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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Se dúvidas havia, estas foram definitivamente dissipadas nestas duas últimas semanas de campanha eleitoral. Os resultados eleitorais fraudulentos são negociados nos encontros secretos entre a Frelimo e a Renamo, conforme confirmaram os seus presidentes, Filipe Nyusi e Ossufo Momade.

 

O primeiro a revelar que os resultados eleitorais são negociados entre os dois partidos foi Ossufo Momade, presidente da Renamo, durante a primeira semana da sua campanha eleitoral (7 de Setembro), em Cabo Delgado.

 

“Quando vamos às eleições, eles (referindo-se ao partido Frelimo) provocam fraudes, e desta vez, este ano de 2024, se eles provocarem fraude não vão fazer acordo comigo, terão que fazer acordo com a população moçambicana”, afirmou Momade, acrescentando que “não vou aceitar fraude porque nós não nascemos para estar na oposição, também queremos governar”.

 

Na semana finda, Filipe Nyusi veio também confirmar, num encontro em Vilankulo, a existência de negociações pós fraudes eleitorais, protagonizados pela Frelimo. No referido encontro, Nyusi disse: “negociar Vilankulo, não vamos deixar mais. Inhambane não vai negociar poder”.

 

As declarações dos dois líderes políticos são confissões do que já se vinha suspeitando de que a Renamo e a Frelimo têm negociado o acesso ao poder. Ou seja, a Frelimo recorre à fraude para ganhar as eleições e obriga a Renamo a negociar a atribuição de algumas autarquias.

 

Nas eleições autárquicas passadas, a Frelimo recorreu à fraude para ganhar vários municípios que tinha perdido. De entre eles salientam-se os seguintes: Cidade de Maputo, Matola, Massinga, Vilankulo, Marromeu, Gurué, Quelimane, Alto-Molócuè, Nampula, Cuamba e Chiúre. A Renamo contestou e foi forçada a negociar secretamente a devolução de alguns. Da negociação resultou a devolução à Renamo das autarquias de Vilankulo, Quelimane, Alto-Molócuè e Chiúre. (CIP Eleições)

segunda-feira, 16 setembro 2024 08:12

Época chuvosa e ciclónica 2023/24 matou 154 pessoas

A última época chuvosa 2023/24 em Moçambique, que geralmente decorre entre Outubro e Março do ano seguinte, registou 154 óbitos, 208 feridos e afectou outras 242,611. A maior parte das mortes ocorreram nas províncias de Nampula, seguida de Zambézia e Tete, com 33, 25 e 24, respectivamente.

 

De acordo com o relatório sobre Balanço da Época Chuvosa e Ciclónica 2023/24, emitido no presente mês de Setembro, o período chuvoso decorreu sob influência do fenómeno climático El Niño e de forma generalizada registou um início precoce das chuvas.

 

No entanto, em algumas áreas das províncias de Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Tete, Zambézia, Nampula e Niassa, as chuvas registaram atrasos de até 30 dias em relação à década normal. De forma generalizada, o país registou chuvas abaixo do normal climatológico (chegando a atingir em algumas partes menos de 40% das chuvas esperadas).

 

Entretanto, a principal causa de morte foram as descargas eléctricas atmosféricas (61), seguidas da cólera (38) e afogamento/arrastamento pelas águas (32). Do total de óbitos registados, 63 por cento são do sexo masculino, sendo 51 crianças (0 a 17 anos), 36 adultos (36 a 60 anos), 26 jovens (18 a 36) e o restante idosos.

 

Em todo o território nacional foram destruídas totalmente 1.769 casas e 1.046 salas de aulas. Foram ainda afectadas 152 unidades sanitárias, 42 casas de culto e 500 escolas. Destaque ainda para o desabamento de 530 postes de energia eléctrica, a destruição de 660.264 hectares de culturas diversas para além de 909 km de estradas danificadas.

 

Ao longo da época chuvosa 2023/2024, as principais barragens registaram um aumento do volume de armazenamento, nomeadamente, Nampula, Nacala, Chipembe e Mugica, com excepção de Chicamba, HCB e Muda Nhaurire que apresentaram uma redução.

 

Neste momento, a quantidade de água existente nas albufeiras das barragens nacionais é suficiente para satisfazer a demanda até à época chuvosa 2024/25. (Carta)

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Chauale Amade, de 44 anos de idade, foi condenado na última quinta-feira (13), pelo Tribunal Judicial de Nampula, a uma pena de 18 anos de prisão, pelo crime de tráfico de drogas. Ele foi detido em Maio do ano passado, na posse de 14 pacotes de heroína e metanfetamina, totalizando 193 quilogramas.

 

As drogas estavam a ser transportadas da Ilha de Moçambique para a sede do posto administrativo de Namialo, no distrito de Meconta.

 

Segundo a juíza Belinha Mário Camoto, além da prisão, o réu deverá indemnizar o Estado no valor de dois milhões de meticais, pelo que todos os bens adquiridos na hora da apreensão serão igualmente confiscados e revertidos a favor das autoridades moçambicanas.

 

Contudo, o advogado do réu discorda da decisão do tribunal e anunciou que irá recorrer da sentença, alegando que a condenação se baseou apenas nas provas do Ministério Público e ignorou as evidências apresentadas pela defesa. Refutou ainda que o seu cliente tentou corromper as autoridades. (Carta)

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Dados oficiais apontam que, entre os meses de Janeiro e Agosto findo, os desmaios afectaram mais de 1000 raparigas em recintos escolares. Os casos de desmaios arrastam-se desde o ano passado em algumas escolas primárias e secundárias em Cabo Delgado, sobretudo na cidade de Pemba. O assunto voltou a debate no recente encontro de confissões religiosas realizado na capital provincial.

 

Baina Armando, da Área de Psicologia no Serviço Provincial de Saúde em Cabo Delgado, disse sem apontar as reais causas que pelo menos 250 raparigas de diferentes estabelecimentos de ensino foram atendidas nas unidades sanitárias da cidade de Pemba. A psicóloga avançou que uma equipa do Instituto Nacional da Saúde já foi destacada para investigar as causas do problema.

 

Acrescentou que, enquanto não forem conhecidas as causas, não se pode afirmar que se trata de um problema de saúde pública. O Secretário do Estado, António Supeia, entende que a solução dos desmaios em Pemba passa pelo envolvimento de todos, ao invés de se olhar apenas como um problema do governo. (Carta)

segunda-feira, 16 setembro 2024 07:57

Preços registam ligeira queda em Agosto passado

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O país registou uma queda de preços na ordem de 0,11%. A divisão de Alimentação e bebidas não-alcoólicas destacou-se, ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,11 pontos percentuais (pp) negativos. A informação consta de um comunicado veiculado há dias pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

Desagregando a variação mensal por produto, a Autoridade destacou a queda de preços da cebola (10,0%), do tomate (5,1%), do repolho (10,6%), do peixe seco (1,0%), da alface (7,4%), da couve (2,6%) e da farinha de milho (1,0%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,19 pp negativos.

 

“Contudo, alguns produtos com destaque para o milho em grão (12,0%), o limão (48,6%), o quiabo (6,7%), as consultas em clínicas ou policlínicas, excepto de médicos dentistas (3,1%), os livros escolares (0,9%), o frango morto (1,0%) e a galinha viva (0,6%), contrariaram a tendência de queda de preços, ao contribuírem com cerca de 0,10 pp positivos no total da variação mensal”, observou o INE.

 

A instituição calculou que, de Janeiro a Agosto do ano em curso, o país registou um aumento do nível geral de preços na ordem de 1,04%. As divisões de Alimentação e bebidas não-alcoólicas e de restaurantes, hotéis, cafés e similares, foram as de maior destaque, ao contribuírem com cerca de 0,40 pp e 0,21 pp positivos, respectivamente.

 

“Analisando a variação acumulada por produto, importa destacar a subida dos preços do peixe seco, de refeições completas em restaurantes, do feijão manteiga, do arroz em grão, do consumo de água canalizada, do milho em grão e do açúcar castanho. Estes comparticiparam com cerca de 0,89 pp positivos no total da variação acumulada”, descreve o documento.

 

Os dados do mês em análise, quando comparados com os de igual período de 2023, indicam que o país registou uma subida do nível geral de preços na ordem de 2,75%. As divisões de Educação e de Alimentação e bebidas não-alcoólicas foram as que tiveram maior subida de preços ao variarem com cerca de 6,18% e 5,28%, respectivamente.

 

Relativamente à variação homóloga, todos os centros, nomeadamente, as Cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e Província de Inhambane, registaram uma subida do nível geral de preços. O INE destacou que a Cidade de Quelimane registou a maior subida de preços com cerca de 5,34%, seguida da Cidade de Xai-Xai com 3,82%, da Cidade da Beira com 3,33%, da Província de Inhambane com 2,62%, e das Cidades de Maputo com 2,51%, de Chimoio com 2,02%, de Nampula com 1,90% e de Tete com 1,27%. (Carta)

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O Município de Maputo diz que o Projecto que contempla o sistema de Bus Rapid Transit – autocarros de rápido trânsito (BRT) já saiu do papel. “O projecto que contempla o BRT está a ser implementado no Município de Maputo e em toda a área Metropolitana de Maputo, pela Agência Metropolitana de Transportes (AMT)”, disse há dias o Vereador de Mobilidade, Transportes e Trânsito no Município de Maputo, Fernando Wache, falando à margem de um seminário que discutiu a actualização do Plano Director de Implementação Estratégica para o Sistema de Transportes Urbanos (SIMPUT) no Grande Maputo.

 

Entretanto, Wache começou por dizer que a instituição ideal para falar do BRT seria a AMT, pois o Município de Maputo não tem a gestão directa do Projecto, embora tenha uma participação activa. Das informações que tem tido das reuniões no âmbito do Projecto MOVE, o vereador disse que, neste momento, já está em fase avançada a produção de desenhos de detalhe. Esses desenhos permitirão passar para a fase seguinte com a construção das obras necessárias para a implementação efectiva do BRT.

 

“Entretanto, há obras em curso no âmbito da fase de implementação rápida do projecto. Na cidade de Maputo, na Av. 24 de Julho, decorrem obras de reabilitação. No âmbito do projecto, as obras consistiram também na reabilitação de algumas avenidas. Recentemente acompanhamos o anúncio de obras de duas vias na Matola”, detalhou o gestor.

 

Wache acredita que se tudo correr conforme o actual estágio, até meados de 2026, o Projecto vai arrancar na sua totalidade. “Se as coisas continuarem a correr como estão neste momento, atingiremos o objectivo de lançar o projecto em meados de 2026”, afirmou o Vereador de Mobilidade, Transportes e Trânsito no Município de Maputo. O BRT enquadra-se no Projecto MOVE, relançado em Abril de 2023, (pois já tinha sido lançado entre 2014 a 2016) pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) e é orçado em 250 milhões de USD, financiados pelo Banco Mundial.

 

No dia do relançamento, o Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, explicou que Projecto MOVE Maputo visa responder aos desafios relacionados à falta de transporte no Grande Maputo, através da implementação do BRT que, para além de melhorar a infra-estrutura para os cidadãos, também garantirá um melhor serviço para todos.

 

Segundo Magala, o sistema BRT, implementado com sucesso em mais de 300 cidades no mundo, prevê faixas exclusivas para autocarros de transporte público, sendo uma alternativa acessível e rápida, para resolver muitos dos problemas de transporte. Detalhou que o BRT será inicialmente constituído por serviços no corredor Baixa-Magoanine-Zimpeto­-Matola Gare beneficiando mais de 124 mil passageiros. Os bairros abrangidos passarão a ter estradas de acesso mais seguras e resilientes, incluindo iluminação e passeios renovados, percursos pedonais, ciclovias, estradas asfaltadas e sistemas de drenagem das águas.

 

Para além da componente de infra-estruturas, o governante sublinhou que este projecto prevê a possibilidade de adquirir 120 autocarros que representam uma oferta de 124,000 passageiros por dia, numa altura em que a Área Metropolitana de Maputo, com cerca de 3 milhões de habitantes, detém ao nível do país os municípios de Maputo com maior densidade populacional, Matola com maior número de habitantes e Boane com maior área, para além de concentrar mais de 70% do parque automóvel de todo o país. (Evaristo Chilingue)

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Moçambique caminha para mais uma época chuvosa (2024/2025) e o INAM (Instituto Nacional de Meteorologia) já tem uma ideia do que pode vir a acontecer em todo território nacional. Em Boletim dedicado à Previsão Climática Sazonal para o período de Outubro de 2024 a Março de 2025, o INAM informa prever a ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal nas regiões sul e centro do país.

 

De acordo com as autoridades meteorológicas, para o período Outubro-Novembro-Dezembro, há uma maior probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal nas províncias de Gaza, Inhambane, Manica e parte das províncias de Tete, Sofala e Maputo.

 

Em situação contrária estão as maiores extensões das províncias de Cabo Delgado, Nampula, Niassa e parte das províncias de Zambézia e Tete, que deverão registar chuvas normais com tendência para abaixo do normal.

 

Um cenário de muita chuva espera-se também no período Novembro-Dezembro-Janeiro nas províncias de Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Tete e parte das províncias de Niassa, Zambézia e Maputo; enquanto grande parte das províncias do Niassa, Cabo Delgado, Nampula e nordeste de Zambézia deverão receber pouca chuva.

 

Já para o período Dezembro-Janeiro-Fevereiro, há uma maior probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal nas províncias de Inhambane, Sofala, Manica e grande parte de Tete, Zambézia, Gaza e Maputo e pequena parte de Niassa; e uma forte possibilidade de haver chuvas normais com tendência para abaixo do normal para toda a extensão da província de Cabo Delgado e grande parte do Niassa e Nampula.

 

O Boletim, publicado na última sexta-feira, refere que para o período Janeiro-Fevereiro-Março, há uma maior probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal para toda a extensão das províncias de Inhambane, Gaza, Sofala, Manica, Tete e parte de Niassa, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Maputo; e pouca chuva para pequena extensão das províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia.

 

No documento, as autoridades meteorológicas explicam que a previsão foi elaborada usando as condições oceano-atmosféricas iniciais do mês de Agosto de 2024 e sob alerta de ocorrência de La Niña, eventos climatologicamente associados a ocorrência de chuva acima do normal nas zonas centro e sul do país e exacerbam a regularidade da chuva sobretudo na região sul do país. “Por outro lado, o La Niña influencia a ocorrência de chuvas abaixo do normal na zona norte do país”.

 

Diante desta situação, há um risco moderado a alto de ocorrência de cheias nos rios Maputo, Umbeluzi, Incomáti, Save, Buzi e Pungue e um risco alto de ocorrência de cheias nos rios Savane e Licungo.

 

Refira-se que dezenas de bairros da cidade e província de Maputo continuam a ressentir-se dos efeitos das duas últimas duas épocas chuvosas (2022/23 e 20023/24), que deixaram milhares de famílias sem tecto. (Carta)

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O vogal da Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana Alberto Sabe garantiu sábado haver condições para a realização das eleições gerais de 09 de outubro em todos os distritos da província de Cabo Delgado, incluindo nas zonas afetados por grupos terroristas.

 

"A partir de amanhã [domingo] estaremos com equipas já formadas, [que] vão deslocar-se às regiões sul, centro e norte de Cabo Delgado, onde vão fazer a réplica dos conteúdos que foram ministrados (...). E nós estamos preparados para fazer essas réplicas em todos os distritos da província de Cabo Delgado. Quer dizer, há condições, sim, para a realização de eleições", disse Alberto Sabe, em declarações aos jornalistas em Pemba.

 

O responsável falava no final de ação de capacitação do pessoal técnico que vai dar a continuidade à formação dos elementos da CNE, ao nível dos 17 distritos de Cabo Delgado, que vão assegurar as eleições gerais de 09 de outubro.

 

Apesar de distritos como Quissanga, Muidumbe, Macomia e Mocímboa da Praia ainda registarem movimentos de grupos terroristas – que operam na província desde outubro de 2017 – e pequenos ataques, Alberto Sabe garantiu que as autoridades locais estão em coordenação para garantir a realização das eleições naquelas zonas. "Nós vamos para aqueles distritos que estavam críticos porque recenseamos e com certeza há equipas que vão para esses distritos para fazer réplicas", garantiu.

 

Moçambique realiza em 09 de outubro as eleições gerais, cuja campanha eleitoral arrancou oficialmente em 24 de agosto, num escrutínio que inclui eleições presidenciais, legislativas, das assembleias provinciais e de governadores de província.

 

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar nas eleições gerais de 09 de outubro, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, de acordo com dados da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

 

Um total de 37 forças políticas concorrem às legislativas e provinciais e, à Presidência são quatro os candidatos: Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder); Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido de oposição); Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar; e Venâncio Mondlane, apoiado agora pelos extraparlamentares Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) e Revolução Democrática (RD). (Lusa)

 

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As alterações à lei eleitoral, na sexta-feira (13 de Setembro) e 23 de Agosto, e aos procedimentos judiciais criminais, também em 23 de Agosto, parecem confusas e técnicas. Mas, melhorarão o acesso de jornalistas e observadores e aumentarão a probabilidade de acções penais contra violações graves das leis eleitorais. Juntos, eles podem reduzir as fraudes mais comuns.

 

As alterações dão mais acesso a jornalistas e observadores e uma alteração secreta totalmente imprópria à lei foi revertida. Mas, tudo ocorreu no último minuto, nas últimas três semanas e o manual para o pessoal das mesas de voto contém uma instrução totalmente ilegal. Além disso, existem duas leis que regem as eleições, uma abrangendo a eleição do Presidente e do parlamento (15/2024) e a outra abrangendo as eleições provinciais (14/2024). Mas, todas as três eleições acontecem ao mesmo tempo e no mesmo local e as alterações nas duas leis foram diferentes, criando confusão.

 

Os funcionários das assembleias de voto começam às 6h00 e continuam até a contagem terminar, muitas vezes de manhã cedo. Foi amplamente acordado que deveria haver um intervalo às 18h após a votação e antes da contagem. Mas o manual de 7 de Agosto para os Membros das Mesas de Voto (MMVs) permite ao presidente da mesa de voto criar um intervalo de pelo menos uma hora, e sem limite, criando espaço para manipulação e fraude. As leis alteradas de 23 de agosto são quase o oposto, com um intervalo de não mais de uma hora. A pausa ilimitada nunca havia sido discutida e não há explicação de como ela apareceu no manual.

 

A mudança para permitir intervalo de uma hora também afirma que não poderá haver mais pausa até que todo o processo seja finalizado. Isto inclui afixar uma folha de resultados (edital) na porta da assembleia de voto e entregar cópias oficiais dos editais aos delegados dos partidos, observadores e jornalistas.

 

Nas eleições municipais do ano passado, os Presidentes das Mesas de Voto, em locais onde a Frelimo estava a perder, atrasaram e suspenderam a conclusão da contagem, para que pudessem alterar os resultados quando não houvesse ninguém para assistir. Em alguns lugares, os editais nunca foram publicados ou distribuídos. A mudança na lei deveria evitar isso, mas o manual da MMV encorajaria isso.

 

Uma mudança totalmente secreta foi restringir observadores e jornalistas na contagem distrital. A publicação de 23 de agosto das leis revisadas contém listas de alterações, seguidas pela lei alterada completa. Na lei integralmente revista do presidente e do parlamento (15/2024), observadores e jornalistas perderam o direito de obter uma cópia oficial do edital, mas esta não foi incluída na lista de alterações. No entanto, a lei da assembleia provincial (14/2024) não foi alterada, o que significa que os observadores tinham direito a uma cópia de um dos três editais, mas não dos outros dois. Isto foi notado e na sexta-feira (13 de setembro) no Boletim de República foi publicada uma “correção” (rectificação) retirando esta alteração secreta à lei (15/2024). (Joseph Hanlon)

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O candidato presidencial do partido Frelimo, Daniel Chapo, terminou este domingo, 15, a sua acção de ‘caça ao voto’ à sétima das 11 províncias do país, explicando às populações da província de Maputo o que se propõe fazer caso seja eleito no pleito de 9 de Outubro próximo.

 

Antes da província de Maputo, na qual escalou, durante dois dias (14 e 15 de Setembro) seis distritos – Magude, Moamba, Marracuene, Namaacha, Matutuíne e Cidade da Matola –, Daniel Chapo trabalhou nas quatro províncias da região centro do país – Sofala, Manica, Tete e Zambézia – e em duas das quatro da região sul, nomeadamente Inhambane e Gaza. Assim, na região sul falta-lhe apenas a Cidade de Maputo, que possui estatuto de província.

 

No comício que orientou na tarde deste domingo no bairro de Kongolote, no Município da Matola, Chapo prometeu revitalizar o parque industrial local, com o que os jovens terão cada vez mais alargadas oportunidades de emprego.

 

“Matola é a capital industrial de Moçambique. Connosco, através das mudanças que vamos introduzir, isto vai ter impacto directo na vida da população, em particular dos nossos jovens, sobretudo através de emprego”, destacou.

 

Chapo referiu estar ciente dos problemas de sobrefacturação de água, qual sufoco para as famílias. “Não se pode pagar água que não se consumir. Vamos restabelecer a ordem e a justiça nisto”, frisou.

 

Além de comícios em todos os locais por si visitados na província de Maputo, o candidato presidencial suportado pelo partido Frelimo efectuou visitas a mercados, manteve interacções com agricultores e comerciantes, além de encontros com líderes comunitários.

 

Nessa sua “estratégia de proximidade”, Chapo disse às almas com quem manteve contacto que, caso seja eleito, dará prioridade aos problemas mais urgentes da província, que os conhece profundamente, conforme o demonstrou em todos os comício, através, por exemplo, da descrição detalhada das principais estradas secundárias e terciárias que merecerão sua redobrada atenção.

 

À semelhança da Matola, noutros pontos por si visitados a disponibilidade de água é também problema. "Sei que muitos de vocês enfrentam, diariamente, problemas de falta de água, o que é inaceitável. Vamos trabalhar para melhorar o abastecimento, expandindo e modernizando a rede de distribuição para garantir que todas as comunidades tenham acesso à água potável," afirmou, arrancando fortes aplausos dos cidadãos-eleitores que se fizeram presentes.

 

Chapo referiu-se, igualmente, à necessidade de expansão da rede de energia eléctrica, bem assim da rede viária, ambas essenciais para estimular o crescimento económico da região.

 

O candidato presidencial da Frelimo sublinhou que a sua visão para a província de Maputo envolve a construção de infra-estruturas como escolas, hospitais e estradas, tudo com o objectivo de melhorar a condição de vida da população.

 

“Só assim podemos melhorar a vida da população, que precisa de estradas em condições como forma de ver facilitado o escoamento de produtos agrícolas, fomentando a economia local e criando mais oportunidades de negócios para as comunidades,” sublinhou.

 

Chapo fez questão de realçar o histórico do partido Frelimo na promoção do desenvolvimento do país, referindo que “ao votar na Frelimo e no seu candidato estaremos a votar no melhoramento das condições de vida das populações, assim como num Moçambique promissor, porque a nossa candidatura é a melhor. Votar na Frelimo e no Chapo é votar na renovação".

 

Do leque das ideias-solução para os distritos por si visitados, Chapo fez menção a um plano para promover a industrialização local, por via da criação de parques industriais nos distritos de Magude e Moamba, e o fortalecimento da agricultura em Marracuene e Matutuíne, visando garantir a segurança alimentar e gerar empregos.

 

Prometeu, ainda, priorizar a melhoria dos sistemas de saúde e educação, principalmente em áreas rurais, investindo na construção de novos centros de saúde e escolas. “Saúde e educação serão nossas prioridades de primeira linha, caso sejamos eleitos”, enfatizou. 

 

Alguns participantes dos comícios com quem o nosso jornal interagiu disseram notar que a campanha eleitoral de Chapo tem sido marcada por um tom de optimismo e propósitos claros, o que é caracterizado por uma abordagem que busca directamente o envolvimento das comunidades.

 

“Está mais do que claro que Daniel Chapo é o único candidato preparado para as funções de Presidente da Repúblico”, remataram.

 

Daniel Chapo vai, a partir desta segunda-feira, 16, trabalhar na província de Nampula, o maior círculo eleitoral do país, dando a conhecer o seu projecto de governação e solicitando voto aos “achinenes”, tanto em grandes centros urbanos como noutros locais.

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