Os ataques armados e terroristas, protagonizados pela auto-proclamada Junta Militar da Renamo e por um grupo extremista, no centro do país e na província de Cabo Delgado, respectivamente, já causaram 424 mil deslocados (correspondente a 86.500 famílias), de acordo com os dados apresentados, esta quinta-feira, pela Directora-Geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Luísa Meque, durante a reunião do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que teve lugar em Maputo.
Segundo Luísa Meque, os deslocados encontram-se distribuídos pelas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Sofala e Inhambane. A fonte garantiu ainda terem já sido criados 13 centros de acolhimentos, onde se encontram 3.981 famílias.
A ex-Vice-Ministra da Agricultura e Segurança Alimentar informou, na ocasião, que, na província de Cabo Delgado, foram identificados 18 bairros para acolher os deslocados do terrorismo, para além de terem sido demarcados 3.548 talhões nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Sofala para acolher as famílias afectadas, tanto pelo terrorismo, assim como pelos ataques da Junta Militar.
Intempéries já mataram 22 pessoas no país
No que tange à época chuvosa, a dirigente avançou que, até ao momento, as intempéries já mataram 22 pessoas, para além de terem afectado 3.695 famílias e destruído 992 casas, nas províncias de Manica, Zambézia, Maputo e na capital do país.
De acordo com a fonte, a época chuvosa 2020/21, poderá afectar 1.684.000 pessoas, pelo que, o Governo terá de investir 7.2 mil milhões de Meticais para operacionalizar o seu Plano de Contingência. Entretanto, até ao momento, o Executivo só conseguiu angariar 800 milhões de Meticais, havendo um défice de 6.4 mil milhões de Meticais.
Segundo Luísa Meque, o valor também será usado para apoiar os deslocados, porém, sublinhou não haver um orçamento “exacto” para ajudar as vítimas do terrorismo. (Carta)