Estão suspensas as aulas em todas as escolas públicas e privadas e institutos de formação técnico-profissional na cidade de Maputo, desde esta segunda-feira (25) até sexta-feira (29), devido às chuvas que fustigaram a capital moçambicana. A medida consta de um comunicado do Gabinete do Secretário do Estado da cidade de Maputo.
Lê-se no comunicado que a suspensão das aulas se deve aos transtornos relacionados às chuvas que caem desde a madrugada do dia 24 de Março do ano em curso que tornaram algumas vias de acesso da cidade de Maputo intransitáveis.
As águas das chuvas alagaram pátios e salas de aulas, facto que condicionou o decurso normal das aulas em quase toda a cidade de Maputo. Assim sendo, o Governo viu-se obrigado a tomar esta medida para garantir a segurança dos alunos e dos formadores.
De acordo com o Presidente do Conselho Municipal da cidade de Maputo, Rasaque Manhique, a decisão de interrupção de aulas foi tomada em conjunto com a Secretaria de Estado, para permitir que as autoridades possam "correr" atrás das pessoas afectadas.
No fecho desta edição, "Carta" apurou que também foram suspensas as aulas na província de Maputo até sexta-feira e algumas universidades também suspenderam as aulas presenciais até quarta-feira. (Carta)
O Departamento sul-africano dos Assuntos Internos está a examinar o contrato da empresa privada que garante a segurança da cadeia de Lindela, em Krugersdorp, na sequência da recente fuga em massa de sessenta e nove estrangeiros ilegais. A evasão ocorrida no passado dia 17 de Março só foi tornada pública este fim-de-semana.
O contrato de R58,1 milhões por ano com a empresa de segurança "EnviroMongz" está a ser examinado para decidir sobre os passos a seguir. Em comunicado, o Departamento disse que a fuga ocorreu às 11h50 de domingo (17 de Março), durante um confronto entre os "ilegais" que esperavam para serem deportados e funcionários da empresa que fornece segurança nas instalações.
“O Departamento está descontente com as circunstâncias e a forma como esta fuga aconteceu porque acreditamos que poderia ter sido feito o suficiente pela empresa que presta segurança para evitar este incidente." Como precaução, o Departamento assumiu o controlo de acesso e segurança e colocou uma empresa de segurança diferente no portão.
No momento da fuga, estavam para ser deportados 1 521 cidadãos estrangeiros indocumentados para Moçambique, Botswana, Lesoto, Malawi, Eswatini e Zimbabwe, incluindo os fugitivos. No entanto, as deportações prosseguiram e 622 clandestinos já foram deportados.
A cadeia de Lindela é um estabelecimento prisional de passagem para os estrangeiros ilegais que aguardam deportação. Numa entrevista televisiva, o ministro do Interior, Aaron Motsoaledi, disse à SABC que outro grupo tentou escapar no dia seguinte, 18 de Março.
“Portanto, estamos muito afectados com o que aconteceu no domingo. A empresa de segurança tem que prestar contas.” Ele disse que as respostas da empresa “não foram satisfatórias” e que as imagens mostraram pessoas simplesmente saindo. Referiu que dois seguranças também foram presos porque, durante a tentativa da segunda fuga, na segunda-feira, alguém foi baleado num confronto com os guardas.
Os países de origem dos que aguardam deportação são: Moçambique (3), Tanzânia (38), Malawi (14), Zimbabwe (5), Lesoto (2), Burundi (3), República Democrática do Congo (3) e Nigéria (1).
O contrato da "EnviroMongz" é válido por 60 meses (cinco anos), a partir de 1 de Fevereiro de 2022. A cadeia de Lindela era administrada pela Bosasa, uma empresa envolvida em acusações de corrupção grave e suborno. (News24)
Malawi segue a Zâmbia ao declarar este fim-de-semana estado de calamidade devido à seca em 23 dos seus 28 distritos, enquanto o El Niño traz fome à África Austral. O presidente Lazarus Chakwera disse que o país precisa urgentemente de mais de 200 milhões de dólares em assistência humanitária, menos de um mês depois de a vizinha Zâmbia também ter pedido ajuda. Malawi é o último país da região a ter o seu abastecimento alimentar prejudicado por um grave período de seca que tem sido associado ao fenómeno climático El Niño.
O terceiro país, o Zimbabwe, também viu grande parte das suas colheitas dizimadas e está a considerar seguir o exemplo, sublinhando as preocupações levantadas pelo Programa Mundial da Alimentação no fim do ano passado de que numerosas nações da África Austral estavam à beira de uma crise de fome devido ao impacto do mesmo fenómeno. O PMA disse que já havia quase 50 milhões de pessoas no Sul e em partes da África Central enfrentando insegurança alimentar, mesmo antes de ocorrer um dos períodos mais secos em décadas.
A USAID, a agência de ajuda do governo dos EUA, disse que mais de 20 milhões de pessoas na África Austral precisariam urgentemente de ajuda alimentar no início de 2024, em parte devido ao efeito El Niño. O mês passado foi o Fevereiro mais seco dos últimos 40 anos na Zâmbia e no Zimbabwe, de acordo com o monitor sazonal do PMA, enquanto Moçambique, Malawi e partes de Angola registaram “graves défices de precipitação”.
Milhões de pessoas na África Austral dependem dos alimentos que cultivam para sobreviver. O milho, alimento básico da região, foi gravemente afectado pela seca. El Niño é um fenómeno climático natural e recorrente que envolve o aquecimento da superfície do mar em partes do Oceano Pacífico. Tem impactos no clima global, incluindo a causa de chuvas abaixo da média na África Austral. Alguns cientistas afirmam que as alterações climáticas estão a tornar os El Niños mais fortes e os seus impactos mais extremos.
Entre os anos 2015 e 2016, o El Niño também trouxe uma grave seca para a África Austral, a pior da região em 35 anos, de acordo com o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários. Os seres humanos não são os únicos afectados, com autoridades de conservação no Zimbabwe a relatarem a rara ocorrência de pelo menos 100 elefantes que morreram num parque nacional no fim do ano passado devido à secagem de poços de água durante a seca.
Antes dos anúncios nacionais de catástrofe por parte do Malawi e da Zâmbia, o PMA e a USAID já tinham lançado um programa para alimentar para 2,7 milhões de pessoas nas zonas rurais do Zimbabwe que enfrentavam escassez de alimentos – quase 20% da população daquele país.
A instituição de caridade britânica Oxfam afirmou este mês que mais de 6 milhões de pessoas na Zâmbia, 30% da sua população, enfrentam agora uma grave escassez de alimentos e desnutrição, faltando um ano para a próxima época de cultivo.
O presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, disse que viajou pelo país para inteirar-se do impacto da seca, e uma avaliação preliminar do governo concluiu que cerca de 44% da colheita de milho falhou ou foi afectada, e 2 milhões de famílias foram directamente afectadas. Ele disse que o país, de 20 milhões de habitantes, precisa de cerca de 600 mil toneladas métricas de ajuda alimentar e apelou à ajuda da comunidade internacional.
Malawi tem sido repetidamente atingido por extremos climáticos nos últimos anos, enfatizando como alguns dos países mais pobres e vulneráveis do mundo estão a sentir os piores efeitos das alterações climáticas, apesar de serem os que menos contribuem para as emissões globais. O ciclone Freddy matou centenas de pessoas no Malawi no ano passado, um de uma sucessão de fortes ciclones que devastaram várias partes da África Austral nos últimos cinco anos.
No início de 2022, tempestades tropicais e inundações contribuíram para o pior surto de doença transmitida pela água, a cólera, no Malawi. Mais de 1.200 pessoas morreram devido ao surto que durou meses, segundo a Organização Mundial da Saúde. A Zâmbia também vive, actualmente, um grande surto de cólera. (The Independent)
A província de Maputo está, desde a madrugada de ontem, sob chuva intensa, com a baixa da cidade capital e diversos bairros alagados, prevendo-se que o mau tempo continue até terça-feira, avançou à Lusa o Instituto Nacional de Meteorologia.
“Este é o resultado da combinação entre o tempo quente que registamos nos últimos dias na zona sul do país e a humidade. Esta conjugação gerou esta instabilidade e esta queda de precipitação. O volume de precipitação esteve em torno de 150 milímetros em menos de 24 horas (…)”, declarou à Lusa Telmo Sumila, meteorologista.
A chuva deixou vários bairros das cidades de Maputo e Matola alagados, incluindo a baixa da capital, que tem uma das principais avenidas quase intransitável: 25 de setembro.
“Este cenário vai continuar nas próximas 24 horas. Para Maputo, pelo menos até terça-feira o cenário vai abrandar”, explicou Telmo Sumila.
Além da província de Maputo, a chuva cai também nas províncias de Gaza e Inhambane, no sul, com um volume de 50 e 75 milímetros nas últimas 12 horas, prevendo-se que o mau tempo também afete o litoral de Sofala e Zambézia, no centro do sul.
Até terça-feira, o estado de tempo poderá melhorar na província de Maputo, mas vai piorar no norte de Inhambane e também afetar o litoral das províncias de Sofala e Zambézia, frisou.
A Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL) apelou hoje, em comunicado, para medidas de precaução face ao aumento dos níveis de água nas bacias dos rios Movene e Calichane, em Maputo.
“Além disso, a capacidade de retenção da barragem dos Pequenos Libombos está reduzida após a passagem do ciclone tropical `Fillipo´(que se abateu sobre o sul do país há pouco mais de uma semana). Estejam em alerta e tomem medidas de segurança adequadas”, refere-se no documento.
A atual época chuvosa em Moçambique, que começa em outubro, já provocou a morte de um total de 135 pessoas e afetou outras 116.334, indica um relatório consultado pela Lusa na quinta-feira.
Dos 135 óbitos registados desde outubro e até segunda-feira, 57 foram causados por descargas atmosféricas, 31 por cólera, 24 por afogamentos, 20 por desabamento de casas e três por ataques de animais, refere o relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
A época das chuvas 2023/2024 causou ainda 181 feridos, a destruição total e parcial de 6.348 casas e inundação de outras 10.473, além de afetar também 652 embarcações, 26.354 hectares de culturas, 5.879 dos quais considerados perdidos.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril. (Lusa)
A doença acabou contribuindo na redução do efectivo e nas condições de atendimento, numa altura em que os casos continuam a subir significativamente na província de Sofala. Segundo a Directora Clínica do Hospital Central da Beira, Ana Tambo, todos os profissionais que prestam atendimento no sector da oftalmologia contraíram a doença, mas também foram registados casos noutros sectores. Entretanto, quase metade destes profissionais já se encontram curados e regressaram aos seus postos.
“Neste momento, o HCB tem um cumulativo de 2800 casos de conjuntivite hemorrágica, dos quais três tiveram que ser internados devido a algumas complicações. Ouvimos que os doentes de conjuntivite estão a lavar o rosto com urina e colocam aloé vera, enquanto outros coçam os olhos, o que acaba causando lesões”, explicou Tambo.
Face ao cenário, ela apelou a todos os pacientes com sintomas de conjuntivite para se dirigirem à unidade sanitária mais próxima. Tambo contou que o Hospital Central da Beira registou um caso de conjuntivite num recém-nascido, contaminado pela avó, quando foi visitar o neto. (M.A)
Membros da Marinha de Guerra afectos no arquipélago das Quirimbas são acusados de raptar um agente económico informal na ilha Quirambo, na noite da última terça-feira (19). Os fuzileiros circulam em diferentes ilhas, a partir do seu quartel na ilha do Ibo.
As causas do rapto ou captura são até aqui desconhecidas, embora se suspeite estarem relacionadas com o combate ao terrorismo, uma vez ser esta a missão daqueles agentes de defesa e segurança naquela área da costa de Cabo Delgado.
Fontes na ilha do Ibo disseram que a captura do referido comerciante ocorreu à calada da noite, quando de repente foi visto um grande contingente a escalar a sua residência. "O que sabemos é que ele foi levado, mas não sabemos para onde. Os militares foram com ele na embarcação, deixando a esposa e as crianças", disse à "Carta" um residente local.
Outro residente também confirmou: "ouvimos que foi levado, nós o conhecemos. Costumava vir aqui no Ibo comprar alguns produtos, então hoje (quinta-feira) ouvimos que foi capturado", disse, acrescentando que o comerciante era deslocado da aldeia Darumba no posto administrativo de Mucojo.
Refira-se que, nos últimos dias, devido ao patrulhamento da Marinha de Guerra, a actividade pesqueira, a principal fonte de sobrevivência da população no arquipélago das Quirimbas, não têm sido realizada normalmente.
Na segunda-feira (18), Jesus Barreto, Fuzileiro da Força Naval em Pemba, disse a jornalistas que há um trabalho com as lideranças locais para passar documentos aos pescadores para não serem confundidos, uma vez que está a intensificar a patrulha na costa da província de Cabo Delgado. As autoridades dizem ter estabelecido um perímetro de segurança que não pode ser ignorado. (Carta)