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BCI
quarta-feira, 18 novembro 2020 02:22

Igreja Católica cada vez mais preocupada com terrorismo e outras violências que assolam o país

A Igreja Católica sempre mostrou preocupação em relação ao terrorismo em Cabo Delgado, norte do país, desde o seu início há três anos. Mas, nos últimos dias, a congregação revela cada vez mais inquietação em relação à situação e demais crises que assolam o país.

 

Após um seminário de quase uma semana, havido semana finda, na cidade da Matola, província de Maputo, os bispos daquela congregação religiosa manifestam, em comunicado, sua preocupação, “devido, por um lado, à pandemia global do novo coronavírus e, por outro, à guerra de Cabo Delgado com mais de 2.000 mortos e 400.000 deslocados e também de outras formas de violências, raptos, criminalidade e violação dos direitos humanos, que infelizmente se multiplicam na nossa sociedade moçambicana”.

 

Perante essa situação, os bispos manifestam sua proximidade fraterna aos concidadãos de Cabo Delgado. Expressam, às vítimas, “constante oração na esperança de encontrar vias de diálogo que facilitem o fim do terrível conflito e consequente drama humanitário”.

 

Reunidos em seminário, no âmbito da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), os bispos católicos dizem, em nota, terem reflectido sobre diversos problemas que assolam o país, nomeadamente a pandemia da Covid-19, as dívidas ocultas, as guerras no centro e norte do país.

 

“Perante a tragédia de Cabo Delgado, reflectimos sobre a melhor maneira de conter e aliviar a situação. Reiteramos a necessidade de fortalecer as nossas instituições caritativas, por forma a direccionarem todo o seu trabalho na mitigação do drama”, afirmam os bispos.

 

Como forma de revelar a sua preocupação com o terrorismo no norte do país, aqueles líderes religiosos da igreja Católica reiteram, no comunicado que temos vindo a citar, a constante solicitude do Papa Francisco para com as vítimas da guerra. Lembram que, como forma de minimizar o sofrimento das populações afectadas, o Papa Francisco “decidiu, recentemente, enviar um donativo extraordinário como fruto da sua caridade para com os deslocados no valor de 100.000,00 EUR”.

 

Durante a reunião, os bispos dizem ter mantido encontro com a Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida. À governante, aqueles presbíteros manifestam disponibilidade de colaborar em diversos âmbitos da vida, com destaque para a educação para a paz e reconciliação e combate à pobreza.

 

“Manifestamos, igualmente, algumas preocupações urgentes, entre outras, a renovação dos DIREs, a entrada de novos dicionários, a retoma dos cultos, a Lei de Liberdade religiosa. A Senhora Ministra mostrou disponibilidade e abertura para o fortalecimento da mútua relação e consolidação da colaboração”, refere o comunicado emitido pelo CEM da Igreja Católica em Moçambique. (Carta)

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