“Nos dias que antecederam uma viagem em serviço a Cabo-Delgado, falei com o Director-Geral do INSS sobre a possibilidade de a instituição comprar o bilhete para a minha esposa e descontar no salário do mês a seguir; Este pedido, expliquei, tinha em vista garantir que saímos e regressamos juntos, uma vez que podíamos estar numa situação de conseguirmos a ida juntos e o regresso em voos separados; o Director-Geral disse-me que poderia formalizar o pedido, o que prontamente fiz e, como fica claro no pedido, iria ser descontado no salário”.
Buque acrescenta: “No entanto, internamente, viu-se que não havia enquadramento legal e, face a isso, solicitei que me fosse facultada a agência que iria vender os bilhetes da nossa viagem (a delegação do INSS), de modo a que comprasse pessoalmente. Foi-me fornecido o contacto: tratava-se de "Benguerra Travel Tours"; a funcionária desta instituição veio ao meu encontro com o bilhete emitido e tratou de cobrar o valor do mesmo, entregando-me de seguida a passagem. Considerei que o caso tinha ficado por ali”.
Adelino Buque conta que “foi com alguma estranheza que hoje, 27 de Setembro (ontem), um amigo liga-me alertando sobre o assunto”.
Ele disse que achou estranho porque “o CIP em nenhum momento me contactou para saber da minha opinião ou reacção nas circunstâncias descritas. Penso que, a própria Direção-Geral do INSS teria também explicado o que passou explicado, sobretudo do contexto do pedido”.
“Estranho ainda a publicação de documentos internos, acredito, sem solicitação e autorização prévia”, acrescenta ele, rematando: “Definitivamente, nunca usei o cargo para fins reportados e não faço ideia do objectivo desta comunicação. E como referi, o CIP não me procurou para reagir”.(Carta)