Uma adolescente de 15 anos de idade, mãe de primeira viagem, abandonou o seu bebé (recém-nascido), durante 22 dias, no Berçário do Hospital Central de Nampula (HCN), depois de este ter nascido com um problema grave de asfixia, cujo teste de APGAR foi de 2/10.
De acordo com o comunicado de imprensa partilhado pelo HCN, a adolescente teve complicações durante o parto no Centro de Saúde do distrito de Muecate, província de Nampula, tendo sido transferida para o HCN, a maior unidade sanitária da província de Nampula e do norte do país. A transferência ocorreu no dia 29 de Abril.
Segundo o HCN, após o parto, o bebé não deu sinais de vida satisfatórios e muito menos deu seu primeiro choro, tal como é habitual entre os recém-nascidos. Testes de vitalidade realizados ao recém-nascido revelaram que o mesmo apresentava problemas graves de asfixia, tendo sido encaminhado ao berçário daquela unidade sanitária.
Sem ser devidamente comunicada sobre o real estado do bebé e, sobretudo, os passos subsequentes, a mãe de primeira viagem e a sua acompanhante decidiram abandonar o HCN, pensando que o bebé não sairia com vida.
Com a mãe desaparecida, refere a nota do HCN, o departamento de pediatria contactou os serviços de Acção Social para localizar a adolescente, tendo sido localizada na passada sexta-feira, 21 de Maio.
“Eu não sabia que o bebé estava vivo, porque quando nasceu não chorou e nem se mexia. Disseram-me que vão levar no vidro (berçário) e quando falei com minha irmã, que estava comigo na altura, disse-me para voltarmos para casa”, explicou Cristina Gabriel, mãe de primeira viagem, citada na nota.
“Não sabíamos que a criança vive. Estou sem palavras. Quero agradecer às autoridades pelo trabalho prestado e pelo carinho dos enfermeiros, que devolveram a vida ao meu neto”, secundou Inácio Muarrapaz, sogro da adolescente. (Marta Afonso)