De que o país vive momentos conturbados da sua história ninguém duvida. Eu ainda tinha alguma esperança, mas neste final de semana ela despencou. E foi num Chapa (transporte público) na rota Baixa-Facim.
O Chapa, que depois de partir da terminal da Baixa com todos assentos ocupados, parou no cruzamento da “Brigada” para levar novos passageiros. Um destes passageiros era um senhor já de idade e com uma vestimenta solene que denunciava que vinha de mais uma jornada dominical com o divino.
Depois de ele subir o Chapa, este arranca, e o cota se posiciona no corredor central ao mesmo tempo que passava lentamente o olhar a procura de um assento vago ou de uma alma caridosa que o cedesse.
“Pai está com a braguilha aberta”. Era a voz de um dos passageiros que o alertava, na língua ronga, que tinha o zipe das calças aberto. Em seguida, enquanto o cota sentava no lugar cedido pelo passageiro que o alertara, ele responde: “ Não te preocupes meu neto, já cá não mora ninguém!”
Esta tirada do cota foi seguida de uma gargalhada dos restantes passageiros, que até então seguiam o trajecto num silêncio religioso. Em seguida, e em jeito de uma contra-resposta solidária, o jovem disse que o cota ficasse sossegado, pois a actual situação do país era igual a do seu antigo inquilino.
No preâmbulo de qualquer eleição presidencial é normal que os candidatos façam viagens, incluindo internacionais, umas divulgadas e outras ocultadas, que me fazem lembrar despedidas de solteiro nas vésperas do casamento.
Historicamente, os ingredientes de despedidas de solteiro, sobretudo os ocultos, quando vêm à superfície têm sido o prenúncio da perturbação e até do desfecho da relação entre o casal e com consequências na família e amigos, tudo por conta de um e outro ingrediente tóxico da despedida de solteiro.
E tal como reza o registo histórico das despedidas de solteiro, a par da máxima de que a história repete-se, receio por ingredientes tóxicos nas viagens dos candidatos presidenciais nas vésperas de eleições.
De toda a maneira, e entre portas, tenho fé na prudência e sentido de Estado de qualquer um dos candidatos presidenciais para as eleições de 09 de Outubro de 2024, que me levam a acreditar que nenhum deles, nas suas viagens e não só, tenha feito compromissos ou actos que possam lesar o bem-estar e a integridade do país.
Por estes dias paira um certo entusiasmo e apoio popular em defesa da renovação do contracto de Chiquinho Conde, actual seleccionador nacional dos “Mambas”. O mesmo frenesim em torno da candidatura presidencial do político oposicionista Venâncio Mondlane. Ambos com um histórico recente de turbulência institucional com as respectivas chefias.
Estes dois concidadãos partilham uma titânica semelhança: o espírito de rebeldia. Cada um deles um “Enfant-terrible”. Uma expressão utilizada para designar uma pessoa por acharem-na inoportuna, contestatária e de difícil trato, mas que por conta disso, a par da sua inteligência, idealismo, inovação e ousadia, também atrai o fascínio e admiração da sociedade.
Feitas as apresentações fica a pergunta: será que o entusiasmo e apoio popular em prol de Chiquinho Conde e de Venâncio Mondlane correm por conta dos seus bons resultados? Quer os desportivos do primeiro, quer os políticos/eleitorais do segundo? Ou decorrem da rebeldia que emanam?
Pessoalmente tenho a nítida impressão de que os bons resultados são o pretexto e a rebeldia a causa do entusiasmo e apoio popular que Chiquinho Conde e Venâncio Mondlane granjeiam.
Em jeito de fecho, um bom exemplo para suster esta asserção é o caso do antigo presidente dos assuntos tributários e das estatísticas nacionais, o “Capim Alto”, que é corrente ser lembrado, admirado e querido mais pelo seu legado de um “Enfant-terrible” do que pelos seus bons e comprovados resultados institucionais.
(a propósito da conferência de imprensa do presidente da FMF)
Na senda da conferência de imprensa do presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) ocorrida no passado dia 19 de Junho de 2024 alguém mandou para a minha caixa esta notícia https://lance.co.mz/artigo/chiquinho-conde_-amarra-se-o-burro-a-vontade-do-dono-e-quem-dita-as-regras-sou-eu_ que reporta uma entrevista concedida pelo actual seleccionador nacional de futebol, vulgo “Mambas”, ao canal desportivo da Rádio Moçambique, em meados do ano passado (2023).
Na citada entrevista foram abordados assuntos correntes da altura como a renovação do contracto do seleccionador, que findaria a 31 de Julho de 2023; a presença dos “Mambas” na Taça COSAFA; e ainda a polémica sobre a não convocatória de Zainadine Júnior e Lau King para a jornada frente ao Ruanda. Da notícia, e cruzando-a com a conferência de imprensa, ressaltou-me um ponto de convergência entre o presidente da FMF e o seleccionador nacional que exponho-o mais abaixo.
O seleccionador, debruçando na entrevista sobre a não convocatória de Zainadine Júnior, afirmou que diz sempre aos seus jogadores, e cito: “…para não se esquecerem que eu sou o treinador e quem dita quem toma as decisões relacionadas com a parte técnica e táctica sou eu. Há um velho ditado alentejano que diz assim: amarra-se o burro à vontade do dono. Isto para dizer que enquanto estiver na selecção as regras vão ser estabelecidas por mim, o jogador tem espaço para opinar dentro das balizas, mas com limites. Eu decido em conformidade, o individual nunca pode sobrepor ao colectivo”. Fim da citação.
Nestes termos, e decorrente das entrelinhas da fala do presidente da FMF na conferência de imprensa, depreende-se o tal ponto de convergência entre o presidente da FMF e o seleccionador nacional: ambos partilham o mesmo princípio de gestão, ancorado no ditado alentejano que diz “Amarra-se o burro à vontade do dono”. Em outras palavras: que se deve obedecer ou fazer as coisas conforme as regras do chefe/patrão. O emblemático “Patrão é Patrão” do cantor MC Roger.
Por estes dias uma corrente nacional da opinião pública desportiva, e não só, está a pressionar para que a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) renove o contrato com o actual selecionador nacional, alegando que a selecção moçambicana está a conseguir bons resultados. O próprio selecionador assim procede e acusa a FMF de tudo fazer para que ele não continue.
Isto lembra-me as eleições autárquicas de 2008 quando o então edil de Maputo e candidato a candidato pela FRELIMO, Eneas Comiche, e o seu então homólogo da Beira, também um candidato a candidato pela RENAMO, Deviz Simango, foram preteridos nos respectivos partidos. Na altura os dois partilhavam bons resultados na gestão dos respectivos municípios e gozavam de pleno apoio popular e que até extrapolava as fronteiras partidárias e municipais de cada um.
Neste final de semana, no intervalo de um dos jogos do Euro 2024, contava a um amigo este e outros exemplos de situações similares, incluindo a do super ganhador e ora ex-presidente do FC Porto, quando ele, o amigo, no mesmo diapasão, acrescentou que provavelmente acontecerá o mesmo com o ora seleccionador dos Mambas. Ou seja: ele será mais um exemplo de que bons resultados não garantem inamovibilidade.
Se assim for, a não renovação, creio que o mundo não vai desabar como não desabou quando Comiche e Simango foram preteridos. E tal como Comiche, que 10 anos depois voltou a merecer confiança, regressando ao cargo de edil de Maputo, o actual selecionador poderá também um dia regressar ou ainda apostar em novos desafios, tal como Simango que continuou a sua veia ganhadora na Beira e num outro partido.
De toda a maneira, o selecionador nacional, que diante do silêncio da FMF que reclama, devia aproveitar a boa maré dos seus bons resultados e da corrente popular de apoio e apresentasse à FMF as condições necessárias para a renovação do seu contrato, acautelando que a FMF não contasse com ele depois do dia 31 de Julho de 2024, a data do términus do contrato, sem as tais condições e as garantias para o devido cumprimento.
PS: o interessante neste enredo é o facto de o selecionador nacional reclamar que está a ser sabotado, mas, em simultâneo, e olhando para os bons resultados da selecção e que são chamados para suportar a renovação, depreende-se que a tal sabotagem não tem surtido efeito. Havendo efeitos, será que ela é que é a culpada por não se ter ganho ou feito muito melhor prestação nos últimos CHAN e CAN? Competições que a selecção não se qualificava nos últimos dez anos. Ou ainda, que por estas alturas, a selecção estaria muito melhor classificada no seu grupo de qualificação para o Mundial 2026, estando até em risco a própria qualificação.
Quando o então presidente americano Barack Obama foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz (2009), ainda no primeiro ano do seu também primeiro mandato, houve quem se interrogou sobre a justeza da atribuição. No debate da altura, e em socorro dos que o atribuíram o prémio, alguém defendeu que a atribuição foi uma forma de comprometer Obama com a paz nos anos que se seguiam, sobretudo, e determinante, pelo facto de ele suceder o presidente George W. Bush com o seu legado letal.
Para os que assim entendiam a Academia de Oslo aproveitou a juventude e a áurea de esperança que Obama exalava, na américa e no mundo, para atingir fins como a paz mundial depois dos pós acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, particularmente com as guerras do Iraque e do Afeganistão.
Lembrei-me disto, e vejo semelhança com o que poderá acontecer com Daniel Francisco Chapo, candidato presidencial da Frelimo, no próximo pleito eleitoral. No fundo, e tal como o entendimento para a atribuição do Prémio Nobel da Paz a Obama, sem que até a altura ele justificasse merecê-lo, nas eleições de 9 de Outubro os eleitores moçambicanos poderão fazer o mesmo com Chapo o que a Academia de Oslo fez com Obama.
Esta manhã dei-me ainda conta desta possibilidade, escutando conversa alheia entre dois vizinhos da mesa do café matinal. A dada altura, um dos interlocutores, respondendo ao outro sobre se ia a Matola de Chapa (denominação de transporte público semi-colectivo de passageiros), disse: “Se vou de Chapa? Não, vou com Chapo!”. Depois de uma ténue reflexão, o outro retorquiu concluindo: “Se vais com Chapo, então vais de Metro!”.
A propósito da passagem dos 49 anos da criação da polícia moçambicana no passado dia 17 de Maio lembrar algumas palavras de Samora Machel (1933─1986), então presidente de Moçambique (1975─1986), sobre a polícia e que foram proferidas durante um comício nos dias 24 e 25 de Maio de 1983 nem Nampula, uma província do norte de Moçambique.
Neste comício Samora Machel fez um diagnóstico sobre as causas dos abusos e irregularidades cometidos por alguns elementos das Forças de Defesa e Segurança (FDS), em particular da polícia, depois que debruçara sobre o mesmo assunto na reunião do então Bureau Político da Frelimo (ora Comissão Política), a primeira fora da capital desde a independência do país, decorrida dias antes, também em Nampula.
Em geral, para Samora Machel, as causas destes abusos e irregularidades decorriam da educação que se recebe na família, prosseguiam na escola e prolongar-se-iam nos critérios de recrutamento para as FDS, no caso da Polícia, e que se enraizavam na sua deficiente formação no ramo.
No citado comício, entre várias coisas ditas por Samora Machel sobre a polícia na altura, e porque ainda actuais, seguem abaixo alguns trechos que foram editados sem prejuízo da mensagem e subdivididos em três partes (Fundamentação; A questão de fundo; A solução). Os trechos foram extraídos da brochura “O Poder Popular Garante a Legalidade (Samora Machel)”. Número 27 da colecção "PALAVRAS de ORDEM". Edição do Partido Frelimo. Vamos ouvir/ler:
Fundamentação
“O polícia deve ser um elemento político, altamente educado e cortês. ... um polícia não pode dar um pontapé a ninguém! O polícia que dá um pontapé a um cidadão, e particularmente a uma senhora ou a um jovem, não tem ética, não tem brio profissional, não respeita a farda que enverga, não dignifica o seu boné que tem o emblema da República Popular de Moçambique. Esse polícia não sabe o que representa a farda que enverga”.
“Um polícia espancar as pessoas é o cúmulo da vergonha! Este elemento não serve para a estrutura do Estado. Ele, embora fardado, não representa o nosso poder popular.”
“O polícia que anda com as pernas tortas, esse não é polícia. O polícia que mete o dedo no nariz e limpa o dedo na farda, não é polícia! O polícia anda sempre com a coluna vertebral bem esticada, com um passo bem cadenciado! Esse, sim, é um polícia!”
“A Polícia, no Mundo, é assim: não vive confortavelmente, renuncia ao conforto. O polícia não deve ter uma cama com um colchão fofo. Todos eles dormem numa tarimba, mesmo o Comandante.”
“O Comandante-Geral da Polícia, em toda a parte do Mundo, dorme na tarimba para ter sempre a coluna vertebral bem esticada! É que o colchão de luxo dobra a coluna, e então, o polícia dobra a farda, dobra o poder também! Se o polícia anda com as costas curvadas, que polícia é este? Que imagem nos transmite? ”
A questão de fundo
“… Por que é que temos polícias assim? Porque não seleccionamos, porque produzimos polícias em série, como se estivéssemos na época dos fenícios! ”
“Recrutámo-los (os polícias) sem qualquer critério de selecção e abrimos um campo para os treinar. Estes jovens não passaram por uma disciplina forte, que é a disciplina militar. ”
“…Muitos deles nunca viveram nas cidades, são jovens do campo. E, de repente, depois do treino, são colocados a trabalhar na cidade. É por isso que alguns são atropelados em Maputo, porque ficam a olhar, no meio da rua, admirados, para os altos prédios da cidade, que nunca tinham visto! E são polícias de trânsito! ”
A solução
“Para o nosso polícia, o estudo, a educação, a aprendizagem, devem ser permanentes. Ele deve aprender constantemente a evolução da ciência da Polícia, de todo o Mundo. O polícia deve preocupar “se em conhecer as leis para as fazer respeitar, conhecer a Constituição para a saber defender. Ele deve respeitar o sofrimento dos outros. Deve saber representar a autoridade, representar o vosso poder, o poder popular, este poder do nosso povo do Rovuma ao Maputo, que muito lutou para o conquistar. ”
“Os elementos que vão para a Polícia devem ser bem seleccionados, devem revelar boas qualidades, devem ser inteligentes e bem constituídos fisicamente. Devem ter, pelo menos, 1,75 metro de altura, para representarem com evidência a autoridade. Imaginem: se o polícia tem só 1 metro e meio, como vai pedir a documentação a um cidadão com 1 metro e oitenta de altura?”
“Antes de se ser polícia ou agente de segurança, deve-se ir à tropa, revelar qualidades de inteligência, de sensibilidade. Deve revelar-se um estudioso da psicologia, da sociologia, das reacções das pessoas.”
“Em toda a parte do mundo, um polícia é aquele que fez primeiro o serviço militar obrigatório e depois é seleccionado lá para poder ingressar na Polícia. Não se sai da palhota directamente para a Policia! ”
Depois de ouvir/ler estas palavras a impressão de que Samora Machel esteve a dirigir as celebrações dos 49 anos da polícia na passada sexta-feira, 17 de Maio de 2024.
Na esteira do sul-americano Che Guevara que afirmara que “Ser jovem e não ser rebelde é uma contradição genética” é plausível que se pense que "Impedir a iniciativa privada numa economia de mercado é uma contradição ideológica”.
Vem isto a propósito da passada sessão extraordinária do Comité Central (CC) da Frelimo que elegeu o seu candidato para o próximo pleito eleitoral de 9 de Outubro. Segundo alguma imprensa fora a acção de jovens membros do CC que determinara o resultado conhecido e deste a renúncia do Secretário-geral da Frelimo do cargo e o de membro da Comissão Politica.
Diante destes acontecimentos será o fim das contradições no seio do partidão? A contradição genética apregoada por Che Guevara e a contradição ideológica clamada por ora demissionário Secretário-geral, quando teorizara e aplicara o fim da iniciativa individual para a ocupação de cargos partidários/públicos na sua famosa expressão: “Não basta você se querer é necessário nós querermos você se querer”.
“Paulo, não faça mais isso. Não gostei!” Fora mais ou menos nestes termos que uma cota (avó) dirigiu a fala ao músico português Paulo Gonzo no final de um seu espectáculo. Ela reclamava o facto de o cantor ter deixado que o público cantasse a solo as suas músicas, sobretudo as que ela mais adorava e que a fizeram ir ao espetáculo.
Este episódio ouvi contado pelo próprio Paulo Gonzo numa entrevista, tendo acrescentado que no final da fala a cota ainda disse que "Eu paguei o bilhete para te ouvir cantar". Desde então que Paulo Gonzo não deixa que o público o substitua.
Conto isto a propósito do enredo para a escolha do candidato do partido Frelimo a Presidente da República em que a Frelimo reedita Paulo Gonzo ao deixar que a sociedade assumisse a vanguarda do debate para a escolha do seu candidato.
Diante da semelhança e do que será o desfecho da sessão extraordinária do Comité Central da Frelimo para a eleição do seu candidato presidencial para 9 de Outubro, expecto que a cota, numa versão moçambicana, procure o partido Frelimo, ainda no camarim, e diga: “Frelimo, não faça mais isso. Não gostei!”
PS: Nos termos da alínea l) do nr 3 do artigo 71 dos Estatutos do Partido Frelimo cabe ao Comité Central “Apreciar e aprovar as propostas da Comissão Politica referentes as candidaturas da FRELIMO ou por ele apoiadas a Presidente da República”. Nos mesmos Estatutos, compulsando as competências da Comissão Política (artigo 76) com os olhos de São Tomé, nada consta, expressis verbis, de que a esta recai a competência de elencar e endossar tais propostas. Salvo melhor entendimento, é um detalhe, com potencial para gerar emoções, que já merecia que razão fosse chamada para intervir.
O debate sobre o perfil ideal do candidato para o cargo de Presidente da República (PR) continua. Os três partidos com assento parlamentar e outros círculos da sociedade já avançaram com algumas propostas. O actual PR deu uma dica para o debate.
A dica do PR para o perfil de um seu sucessor decorre de uma sua recente queixa sobre os elevados custos do ciclo eleitoral. Para ele o dinheiro usado em processos eleitorais podia ser aplicado na protecção do país através do equipamento das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Uma vez que desde 1994, ano de início de processos eleitorais multipartidários, o país ainda continua com carências que se refletem na resposta do combate ao terrorismo em Cabo Delgado e no seu processo de desenvolvimento económico e social depreende-se da queixa que desde então os sucessivos presidentes têm falhado.
Para o PR, ainda escorrendo sobre a queixa, a possibilidade de realocação do financiamento eleitoral para a protecção e o desenvolvimento do país não significa necessariamente a suspensão das eleições, pois estas são inevitáveis em democracia, mas que o financiamento ao Estado seja feito num quadro em que o país também possa estar melhor protegido e desenvolvido.
Sendo assim, e do exposto, fica a dica presidencial para um presidenciável de 9 de Outubro próximo: alguém cujas valências possa articular soluções que deixem o país mais democrático, mais protegido e mais desenvolvido no final do seu mandato.
PS: Sobre os elevados custos das eleições, ouvi, uma ou mais vezes, o presidente Joaquim Chissano contar que alertara sobre esse facto à então e falecida PM britânica, Margareth Thatcher, na altura da introdução do sistema multipartidário em Moçambique.
Em resposta, e que eventualmente sossegara a Chissano, presumo pelo histórico das eleições do país que Margareth Thatcher, diplomaticamente, perguntara a Chissano se não conhecia a expressão “Just for English People To See” (É Só Para Inglês Ver).