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segunda-feira, 02 setembro 2019 08:04

Quatro parturientes perdem a vida em dois meses na Maternidade do Hospital Provincial de Lichinga

Quatro mulheres perderam a vida nos últimos dois meses na maternidade do Hospital Provincial de Lichinga (HPL), na província do Niassa, durante o período de parto, sendo que duas pereceram na semana passada, entre elas uma docente universitária, de nome Rosalina Moisés, da actual Universidade Rovuma, extensão de Lichinga.

 

De acordo com as fontes, há três anos que se regista esta situação, mas nem a direcção da maior unidade sanitária do Niassa e muito menos a Direcção Provincial da Saúde daquele ponto do país mostram-se preocupados com o “fenómeno”, que leva algumas pessoas a optar por partos caseiros, médicas tradicionais e até nos países vizinhos como Tanzânia e Malawi.

 

Entretanto, inconformada com a situação, a população da cidade de Lichinga saiu à rua, no passado sábado (31 de Agosto), para dizer “basta” às atrocidades que se verificam naquela maternidade. Porém, como tem sido habitual, a Polícia foi chamada para o local das manifestações e, segundo apurámos, “violentou” os manifestantes, atirou gás lacrimogénio, para além de ter recolhido telemóveis, máquinas de filmar e fotográfica e dísticos. Ainda deteve manifestantes (docentes, estudantes e funcionários públicos), instalando-se assim “desordem” naquela capital provincial.

 

No entanto, “Carta” teve acesso a um comunicado supostamente do Ministério da Saúde, emitido no dia 30 de Agosto, visando responder à situação que, desde a noite do dia 27 de Agosto (terça-feira), está a criar polémica naquela província. O referido comunicado afirma que a titular do sector, Nazira Abdula, orientou a Inspecção-Geral da Saúde, a Direcção Nacional da Assistência Médica e um médico legista a deslocarem-se a Lichinga para apurar as reais causas que levaram à morte da gestante, de modo a esclarecer o caso. Entretanto, o documento não convenceu os residentes da maior cidade da província mais extensa do país, que se manifestaram no dia seguinte.

 

Entre as principais razões que levam à morte de parturientes, apontam as fontes, está a corrupção e o clientelismo que se vive naquela unidade sanitária, pois, as gestantes são obrigadas a corromper as parteiras, para que possam beneficiar de um trabalho de parto condigno. (Omardine Omar)

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