma actividade ou um acto de alta traição à pátria, porque colocou o país e a população pensando que os episódios bárbaros vividos em Manica e Sofala nos últimos anos não parariam tão já!

As declarações do Director das operações das FADM foram de um sujeito inconsequente e que não demonstra ter tido formação suficiente para chegar àquele posto, por isso deve ser afastado e mandado para a reciclagem. O país não pode ser um espaço de incendiários e pessoas que vivem no "DISSE/ NÃO DISSE".


Não podemos continuar a ter forças castrenses que vivem apalpado e acusam o invisível e criam conspirações contra a pátria amada que de época em época é fustigada por ataques e que tudo termina em amnistias e assassinatos dos justos!


Actos do género não podem ser publicitados. Pessoas que ocupam lugares fulcrais como nas FADM ou outro serviço público e estatal fundamental não devem viver e trabalhar a adivinhar, do ouvir dizer, devem investigar. Investir na inteligência humana, militar e social. Não faz sentido que em tempos de incerteza e intranquilidade, sejam as pessoas confiadas para nos transmitirem tranquilidade e esperança a espalharem boatos e desespero para o sofrido povo!


Deve haver consequências disciplinares e criminais para pessoas que emitem informações de género sem uma análise exaustiva e confirmada. Já dizia o pensador brasileiro Osvaldo Alves da Silva: "a língua mata mais do que a fome, a peste e a guerra".


Lendo esta frase, percebe-se que é de vital importância que se tenha cuidado com a língua porque esta mata mais que os fenómenos acima elencados, caso não, que o Director das operações das FADM tire o uniforme e use a camisa de um determinado partido e faça política, porque caso esteja errado, em tempos do presidente Samora Machel seria tratado como um reacionário. Agora, se o Ministro Cristóvão Chume estiver errado e o Director das operações certo, estaremos diante de um grande imbróglio e com a necessidade de fazer um restart do sistema!


Rezemos que não haja nenhum ataque ao longo das EN, distritos, vilas ou florestas nacionais - porque isto não é admissível - o povo quer a paz e união para o desenvolvimento!

Sir Motors

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