O Conselho de Ministros moçambicano ratificou ontem uma série de documentos que formalizam alterações ao projeto da Área 1 de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, decorrentes da entrada da petrolífera Total, celebrada em setembro de 2019.
A aprovação vai adequar à realidade "aspetos de desenvolvimento, propriedade, construção, financiamento, operação e manutenção do projeto, designadamente reconhecendo a entrada da Total como concessionária e operadora em substituição da Anadarko", explicou Filimão Suaze, porta-voz da reunião ministerial.
Ficam também ratificadas "modificações à capacidade instalada, bem assim como incorporadas atualizações ao financiamento do projeto".
Os documentos aprovados incluem o acordo complementar relativo à Área 1, o aditamento ao acordo de financiamento do projeto e a adenda ao plano de desenvolvimento.
Trata-se dos documentos base do projeto, que mantém as características-chave: 18 poços submarinos, uma área de implantação em terra de 6.800 hectares e duas unidades industriais de liquefação de gás com uma capacidade nominal de 13,12 milhões de toneladas por ano (mtpa).
A Total lidera o consórcio da Área 1 desde setembro de 2019 com 26,5% de participação, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo as restantes participações à indiana ONGC Videsh (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).
No final de 2020, os ataques armados de rebeldes que têm aterrorizado Cabo Delgado aproximaram-se do perímetro de obras na península de Afungi, obrigando a Total a reduzir o pessoal até que haja um reforço das condições de segurança - tema que tem sido tratado com o Estado moçambicano.
No entanto, apesar das ameaças, a empresa tem mantido o prazo de 2024 para início de produção de gás natural liquefeito, naquele que é o maior investimento privado em curso em África. (Lusa)