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quarta-feira, 04 novembro 2020 07:18

ONU revela que 90% dos assassinatos de jornalistas não foram punidos, desde 2006

A Organização das Nações Unidas (ONU) revela que um total de 1.2 mil jornalistas foram assassinados, em todo o mundo, por divulgar notícias e levar informações ao público entre 2006 e 2019, sendo que 90% dos casos ficaram impunes. Os dados foram divulgados esta segunda-feira, 02 de Novembro, pela organização, no âmbito da comemoração do “Dia Internacional sobre o Fim da Impunidade para Crimes contra Jornalistas”.

 

Segundo a Agência de Informação das Nações Unidas, ONU News, um estudo realizado pela UNESCO (Agência das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) relata que 156 profissionais da comunicação social foram mortos em todo o mundo entre 2018 e 2019, sendo que 57 foram assassinados em 2019, representando o número mais baixo do período analisado. Aliás, o estudo refere que, na última década, um jornalista foi assassinado, em média, a cada quatro dias.

 

“No entanto, continuam prevalecendo os crimes contra jornalistas apesar de este ano ter havido uma ligeira redução na taxa de impunidade, com um percentual de 13% dos casos relatados, que foram resolvidos em todo o mundo. Em 2019, o índice foi de 12%, mais um ponto percentual que no ano anterior”, avança a ONU News, citando o documento da UNESCO.

 

Os jornalistas da América Latina e da região das Caraíbas foram os mais visados, em 2019, representando 40% do total das mortes, registadas em todo o mundo. Em segundo lugar, diz a ONU News, estão as regiões da Ásia e do Pacífico, com 26% das mortes.

 

“Pelas estatísticas da organização, a Síria é o país mais perigoso para jornalistas, seguida pelo México e Afeganistão. Na região dos Estados Árabes, da América Latina e Caribe e da Ásia e Pacífico ocorrem mais de 75% dos assassinatos”, diz a fonte.

 

Para o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, quando os jornalistas são atacados, as sociedades pagam o preço. “Sem protecção dos jornalistas, a capacidade de manter as pessoas informadas e contribuir para a tomada de decisões é severamente prejudicada”, defende Guterres.

 

Lembre-se que, em Moçambique, os crimes contra jornalistas também não têm sido punidos. Só neste ano, um jornalista foi raptado, em Abril último, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, não havendo informações, até ao momento, do paradeiro do mesmo. Já no ano passado, dois jornalistas do distrito de Macomia, também na província de Cabo Delgado, foram detidos pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) por estarem a cumprir a sua missão de informar os cidadãos sobre o terrorismo naquele ponto do país.

 

Refira-se que o “Dia Internacional sobre o Fim da Impunidade para Crimes contra Jornalistas” foi proclamado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em resolução, apelando, na ocasião, os países a implementar medidas definitivas contra a actual cultura de impunidade. A data foi criada um ano após o assassinato de dois jornalistas franceses no Mali, ocorrido a 02 de Novembro de 2013. (Carta)

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