A decisão, comunicada pelas 13:40 horas de ontem, veio confirmar o que já era dado como certo, depois de Rosário Fernandes também ter confirmado a sua intenção de deixar aquela instituição, que dirigia desde Junho de 2016.

Tal como é habitual, a Presidência da República não avançou os motivos por detrás da saída de Rosário Fernandes, mas “Carta” sabe que em causa está o facto de a entidade que zela pela estatística oficial do país ter contrariado publicamente os dados do Recenseamento Eleitoral, produzidos pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, em particular na província de Gaza, que revelou ter-se recenseado 329.430 eleitores a mais.

Sem nunca ter comentado publicamente em torno deste assunto, que mereceu críticas, Filipe Nyusi preferiu usar “indirectas” para mostrar o seu desagrado em relação à atitude tida como antipatriótica daquela instituição. Durante a inauguração do novo edifício do Ministério da Economia e Finanças (MEF), o Presidente da República disse que aquele pelouro (da Economia e Finanças) tinha instituições que se consideravam estrelas que o próprio ministério e que, devido a este aspecto, havia necessidade de serem tiradas como “capim comprido que cresce sozinho”, pois, “queremos o Ministério estrela” e “não sectores estrelas, individualmente”.

Sendo o INE uma das instituições tuteladas pelo MEF, ficou claro que a instituição que provocava ruído na “orquestra”, dirigida por Adriano Maleiane, era a comandada por Rosário Fernandes que, segundo alguns críticos, pecou por defender a integridade e fiabilidade dos seus dados.

Refira-se que, ainda na manhã de ontem, Rosário Fernandes dirigiu a 10ª Reunião Nacional de Planificação, que hoje termina, na vila de Gondola, província de Manica. O evento tem como objectivo principal fazer uma avaliação exaustiva dos níveis de realização das Actividades do Sistema Estatístico Nacional relativas ao primeiro semestre. (Carta)