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segunda-feira, 16 dezembro 2019 03:25

Jovens de Marracuene defendem recrutamento de MMV por via das organizações juvenis

Jovens do distrito de Marracuene, na província de Maputo, defendem a contratação de Membros das Mesas de Voto (MMV), através de organizações juvenis, como forma de garantir maior envolvimento destes nos pleitos eleitorais, por um lado, e, por outro, para assegurar a empregabilidade destes durante aquele período.

 

A ideia foi partilhada na última sexta-feira, pelo Presidente do Conselho Distrital da Juventude de Marracuene, Mário Matcheve, durante o Workshop de Reflexão e Avaliação da participação dos jovens nas últimas Eleições Gerais, que tiveram lugar no dia 15 de Outubro.
O evento foi organizado pela Associação Moçambicana para Cidadania Activa (AMOCA) e tinha como principal objectivo discutir os Desafios e as Lições aprendidas durante aquele processo eleitoral.

 

Falando perante uma plateia constituída por cerca de cinco dezenas de jovens, oriundos de diferentes pontos daquele distrito, Matcheve defendeu a necessidade de os órgãos eleitorais contratarem a sua mão-de-obra, com destaque para brigadistas e MMV, através das organizações juvenis como forma de garantir maior inclusão desta camada social, assim como a sua empregabilidade.

 

Na sua fundamentação, a fonte citou o exemplo da Nigéria que recorre às organizações juvenis para contratar o pessoal necessário para a realização do recenseamento eleitoral, campanhas de educação cívica e constituição das listas dos MMV.

 

Segundo Matcheve, o actual modelo de contratação de MMV não beneficia os jovens, uma vez que, para o efeito, têm maioritariamente sido contratados professores, muitos deles com idades avançadas.

 

Por seu turno, Domingos Madeira, do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), a nível de Marracuene, defendeu que 100% do quadro técnico daquele órgão eleitoral no distrito é jovem, e que a maior parte dos agentes de educação cívica e MMV também são jovens. De referir que, nas últimas eleições, o STAE de Marracuene contratou 53 agentes de educação cívica e 1071 MMV.

 

Entretanto, Madeira lamentou a falta de entrega de alguns desses jovens contratados, até porque alguns chegaram mesmo a abandonar os seus postos de trabalho – uns alegando cansaço e outros afirmando ser pouco o subsídio definido pelos órgãos eleitorais.


Lembre-se que, para as eleições de 2019, os MMV tinham subsídios que variavam entre 3.200 Mts e 3.700 Mts. Os Presidentes de Mesa receberam 3.700 Mts, os vice-Presidentes 3.500 Mts, enquanto os Secretários e os escrutinadores tiveram subsídios de 3.200 Mts.

 

“O trabalho dos processos eleitorais requer muito sacrifício, muita entrega, pois, são três dias árduos. Alguns jovens dormiram no momento da cotagem dos votos, outros simplesmente abandonaram os locais de trabalho. É uma situação que nos preocupa muito”, disse Madeira.

 

Quem também defende entrega dos jovens é a Comissão Distrital de Eleições de Marracuene que, na voz de Carlos Balói, questionou a pouca afluência desses mesmos jovens ao recenseamento eleitoral, assim como às urnas, no dia 15 de Outubro último. Balói revelou que o nível de abstenção, em Marracuene, foi de 45% e que a grande parte dos que não votaram são os jovens. (Carta)

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