O administrador do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), Pedro Muagura, venceu o Prémio Kenton R. Miller por se "destacar no desenvolvimento de políticas inovadoras" naquela área de conservação moçambicana, anunciou a entidade.
O prémio, entregue pela União Internacional para a Conservação da Natureza e pela Comissão Mundial de Áreas Protegidas, homenageia conservacionistas que estão a dar "passos ousados" para garantir a sustentabilidade a longo prazo de áreas protegidas, refere uma nota do Parque Nacional da Gorongosa enviada à comunicação social.
Pedro Muagura foi escolhido devido aos seus esforços para promover o uso sustentável da terra, desenvolvimento comunitário e a conservação da biodiversidade no Parque Nacional da Gorongosa, com destaque para o projeto de cultivo de café, um negócio promovido pelo PNG e cujos lucros são apicados em ações de educação de raparigas em redor da área.
"Estou muito feliz que as minhas ideias tenham sido consideradas pelo povo da Serra da Gorongosa. Todos nós podemos contribuir para inovar e melhorar o mundo em que vivemos, se trabalharmos em equipa e acreditarmos que é possível ter êxito, ainda que à partida pareça muito difícil e até perigoso", disse Pedro Muagura.
Além do conservacionista moçambicano, o libanês Nizar Hani também foi distinguido com o prémio pelas suas ações para transformar a Reserva da Biosfera Shouf, no Líbano, num modelo globalmente significativo para o desenvolvimento ecológico.
"Os vencedores deste ano são faróis de esperança em regiões que tiveram uma história turbulenta, afetando tanto os humanos quanto a natureza de forma profunda nas últimas décadas", acrescenta a nota.
O prémio foi criado em homenagem ao conservacionista Kenton R. Miller, em reconhecimento ao seu legado na gestão de áreas protegidas e na orientação de líderes no campo da conservação.
Com pouco mais de quatro mil quilómetros quadrados, o Parque Nacional da Gorongosa apresenta-se como "o principal parque nacional de vida selvagem de Moçambique", localizado na extremidade sul do Vale do Rift do leste africano.
O local está a conhecer uma notável reposição de espécies nos últimos anos, após décadas de destruição, devido à caça furtiva e à guerra civil de 16 anos, que terminou em 1992. (Lusa)