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sexta-feira, 06 maio 2022 07:19

Uma noite no Dubai e o relato arrepiante de uma "influenciadora digital defecada na boca!"

Escrito por

NovaOmardino

A ideia era passar férias. Fazer fotos nos Shoppings luxuosos. Filmar uma “live” na torre Burj Khalifa e curtir a noitada. Os dias seguiam agradavelmente, afinal haviam feito uma boa poupança para que aqueles 30 dias naquela importante cidade dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Dubai, fossem memoráveis e inesquecíveis, em termos positivos. Até que numa aliciante noite de festas e luzes supersónicas, um grupo de mulheres que estavam hospedadas comigo, no Howard Johnson Plaza by Wyndham Dubai Deira, convidaram-me para o Doors Freestyle Grill – Steakhouse, onde provaríamos deliciosos pratos locais e estrangeiros.

 

O plano seguiu. Vestidas a rigor. Elegantes dos pés à cabeça. Estávamos vestidas para matar. A sensualidade e a elegância atraíam olhares e alimentavam desejos carnais de homens vestidos em malaias e roupa executiva. Lá estava eu, Maya de Almeida, de 26 anos de idade, nascida em Benguela, Angola, e residente em Coimbra, Portugal. Como jovem empreendedora e influenciadora digital, esperava encontrar em Dubai oportunidades de negócios e abrir novas portas comerciais. O que não sabia é que iria vivenciar algo suis generis que abalaria a minha vida para sempre!

 

Sentadas em direcção à porta de entrada do restaurante, as minhas companheiras de mesa iam lançando o charme e olhares para os homens que por ali entravam. Até que horas depois do convívio, os garçons trazem uma bandeja contendo telemóveis e pedindo que atendêssemos. Doutro lado da linha estava uma voz afável que começou por saudar-me e convidou-me para jantar na sua mansão, alegadamente porque havia ouvido falar de mim e que eu era linda de mais e tinha tudo que ele gostava numa mulher. Espantada, perguntei com quem teria ouvido falar de mim, ao que respondeu: do gerente do hotel onde eu estava hospedada!

 

Admirada pelo retrato fiel que o homem fazia de mim, acabei aceitando o convite e saímos todas juntas. Afinal, enquanto me mostrava preocupada, as outras estavam alegres porque sabiam para onde iam. Já na porta de entrada do restaurante, uma limousine nos aguardava. Entramos no veículo, lentamente e com tudo servido no interior, seguimos em direcção à residência do estranho homem. Chegando lá, fomos recebidas por guarda-costas que, cordialmente, nos levaram, cada uma, numa determinada direcção.

 

Finalmente, encontrei-me com o misterioso homem que, carinhosamente, me chamou pelo meu nome. Mostrou-me algumas fotos e convidou-me a fazermos um passeio pela sua mansão. Já no interior dela, colocou no meu pescoço um fio luxuoso e um relógio de diamantes. Sem rodeios, disse-me que pretendia provar o sabor da minha carne, enquanto dizia isso, um garçom trazia uma bandeja com um cocktail e muito dinheiro em Dólar e Euro – disse que tudo era para mim!

 

Confesso que naquele momento fiquei estupefacta. Nunca havia visto tanto dinheiro assim. Acabei aceitando. De imediato trouxeram uma cadeira de diamantes – toda brilhante. Sentei nela e em seguida fui carregada para um quarto. Chegando lá, o homem pediu-me que tirasse a roupa que eu vestia e ficasse de roupa interior, eis que prontamente o fiz!

 

Sem me aperceber, vejo um homem com alguns instrumentos de açoitamento nas mãos. Sem pedir, pegou-me com muita força e colocou-me uma coleira no pescoço e puxou-me pelas costas. Mordeu um mamilo e introduziu-me cinco dedos na vagina. Enquanto eu gritava por nunca ter passado por uma experiência do género, não sabia que aquilo era apenas o aquecimento para o que estava por vir!

 

- De repente, o homem pega num dispositivo e clica. Para a minha surpresa, por detrás da cama, havia uma parede falsa e estavam lá 10 homens, dois adolescentes e três cachorros pretos e enormes. Questionei-lhe o que era aquilo, ao que respondeu que a noite ainda era miúda! Pedi para que me deixasse sair e todos se riram. Algemaram-me os braços e as pernas. Puxaram as correntes a uma altura que combinava com a cintura deles e começaram a “bichar-me”!

 

Enquanto um penetrava agressivamente na vagina, o outro regava-me com champanhe e outros filmavam o acto. Depois de todos gozarem sobre mim de todos os cantos e usando objectos e eu já sem forças, deram-me de beber um cocktail estranho e açoitaram-me. Em seguida, obrigaram-me a ajoelhar, mesmo sem forças para mais, passaram um líquido no ânus e começou a vez dos adolescentes – todos sem camisinha! Depois vieram os cachorros, não aguentei. Caguei-me, levaram as minhas fezes e obrigaram-me a ingerir!

 

Já sem forças. Todos urinaram sobre mim. Desmaiei. Quando acordei estava num Iate, com mulheres, todas nuas e sujas. Do lado de fora, estavam homens abraçados com outras mulheres, como se tudo estivesse bem connosco. A viagem era para um outro local e, naquele momento, pensei em atirar-me pelo mar, mas não tinha como e questionava-me porquê estava a passar por aquilo, se eu não havia pedido!

 

Enquanto chorava e sofria de dor, as outras moças se questionavam quanto havia ganho por tudo que viveram nas mãos daqueles homens. O iate atracou e lá estavam os mesmos homens, se comportando como se nada tivesse acontecido. Tiraram-nos do iate. Veio um homem com uma mangueira e começou a despejar água sobre nós. Terminado o acto, atiraram toalhas e entregaram para cada uma mala com notas em USD e Euro.

 

Retiraram-nos daquele espaço e na mesma limusine levaram-nos ao hotel. Estranhamente, estávamos vestidas com roupas caras que escondiam a humilhação por que passamos. E, embora para algumas, aquilo fosse algo habitual, para mim era um símbolo de auto-negação da minha essência e um grande desrespeito sobre o meu ser!

 

Por tudo que vivi naquela noite, percebi que aquela vida luxuosa que por lá se vive escondia diversas sujidades sociais e síndromes de psicopatia que homens ricos de países como os EAU vivem, o que a roupa supostamente religiosa ou cultural esconde. Percebi o tamanho da falsidade que as pessoas vivem. Jurei naquele momento nunca mais pisar Dubai ou qualquer outro país com características idênticas.

 

Ultimamente, quando vejo este escândalo a ser bastante referenciado nas redes sociais e televisões, fico rezando para que minha imagem não apareça nos vídeos, pois afectaria bastante a minha autoestima e a reputação da minha família. 

 

Acreditem que, desde que voltei daquelas férias em Dubai em 2018, nunca mais consegui envolver-me com qualquer homem, até mesmo com o meu então namorado. Passei a ver todos os homens como porcos e demónios. Percebi que o mundo está cheio de doentes, mas no meio desta minha solidão tento acordar deste pesadelo que hoje se chama Dubai Porta Potty e espero que algo seja feito para que outras mulheres não passem pelo que vivi em Dubai, porque as cicatrizes ainda são visíveis no meu corpo!

 

PS: Nome fictício. Texto de imaginação e escrito com base nos episódios do escândalo Dubai Porta Potty.       

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