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segunda-feira, 25 novembro 2019 06:44

Guerrilheiros dissidentes da Renamo negam apoios e novos recrutamentos

Mariano Nhongo, líder da autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), negou sábado que esteja a receber apoio de quadros do partido ou a recrutar novos membros.

 

"Nunca recebemos apoios" de figuras destacadas ou deputados da Renamo descontentes com Ossufo Momade, o atual presidente do partido, disse Nhongo, em declarações por telefone à Lusa. A alegação tinha sido feita na quinta-feira por seis homens detidos pela polícia moçambicana por suspeita de estarem a recrutar jovens para abrir novas bases, sob comando de Mariano Nhongo, na província da Zambézia.

 

O guerrilheiro que lidera a Junta diz que não os conhece e classifica a apresentação dos suspeitos como uma encenação para "distrair a população" do julgamento do caso das dívidas ocultas do Estado moçambicano, em Nova Iorque.

 

Os detidos foram apresentados aos jornalistas no mesmo dia em que o principal arguido no caso referiu que o Presidente da República, Filipe Nyusi, terá recebido um milhão de dólares para a sua campanha eleitoral de 2014, dinheiro transferido por estaleiros navais acusados de subornar políticos.

 

Nyusi é presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder desde a independência, de forma reforçada após as eleições gerais e provinciais de 15 de outubro, embora observadores e oposição tenham alegado fraude e intimidação generalizada.

 

Mariano Nhongo reiterou disponibilidade para dialogar com o Governo sobre as exigências do seu grupo em relação ao acordo de desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR) do braço armados da Renamo.

 

No entanto, enquanto não forem ouvidos, os homens desavindos com o acordo celebrado por Ossufo Momade com o Governo admitem usar as armas, referiu, sem assumir responsabilidades por ataques passados.

 

As autoridades apontam-nos como principais suspeitos da morte de dez pessoas em ataques armados nas províncias de Manica e Sofala, desde agosto, nomeadamente contra viaturas ao longo de duas das principais estradas do centro do país, EN1 e EN6. (Lusa)

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