Numa nota publicada esta quarta-feira, a vice-Directora da Amnistia Internacional (AI) para África Austral, Muleya Mwananyanda, defende que o mundo “não pode continuar a fechar os olhos ao sofrimento dos civis” vítimas dos ataques terroristas, na província de Cabo Delgado, no norte do país.
Tomando como base o genocídio verificado no Ruanda, em 1994, em que a ONU assumiu o seu fracasso, Muleya Mwananyanda afirma que o cenário que se vive na província de Cabo Delgado é um sinal de que a história se repete e que os civis “estão, mais uma vez, a pagar o preço da inacção da comunidade internacional”.
A fonte sublinha que a população das regiões afectadas pelos ataques terroristas continua a viver com medo, receando novas investidas por parte daquele grupo, assim como das Forças de Defesa e Segurança que, na sua óptica, “cometeram violações dos direitos humanos em nome de insurgentes”.
Por essa razão, aquela organização internacional insta a ONU a agir para fazer frente à escalada da violência na província de Cabo Delgado, através da criação de um mecanismo internacional independente para lidar com os crimes em curso sob o direito internacional e as violações dos direitos humanos.
Lembre-se que, esta semana, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, manifestou a sua preocupação em relação aos últimos episódios relatados na província de Cabo Delgado. De acordo com fontes locais, mais de uma centena de pessoas pode ter morrido no distrito de Muidumbe, numa acção descrita como retaliação às investidas das FDS. (O.O)