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quarta-feira, 22 abril 2020 07:53

CDD diz que Executivo de Filipe Nyusi traçou cenário alarmista para atrair apoio da Comunidade Internacional

Menos de 24 horas, após o anúncio de que o país poderá registar 20 milhões de infecções pela Covid-19, as reacções não se fizeram esperar. E, como sempre, vieram da sociedade civil. O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) acusou o Executivo liderado por Filipe Nyusi de ter traçando um cenário “alarmista” e “apocalíptico” com um único objectivo: atrair apoio da comunidade internacional.

 

Acompanhando a estimativa de 20 milhões de pessoas infectadas pela pandemia da Covid-19 nos próximos seis meses veio, igualmente, a estimativa do Orçamento do Executivo para fazer face à doença que ronda na casa dos 34 mil milhões de meticais.

 

A estimativa de pessoas infectadas pela pandemia, bem como as avultadas somas para lidar com doença, conhecida pelo seu elevado nível de infecciosidade e letalidade, foi anunciada, segunda-feira última, durante o Conselho Coordenador do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

 

“A insistência do Governo em trabalhar com o pior cenário tem como objectivo criar alarmismo e, por via disso, atrair a atenção e os apoios da comunidade internacional”, acusou o Centro para Democracia e Desenvolvimento, em seu Boletim Informativo, tornado público esta terça-feira.

 

O Executivo Moçambicano, na pessoa do ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, pediu, recorde-se, no passado dia 24 de Março último, um dia depois do registo do primeiro caso de Covid-19 no país, aos parceiros internacionais 700 milhões de USD para fazer face aos efeitos nefastos da pandemia.

 

Fora o objectivo capitalista, o cenário alarmista do Governo, refere o CDD, cria pânico e um sentimento generalizado de desespero, ressalvando, tal como disse a organização, que o executivo devia informar com responsabilidade sobre a situação da Covid-19 em Moçambique.

 

Os 34 mil milhões de meticais, de acordo com o Governo, serão aplicados em sectores, nomeadamente Saúde (17.4 mil milhões de Mts), Agricultura e Desenvolvimento (15.6 mil milhões Mts), INGC (859.2 milhões de Mts), Educação (67.8 milhões de Mts), Cultura e Turismo (19.2 milhões Mts) e os sectores de Transporte e Comunicações (11.6 milhões de Mts).

 

Dados tornados públicos esta terça-feira, pelas autoridades sanitárias dão conta de que o país continuava com 39 casos positivos da Covid-19 no país, sendo 31 activos e oito recuperados. Ainda ontem, deram a conhecer que um cidadão moçambicano perdeu a vida na Alemanha, vítima da Covid-19. (Carta)

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