Ainda não há data para a leitura da sentença da jovem acusada pelo tráfico de dois menores de idade (um de três anos e outro de cinco anos de idade), ocorrido em Agosto do ano passado, no bairro das Mahotas, arredores da cidade de Maputo. Segundo o tio dos menores, Renildo Jalane, a acusada foi ouvida, semana finda, pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, aguardando-se apenas pela leitura da sentença.
Lembre-se, o caso aconteceu no ano passado, quando uma jovem de 18 anos de idade, que tinha sido contratada para cuidar de duas crianças, decidiu tirá-las do convívio dos pais, quase dois meses depois de ter conquistado o carinho dos patrões e das crianças.
“Quando os pais dos menores chegaram a casa não os encontraram e acreditavam que ela tivesse saído para comprar alguma coisa nas proximidades. Passado muito tempo, resolveram procurar e quando contactaram a família da jovem, a mesma recusou-se a falar, daí começaram a procurar até por volta das 20:00 horas e a preocupação começou a pairar”, contou Renildo Jalane, sublinhando que as crianças foram localizadas, uma semana depois, em casa de um familiar da raptora na província de Gaza.
“Uma vez devolvidos aos pais, os menores encontravam-se assustados e foi necessário mais de um mês para que voltassem a se socializar com os vizinhos e para que saíssem à rua para brincar”, disse Jalane, anotando que a mãe teve de deixar de trabalhar para cuidá-los.
Referir que dados do Relatório das Nações Unidas sobre Tráfico de Pessoas (TIP 2020) indicam que, em 2019, houve registo de oito casos de tráfico de pessoas, menos dois que em 2018, onde foram investigados 10. As penas para quem comete os crimes de tráfico sexual e laboral variam de 16 a 20 anos de prisão efectiva. (Marta Afonso)