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Guy Mosse

Guy Mosse

quarta-feira, 20 março 2024 07:36

Eleições 2024: estão a negar credenciar o CIP

Estão a ser negadas credenciais de imprensa ao CIP na Cidade de Maputo, província de Maputo, Gaza, Nampula e Tete, apesar de os pedidos terem sido feitos há duas ou três semanas. Em Cabo Delgado, Niassa, Sofala e Inhambane, os pedidos foram feitos há menos de duas semanas e as credenciais foram distribuídas ontem (segunda-feira, 18 de março).

 

O Centro de Integridade Pública (CIP) é editor de boletim informativo eleitoral, que conta com mais de 400 correspondentes. Para entrar nos centros de recenseamento, assembleias de voto e observar as contagens é necessário apresentar credenciais emitidas pelas comissões eleitorais provinciais ou nacionais.

 

Na cidade de Maputo, dois dias após o início do registo, o STAE devolveu os pedidos de CIP por alegadamente conterem irregularidades, quase duas semanas depois de terem sido apresentados.

 

A acreditação de observadores da CIP em Gaza está a ser bloqueada pelo chefe do secretariado da Comissão Provincial de Eleições (CPE), Francisco Banze, segundo Mouzinho Gama, membro da oposição da CPE. 

 

O CIP solicitou a acreditação em 27 de Fevereiro e até à data os seus observadores não receberam as credenciais. Hermínio Chihingane, membro da CPE nomeado pelo MDM, afirma que os membros da Frelimo na passada sexta-feira (16 de Março) sabotaram a acreditação ao abandonar a sala sem aprovar as credenciais.

 

No distrito de Bilene, Gaza, os observadores do CIP estão a ser monitorados pelo Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SISE) e por membros da ANABIL (Amigos e Nativos do Bilene), que é formada por alguns professores, directores de escolas e directores pedagógicos. (CIP)

“Na ponte do tambor: um encontro de afrodescendências"

 

Espectáculo de música, uma colaboração artística entre Lenna Bahule, Sol Homar e Ana Carolina García que nos levam numa viagem de Moçambique à América Latina, através da expressão artística, onde a voz, os instrumentos de percussão tradicionais e contemporâneos e a dança se encontram.

 

(21 de Março, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)

O crédito concedido pela banca comercial às empresas caiu cerca de 15 mil milhões (ou biliões) de Meticais em Dezembro passado. Dados do Banco Central indicam que, no mês de Dezembro de 2023, o crédito às empresas situou-se em 117.8 mil milhões de Meticais, contra 130.8 mil milhões de Meticais registados em Dezembro de 2022, uma queda de 13.8 mil milhões de Meticais, o correspondente a 10%.

 

Em sentido contrário, o crédito às famílias e à habitação fechou o ano a crescer consideravelmente. Durante o mês em alusão, o sector bancário nacional concedeu 130.2 mil milhões em crédito às famílias, contra 119 mil milhões de Meticais, um crescimento em 9.4%. Dentro do crédito às famílias, o financiamento à habitação também cresceu 33.1%, ao sair de 6.4 mil milhões de Meticais em Dezembro de 2022 para 8.5 mil milhões em Dezembro de 2023.

 

No cômputo geral, o crédito à economia caiu 2.2% ao sair de 283.5 mil milhões de Meticais em Dezembro de 2022, para 277.2 mil milhões registados em Dezembro de 2023.

 

De forma desagregada, os dados do Banco Central descrevem que a indústria transformadora recebeu parte considerável do crédito à economia, no montante de 23.5 mil milhões de Meticais (10.4%), seguida pelo sector dos transportes e comunicações, com 28.4 mil milhões de Meticais (10.6%) e 28.4 mil milhões de Meticais (10.9%) para o comércio.

 

Os dados do Banco Central não apresentam as razões da queda do financiamento às empresas em Dezembro passado, em comparação com o crédito às famílias e à habitação. Entretanto, a instituição refere que as taxas de juro a retalho, praticadas em Dezembro último pela banca situaram-se em 24.98% em média, para empréstimos com prazo de um ano e uma média de 9.45% para depósitos bancários para prazo de um ano. (Carta)

Na jornada rumo à excelência e à inovação no cenário das telecomunicações moçambicanas, a Movitel se destaca como líder em cobertura nacional, marcando presença em 148 distritos e nas 11 províncias do país, abraçando cerca de 5 milhões de clientes. Mais do que uma operadora, a Movitel é um agente de transformação, elevando a conectividade a um novo patamar e impactando positivamente a vida dos moçambicanos.

 

Com uma trajetória de uma década de sucesso, a Movitel continua a surpreender e encantar, oferecendo uma cobertura de rede 5G de qualidade incomparável, garantindo não apenas acesso à comunicação, mas também viabilizando oportunidades de crescimento e desenvolvimento. Por trás de cada avanço tecnológico, está um firme compromisso com a responsabilidade social, refletido em ações concretas que tornam a marca um pilar de confiança e inspiração para as famílias moçambicanas.

 

A missão da Movitel vai além de conectar pessoas, ela visa transformar comunidades, investindo em programas de responsabilidade social que impactam positivamente a educação e o desenvolvimento sustentável em Moçambique. A parceria estratégica com instituições educacionais e a oferta de bolsas de estudos em áreas fundamentais como engenharia informática e matemática representam o compromisso da empresa em construir um futuro sólido e promissor para a juventude moçambicana.

 

Alicerçada na crença de que a educação é a chave para um futuro brilhante, a Movitel estende seu braço social para o sector educacional, promovendo acesso à tecnologia e oportunidades de aprendizagem enriquecedoras. A parceria com a Universidade Aquila, em KaTembe, demonstra o compromisso da empresa em democratizar o conhecimento e capacitar os jovens moçambicanos para os desafios do século XXI.

 

Ao proporcionar acesso gratuito à internet e equipamentos informáticos, a Movitel não só quebra barreiras de conhecimento, mas também abre portas para um novo universo de possibilidades educacionais. O Presidente do Conselho de Administração, Vitor Timóteo, ressalta o compromisso inabalável da empresa em construir um Moçambique mais forte e preparado para os desafios do futuro, onde a educação é a mola propulsora do progresso.

 

A Movitel Moçambique tem se destacado como uma empresa que inspira confiança nas famílias moçambicanas, graças às suas práticas exemplares na prestação de serviços. Com uma actuação focada no desenvolvimento de talentos, na conexão e na criação de oportunidades, a Movitel impacta activamente a vida das pessoas e sociedade, especialmente nas comunidades rurais em todo o país.

 

A marca se destaca por agregar valores incomparáveis no mundo da conectividade, proporcionando não apenas serviços de qualidade, mas também oportunidades de autoemprego e geração de renda para milhares de moçambicanos. Além de ser um parceiro estratégico no mercado das telecomunicações, a Movitel se compromete com a formação e transferência de conhecimento para diversos segmentos da sociedade, promovendo soluções simples e impactantes a médio e longo prazo. A empresa reforça sua postura ética ao respeitar e cumprir as leis e normas laborais do país, garantindo que nenhum colaborador receba abaixo do salário mínimo estabelecido pelo Governo.

 

Por meio de uma gestão de pessoas focada no desenvolvimento horizontal e na retenção de talentos, a Movitel reforça sua missão de construir uma trajetória de sucesso mútuo, alinhando as necessidades da empresa com as aspirações dos seus colaboradores. Com uma visão clara e acções impactantes, a Movitel não apenas conecta vidas, mas também semeia esperança, conhecimento e oportunidades por todo o território moçambicano. É através deste compromisso com a excelência, a inovação e a responsabilidade social que a Movitel se consolida como um protagonista essencial na construção de um Moçambique mais inclusivo, dinâmico e preparado para os desafios do amanhã.

Enquanto os insurgentes intensificam os seus ataques nos distritos da região sul da província de Cabo Delgado, o Ministro do Interior defende que a situação visa distrair as Forças de Defesa e Segurança (FDS) da sua real missão, que é de desmantelar os novos acampamentos do grupo, instalados nos distritos de Macomia (três) e Muidumbe (um).

 

Segundo Pascoal Ronda, após a desactivação, em 2023, das principais bases dos terroristas, que estavam localizadas nas matas de Kathupa, no distrito de Macomia, e o assassinato do então líder militar do grupo, Bonomade Machude Omar, os insurgentes criaram novos acampamentos (três em Macomia e um em Muidumbe), de onde passaram a operar.

 

Falando na manhã de ontem, a partir do pódio da Assembleia da República, durante a Sessão de Informações do Governo, Ronda defendeu que foi num contexto de “contínua pressão” operacional, exercida pelas FDS em coordenação com as forças ruandesas e da SAMIM, que “os terroristas dispersaram-se para os distritos de Ancuabe, Chiúre, Metuge e Quissanga, visando desviar a atenção das FDS sobre os centros de gravidade do grupo”.

 

“Nestes locais, os terroristas têm protagonizado assaltos, emboscadas, assassinato de cidadãos, saque de produtos alimentares, destruição de escolas, igrejas e residências, raptos e recrutamentos forçados, criando uma nova vaga de deslocados, estimados em cerca de 61 mil”, detalhou o governante, para quem o grupo tem novos líderes que, na sua maioria, se encontram nos distritos de Macomia e Quissanga.

 

Para o governante, o combate ao terrorismo continua a ser prioridade na agenda do Governo, razão pela qual “continua a empreender esforços junto das forças de segurança do Ruanda e da SAMIM”.

 

“A adopção do novo modus operandi pelos terroristas demonstra haver, no seio do grupo, uma nova liderança, facto que demanda das FDS mais acções assertivas”, acrescenta, sublinhando a necessidade de incrementar o investimento nas FDS para se fazer face ao terrorismo, que há sete anos semeia luto nos distritos de Cabo Delgado.

 

As declarações do Ministro do Interior chegam num momento em que a situação de segurança na província de Cabo Delgado é considerada crítica, com os terroristas a protagonizarem novos ataques, com destaque para a aldeia de Naminaue, no Posto Administrativo de Mieze, distrito de Metuge, que fica a 28 Km da Cidade de Pemba, a capital provincial. Igualmente, atacaram nos últimos dias a Ilha Quirimba, no distrito do Ibo.

 

Lembre-se que, há duas semanas, o Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, defendeu que o cenário na província de Cabo Delgado continuava estável, sendo que estava manchado apenas por ataques esporádicos causados por pequenos grupos de insurgentes. No entanto, a realidade continua a contrariar os discursos do Governo. (Carta)

As chuvas que caíram na cidade e província de Maputo, nesta terça-feira (12), resultantes da passagem da depressão tropical ''Filipo'', provocaram vários estragos e alguns munícipes foram obrigados a abandonar suas casas, para além de vias de acesso quase todas intransitáveis.

 

Um rescaldo feito pela “Carta de Moçambique” indica que a maior parte dos alunos ficaram sem aulas nesta quarta-feira, por conta do encerramento de várias escolas. 

 

As ruas que davam acesso ao bairro Nkobe, na província de Maputo, transformaram-se em riachos e tem sido sempre assim quando chove. Além disso, várias casas encontram-se sem corrente eléctrica.

 

Na Matola-Gare, o Centro de Saúde teve que funcionar debaixo da água, como tem sido habitual. Neste ponto, a área do transporte para cidade ficou totalmente afectada. Os autocarros que partem da Matola-Gare para Baixa e Museu estavam quase todos parqueados ao longo de todo o dia e alguns passageiros tiveram que seguir viagem a pé. 

 

Já na cidade da Matola, também na província de Maputo, os números preliminares partilhados pelo Presidente do Município, Júlio Parruque, apontam para mais de 50 famílias afectadas e precisando de assistência. Grande parte das vias de acesso estão condicionadas e diversas escolas encerradas. 

 

No Vale do Infulene, várias crateras abriram-se e diversos canteiros onde se produzem hortaliças encontram-se submersos. Quase todas as vias de acesso estão bastante alagadas e com transitabilidade condicionada. 

 

Segundo Júlio Parruque, neste momento toda a Matola está praticamente afectada e estão em curso intervenções pontuais, onde for possível. Por exemplo, no nó da Machava, onde houve desabamento de solos, já tinha começado a obstrução de vias de acesso. 

 

“Temos famílias que foram forçadas a abandonar as suas residências e alguns serviços sociais como educação e saúde também foram afectados”.

 

Na mesma senda, o Governador da província de Maputo, Manuel Tule, também foi ao terreno para verificar “in loco” e garantiu que não houve registo de perdas humanas, mas avançou que a situação dos distritos de Magude, Manhiça e Matola é bastante crítica. 

 

Já na cidade de Maputo, a tempestade “Filipo” também destruiu casas no bairro do Chamanculo. Nas primeiras horas desta quarta-feira, as ruas do bairro 25 de Junho, Bagamoio, Hulene, Maxaquene, estavam praticamente intransitáveis. Na baixa da cidade, grande parte das árvores estavam com os ramos no chão, como se alguém tivesse cortado. O trânsito ficou interrompido por algumas horas, por causa de alguns obstáculos que fecharam as ruas. 

 

O Centro de Saúde de Hulene, mais uma vez foi invadido pela fúria das águas, mas mesmo assim, alguns funcionários continuaram a trabalhar, tendo improvisado um local de atendimento dos pacientes. Os funcionários descreveram a situação como a pior nos últimos tempos.

 

Devido à chuva e ventos fortes que se fizeram sentir na noite de terça-feira, teve que ser interrompida a circulação de comboios que ligam a baixa cidade e diferentes pontos da província de Maputo, devido à abertura de uma cratera nas proximidades da Machava-sede.

 

Já no fecho desta edição, “Carta” apurou que a chuva que caiu na cidade de Maputo na sequência da tempestade “Filipo” provocou um morto na noite de terça-feira na praça 16 de Junho. O óbito resultou de um acidente de viação que se presume tenha sido causado por fraca visibilidade.

 

O Presidente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo escalou, esta quarta-feira, os distritos municipais KaMavota e KaMaxaquene, no âmbito da monitoria dos estragos causados pela chuva.

 

Rasaque Manhique garantiu que a edilidade tudo está a fazer para prestar assistência às famílias afectadas, bem como repor a transitabilidade das vias de acesso obstruídas.

 

Por outro lado, a companhia aérea moçambicana, LAM, anunciou ontem o cancelamento de todos os voos no período da manhã, devido à tempestade tropical "Filipo". 

 

"Os mesmos foram realizados no período da tarde, logo que as condições meteorológicas mostraram melhorias assinaláveis", referiu a companhia aérea estatal, em comunicado. 

 

Devido ao "quadro meteorológico", a LAM já teve de cancelar alguns voos na terça-feira e uma aeronave da companhia teve de "aterrar num destino alternativo". (M.A)

A Kudumba, empresa responsável pelos serviços de inspecção não intrusiva de todas as mercadorias importadas e exportadas pelos portos, aeroportos e demais postos transfronteiriços nacionais, contribuiu com aproximadamente 2 mil milhões de Meticais para os cofres do Estado, desde o ano de 2006.

 

Os dados foram avançados esta quarta-feira na Assembleia da República por Ernesto Max Tonela, Ministro da Economia e Finanças, durante a Sessão de Informações do Governo. Segundo o governante, a empresa já investiu, desde o início das suas operações, cerca de 82 milhões de USD, sendo que a concessão termina já no ano de 2026.

 

A Kudumba, refira-se, faz parte de seis concessionárias alistadas pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) para que o Governo pudesse detalhar a sua contribuição nos cofres do Estado, numa altura em que o Executivo não consegue pagar salários aos funcionários. As restantes são: a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC); a MCNET; e as empresas responsáveis pela marcação de combustíveis, de mercadorias e produção de cartas de condução.

 

Segundo o Ministro da Economia e Finanças, a MCNET, concessionária do sistema electrónico único para o desembaraço aduaneiro [Janela Única Electrónica], contribuiu com cerca de 4,5 mil milhões de Meticais para o tesouro público, desde que iniciou as suas operações em 2010.

 

Com um investimento de cerca de 30 milhões de USD, o contrato da MCNET expira já em 2025 e o Governo já está à busca de novos parceiros, tendo lançado o respectivo concurso público em Junho de 2022.

 

Pela marcação de combustíveis, um serviço terceirizado nos terminais de recepção, localizados nos portos de Maputo, Beira, Nacala, Pemba e Quelimane, o Estado arrecadou quase 80 milhões de Meticais, desde que os serviços foram introduzidos em 2022, devendo terminar em 2025.

 

Por sua vez, a Mozambique Electronic Cargo Tracking Services (MECTS), que opera o sistema de rastreio de mercadorias em trânsito, contribuiu com aproximadamente 95 milhões de Meticais para o tesouro público desde 2019, período em que já investiu cerca de 20 milhões de USD.

 

Das cinco concessionárias escolhidas pelo Ministro da Economia e Finanças para abordar a sua contribuição nos cofres do Estado, apenas a Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) conseguiu gerar uma receita superior a 40 mil milhões de Meticais.

 

Segundo Max Tonela, desde 2000, a MPDC, que viu seu contrato estendido por mais 25 anos, pagou ao Estado, a título de impostos, taxas e dividendos, o correspondente a 690 milhões de USD (43.182.557.820,64 Meticais, ao câmbio do dia). A empresa já investiu mais de 835 milhões de USD, tendo elevado a capacidade de manuseamento do Porto de Maputo de 5 para 37 milhões de toneladas por ano.

 

No total, as cinco concessionárias pagaram ao Estado mais de 49.8 mil milhões de Meticais. Aos deputados, Max Tonela defendeu que as Parcerias Público-Privadas (PPP) representam um modelo inovador de colaboração entre os sectores público e privado, visando o fornecimento de serviços públicos de qualidade, desenvolvimento de infra-estrutura e estímulo ao crescimento económico sustentável. (Carta)

segunda-feira, 11 março 2024 16:35

Tribunal embarga central de betão na Costa do Sol

Está novamente suspensa a Central de produção de betão, localizada no bairro da Costa do Sol, arredores da Cidade de Maputo. Desta vez, o embargo foi decretado pela 9ª Secção Cível do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, que julgou procedente a providência cautelar submetida por moradores daquele bairro a contestar a presença daquele empreendimento industrial por considerá-lo ilegal e inapropriado para uma área residencial.

 

Lembre-se que a referida Central de Betão, localizada na parcela 660A, pertencente a empresa Africa Great Wall Concrete Manufacture, Limitada, de capitais chineses, já havia sofrido dois embargos, primeiro, por decisão da Inspecção do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, a 10 de Julho de 2023, e depois por decisão da Procuradoria da República da Cidade de Maputo, a 08 de Setembro do ano passado. Os dois embargos acabaram sendo levantados pelas autoridades.

 

De acordo com o Despacho da Providência Cautelar Não Especificada nº 55/2023/D, exarado pelo Tribunal, no dia 04 de Março e comunicado às partes na manhã desta segunda-feira, há motivos bastantes para se decretar uma providência cautelar para suspensão das actividades daquela fábrica, visto que “existe perigo que, antes da acção principal ser proposta, a requerida possa causar danos graves e difícil reparação no direito dos requerentes”.

 

Entre as razões que levaram o Tribunal a decretar esta medida provisória está o facto de a central de betão poder alterar a paisagem e o ambiente visual de uma área residencial, afectando o bem-estar psicológico dos moradores; poder afectar a qualidade da água e do solo, com o vazamento de produtos químicos usados na produção daquele material de construção; poder causar stress e ansiedade nos moradores devido a preocupação constante deste em relação aos efeitos da fábrica na sua saúde; e poder influenciar o valor das propriedades próximas e os moradores enfrentarem dificuldades para vender suas casas.

 

A decisão foi recebida com júbilo pelos moradores-queixosos, que há um ano lutam para ver a fábrica de betão distante das suas casas. “O que nos satisfaz é que a justiça ouviu-nos e decidiu a nosso favor. Este é um aspecto muito importante para nós”, disse Isabel Soares, representante dos moradores.

 

Segundo Isabel Soares, o próximo passo é colaborar com as instituições para que o embargo da obra se efective, enquanto trabalham para submeter a acção principal, que deverá dar entrada no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo dentro de 30 dias. A acção principal visa requerer o embargo definitivo da obra.

 

Mesma satisfação foi manifestada pelo advogado dos moradores. Gildo Espada entende que a decisão vem, por um lado, aliviar e devolver a paz de espírito que as pessoas precisam e, por outro, mostra que as leis da república são respeitadas e que “ninguém está acima da lei”.

 

Igulamente, defende o causídico, a decisão do Tribunal manda um recado ao Governo, da necessidade de os investimentos não se sobreporem aos direitos dos cidadãos, “porque é muito grave o que tem acontecido” aos moradores da Costa do Sol.

 

Com o embargo provisório conseguido, o advogado dos moradores da Costa do Sol mostra-se confiante no encerramento definitivo daquela fábrica. “Não temos dúvidas porque, se até a data da submissão do nosso pedido desta providência cautelar tínhamos alguns factos, com o andar do tempo, fomos percebendo que o processo todo foi um verdadeiro caos”, afirma a fonte.

 

“Tivemos a oportunidade de consultarmos os documentos que estão na posse do Município de Maputo e os documentos mostram que, de facto, várias ilegalidades foram cometidas e que o empreendimento não deveria ter sido edificado e que, na verdade, este empreendimento nunca parou, mesmo perante os embargos decretados, primeiro pelo Município e depois pela Procuradoria”, detalha.

 

Recorde-se que a providência cautelar foi submetida pelos moradores a 30 de Novembro de 2023 e a audiência de produção de provas teve lugar no passado dia 15 de Fevereiro, onde a empresa manifestou a sua indisponibilidade em retirar-se daquela área residencial por entender não ser razoável desinstalar a fábrica. (A.M.)

Ainda não está concluído o processo de criação do Fundo Soberano de Moçambique, entidade que será responsável pela gestão das receitas provenientes da exploração do gás natural da bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado.

 

O Governo falhou, na última semana, os prazos definidos para regulamentar a Lei n.º 1/2024, de 9 de Janeiro, que cria o Fundo Soberano. De acordo com o artigo 35 da Lei do Fundo Soberano, o Governo tinha 60 dias para regulamentar o documento, prazo que contava a partir da data em que a lei entrou em vigor. A Lei do Fundo Soberano entrou em vigor no dia 09 de Janeiro, pelo que, nas contas do nosso jornal, o prazo terminou no último sábado, 9 de Março.

 

Publicamente são desconhecidas as razões que levaram o Conselho de Ministros a incumprir os prazos definidos pela Assembleia da República para a regulamentação daquela lei. No entanto, fonte do MEF (Ministério da Economia e Finanças) disse à “Carta” que o Governo esteve durante o fim-de-semana a concluir alguns detalhes do documento e que o Decreto estará disponível esta semana.

 

Refira-se que são aspectos a regulamentar pelo Governo a definição das regras e procedimentos para efectuar depósitos e levantamentos na Conta Transitória, uma sub-conta da Conta Única do Tesouro (CUT); as regras e procedimentos para as transferências entre o Fundo Soberano e o Orçamento do Estado; e a metodologia de cálculo das receitas previstas para o Fundo Soberano.

 

Igualmente, serão matérias de regulamentação, a remuneração do Comité de Supervisão, órgão composto por nove membros de reconhecido mérito; e o mandato e a remuneração do Conselho Consultivo de Investimento, órgão de consulta do Governo sobre a Política de Investimento do Fundo, composto por sete membros, entre peritos financeiros e membros independentes do Governo.

 

No quadro da regulamentação da Lei do Fundo Soberano, o Governo deverá também apresentar o Acordo de Gestão, a ser assinado entre o Governo e o Banco de Moçambique, entidade que irá gerir o novo “saco azul”. (Carta)

Enquanto a indústria cinematográfica moçambicana desenvolve a um ritmo acelerado, a MultiChoice continua a influenciar e a desempenhar um papel de destaque no apoio ao crescimento da indústria criativa de Moçambique, através do forte investimento em iniciativas que visam impulsionar o desenvolvimento da indústria cinematográfica local.

 

Nesse sentido, e no âmbito do programa MultiChoice Talent Factory (MTF), o Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC) acolheu, esta terça-feira (5), em Maputo, um Masterclass sobre Assistência de Realização, totalmente financiado pela MultiChoice, em parceria com a Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique.

 

Trata-se de uma capacitação ministrada pelo realizador moçambicano Fábio Ribeiro a cerca de 35 estudantes, do 3º e 4º anos do Curso de Cinema, onde foram partilhadas competências e técnicas que fazem o perfil de um assistente de realização.

 

Para além dos exemplos de diferentes tipos de rodagens, equipas de filmagens e mentalidades, este Masterclass foi preponderante para que os estudantes pudessem se familiarizar com os documentos usados em filmagens, nomeadamente, mapas de rodagem, folhas de chamadas, levantamentos do guião, entre outros.

 

Para Ribeiro, a Assistência de Realização é uma necessidade, porque é uma função muito importante na rodagem de filmes, principalmente em ficção, por ser de cariz organizacional, com o papel de coordenar as outras equipas e maximizar o tempo despendido.

 

A gestão e o cumprimento do plano de realização dentro do orçamento definido são alguns dos desafios de um assistente de realização. Aliás, de acordo com Ribeiro, são essas as dicas partilhadas com os estudantes, para que percebam ao pormenor como são as competências, mecanismos e documentos usados durante as filmagens.

 

Bless Ngonhama, um dos estudantes que participou do Masterclass, entende que foi uma oportunidade única à medida que não é fácil ter este tipo de conhecimento sobre cinema e “aqui tivemos este privilégio em menos de 24 horas”, assegura.

 

“Uma das coisas que me tocou é a leveza de como este conhecimento nos foi transmitido, pois não é da mesma forma como nós conhecíamos, para além de nos chamar à responsabilidade das tarefas de um assistente de realização”, conta Nilda Nkunda, outra estudante que participou deste Masterclass.

 

De acordo com Saquina Macane, Directora de Assuntos Corporativos da MultiChoice Moçambique, “como o contador de histórias mais querido de África, reconhecemos o importante papel que desempenhamos na indústria do entretenimento e este apoio, através das masterclasses MTF, tem o condão de capacitar os criativos da indústria para que, através dos seus trabalhos e obras, possam levar as histórias moçambicanas ao mundo.”

 

Importa realçar que o Masterclass sobre Assistência de Realização é uma iniciativa da MTF, incubadora de talentos que anualmente dá oportunidade a dois jovens moçambicanos de se formarem em cinema e televisão na Academia MTF na Zâmbia.

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