A Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Moçambique, Djamila Cabral, aponta para a prevenção e comunicação sobre o Covid-19 como a melhor forma de conter a propagação do coronavírus no país, onde já foram confirmados cinco casos desta pandemia.
“Insistir na triagem, em termos de identificar e procurar os casos suspeitos, testar para ver se são positivos ou negativos. Se são positivos, procurar todos os contactos e testá-los, se for necessário. E no fim, procurar trabalhar na parte dos hospitais para que fiquem prontos no caso de ser necessário internar as pessoas para cuidados mais específicos e intensivos. E temos de continuar, como disse no princípio, a trabalhar com a comunicação. Eu penso que a comunicação é fundamental para que possamos ter uma mudança de comportamento que vai ajudar em toda esta prevenção”, disse Djamila Cabral, citada pela ONU News, a Agência de Informação das Nações Unidas.
Para a Representante daquela agência das Nações Unidas, em Moçambique, é necessário que as autoridades continuem a redobrar os cuidados essenciais, após as primeiras notificações do novo coronavírus.
“Falamos em lavar as mãos, falamos na etiqueta da tosse, falamos em distância social. Mas tem também aspectos ligados à quarentena, aquelas pessoas que são colocadas em quarentena e não cumprem como prometeram. Temos de continuar a fazer comunicação para que as pessoas possam entender que a quarentena é para o bem delas e para o bem das suas famílias e para o bem das populações, mas em primeiro lugar é para o bem das suas famílias. É verdade que é difícil, nós temos uma população jovem, mas essas medidas podem ter alguma dificuldade em serem implementadas correctamente, mas a comunicação continua a ser a arma fundamental”, disse a fonte.
Lembre-se que os três primeiros casos notificados pelo novo coronavírus, em Moçambique, estão em quarentena domiciliar por apresentar sintomas leves, tal como avançou a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene. Entretanto, importa sublinhar que um dos casos confirmados é resultado de uma transmissão local, sendo uma mulher de 77 anos de idade que manteve contacto com um cidadão de mais de 75 anos, que importou a doença do Reino Unido.
Moçambique está na lista dos 52 países africanos que até esta quarta-feira já tinham reportado cerca de 2.000 casos do Covid-19, que resultaram em 58 vítimas mortais.
EUA podem tornar-se novo epicentro da pandemia
Enquanto isso, a OMS, na voz da sua porta-voz, Margaret Harris, anunciou que os Estados Unidos da América (EUA) poderão se tornar o novo “epicentro” da crise. Segundo a fonte, o país apresenta um “surto muito significativo” e um grande número de novos casos relatados da noite para o dia.
Os EUA já contam com cerca de 50 mil casos, sendo que, em 24 horas, 85% de todos os pacientes recém-notificados foram registados em territórios norte-americanos e europeus. Em todo o mundo, mais de 400 mil pessoas já foram infectadas pelo Covid-19, sendo que, deste número, mais de 18 mil perderam a vida, em 194 nações.
Entretanto, a OMS aponta alguns “sinais positivos em vários países europeus”, que, no entanto, precisam ser vistos com cautela. Com a estratégia de “testar, isolar, rastrear e colocar em quarentena”, a agência destaca que foram dados passos cruciais e necessários que deveriam ser exemplo para autoridades de todo o mundo. (Carta)