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Quatro (4) agentes económicos residentes na ilha Quirambo, distrito do Ibo, em Cabo Delgado, foram capturados na semana passada por agentes das Forças de Defesa e Segurança (FDS), supostamente pertencentes à Unidade de Intervenção Rápida (UIR), por razões até aqui desconhecidas.

 

"São nossos comerciantes aqui, fornecem-nos produtos diversos aqui na comunidade, e só os vimos a serem capturados por quatro agentes da UIR uniformizados e mascarados", disse um residente local, acrescentando: "além dos quatro havia outros dois agentes à paisana".

 

Outro residente avançou: "as pessoas só os viram a serem capturados sem explicação, talvez para a ilha do Ibo, que é a sede do distrito, e nem chegaram às estruturas locais para explicar a sua missão". Apesar de tudo, a vida em Quirambo, segundo as fontes, decorre normalmente, mas o medo prevalece no seio da população, que ainda não conhece os motivos de captura dos comerciantes informais locais.

 

Em Março passado, a Marinha de Guerra foi acusada de disparar contra pescadores também da ilha Quirambo, causando ferimentos graves e ligeiros, além da danificação da embarcação. (Carta)

O Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público (CSMMP) decidiu expulsar três Assistentes de Oficiais de Justiça, com as categorias de Escrivão de Direito Distrital e Escriturário Judicial Distrital, dos quadros de pessoal das Procuradorias Provinciais de Nampula e Manica, pelo uso das suas funções em benefício próprio e em prejuízo de terceiros. A medida foi tomada durante a XXI Sessão Ordinária do Plenário, que decorreu entre os dias 03 e 05 de Abril corrente.

 

Os três Assistentes são acusados de terem solicitado e recebido valores monetários, para facilitar a soltura do arguido preso e arquivado o processo em instrução.

 

A informação consta de uma nota do CSMMP, enviada esta segunda-feira à nossa redacção. Além dos três Assistentes expulsos, o documento refere que um outro grupo de cinco Oficiais de Justiça e Assistentes de Oficiais de Justiça, com as categorias de Ajudante de Escrivão de Direito e Escriturários Judiciais Distritais, dos quadros de pessoal das Procuradorias Provinciais da Zambézia, Manica, Sofala, e do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção de Maputo, foi demitido pelo uso das suas funções em benefício próprio e em prejuízo de terceiros.

 

"Os cinco Oficiais foram demitidos por receberem e apropriarem-se de valores monetários; pela não remessa de processos acusados ao Tribunal Judicial para o julgamento e pela subtracção de notas contrafeitas apreendidas e anexadas a um processo em instrução", refere a nota.

 

"As sanções supracitadas resultam da violação dos deveres e princípios profissionais, designadamente, zelo, legalidade, dignidade, lealdade e honestidade".

 

Entretanto, por haver indícios de cometimento de infracção criminal, o CSMMP ordenou a extracção de cópias e a remessa aos órgãos do Ministério Público, para a instauração dos competentes processos-crime. (Carta)

Pelo menos oito pessoas morreram e outras quatro estão desaparecidas na sequência do naufrágio de uma canoa no rio Zambeze, na província de Sofala, no centro de Moçambique, disse ontem à Lusa o administrador local.

 

“O naufrágio ocorreu devido a sobrelotação da canoa (…). Perderam a vida oito pessoas, seis crianças e dois adultos”, disse à Lusa Nobre dos Santos, administrador do distrito de Caia, na província de Sofala, onde o acidente ocorreu.

 

A canoa transportava um total de 12 pessoas, sobretudo camponeses, que pretendiam visitar os seus campos agrícolas na ilha Moto, atravessando o rio Zambeze, quando o barco naufragou por voltas das 06:00 (05:00 em Lisboa), avançou a fonte.

 

Quatro pessoas continuam desaparecidas e as operações de busca prosseguem, assegurou o administrador. 

 

“Temos uma embarcação no local, estão lá os técnicos do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastre, está lá a marinha e está lá os serviços distritais”, declarou.

 

O acidente em Caia ocorre uma semana após a tragédia de Nampula, onde um barco de pesca com mais de 130 pessoas também naufragou, provocando a morte de, pelo menos, 98 pessoas.

 

De acordo com as autoridades marítimas em Nampula, a embarcação de pesca não estava autorizada a transportar passageiros nem tinha condições para o efeito e as pessoas que transportava fugiam a um surto de cólera no continente, com destino à Ilha de Moçambique, tendo o naufrágio acontecido a cerca de cem metros desta costa.

 

O Conselho de Ministros de Moçambique decretou luto nacional de três dias na sequência do acidente, com vários países parceiros de Moçambique a manifestarem a sua solidariedade face à tragédia.(Lusa)

A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), operadora petrolífera detida pelo Estado moçambicano, estima que a unidade de processamento de gás de cozinha em Inhassoro, província de Inhambane, inicie a produção até final deste ano.

 

Na mensagem do presidente do conselho de administração da ENH, que acompanha o relatório e contas de 2023 da empresa, a que a Lusa teve hoje acesso, é destacada a implementação do projeto do Acordo de Partilha de Produção (PSA, na sigla em inglês) com a petrolífera sul-africana Sasol, no distrito de Inhassoro.

 

Estêvão Pale destacou ainda “o progresso satisfatório da construção da Central Térmica de Temane (com capacidade de 450 megawatts de energia elétrica) e da planta de processamento de 30 mil toneladas por ano de GPL (gás de cozinha) em Inhassoro, cuja previsão de início de produção está para finais de 2024”.

 

O projeto de PSA “preconiza, respetivamente, a produção de 53 milhões de megajoules de gás natural por ano, que irá materializar a implementação da Central Térmica de Temane e a produção de 4.000 barris de petróleo leve por dia”, recorda ainda Pale.

 

O Governo moçambicano, que estimou anteriormente o início da produção naquela unidade em março passado, prevê que o país vai reduzir em 70% as importações de gás de botija, com o arranque da operação na unidade Inhassoro.

 

O presidente da ENH destaca ainda o “desempenho positivo” do projeto do Contrato de Produção de Petróleo, designado PPA, “apesar das dificuldades operacionais existentes”, na manutenção do "’plateau’ e garantia de fornecimento dos contratos de venda de gás em vigor”: “As receitas deste empreendimento mantiveram um crescimento assinalável, fruto da alta de preços de gás natural no mercado internacional”.

 

Ainda na Bacia de Moçambique, uma das seis bacias sedimentares do país, a ENH prossegui em 2023 com atividades de pesquisa de hidrocarbonetos nos blocos de Búzi, PT5-C e Mazenga.

 

“Embora as atividades de pesquisa e prospeção sejam de alto risco, as mesmas são necessárias e imprescindíveis, com vista a aferir a existência e aumento de reservas de gás natural e/ou petróleo no país, condição ‘sine qua non’ para o desenvolvimento de novos projetos e a criação de oportunidades de negócio, tanto em Moçambique como na região. Em relação a esta atividade, importa destacar a descoberta de gás na área PT5–C, no poço de pesquisa Bonito-1, tendo sido aprovado no mesmo ano o plano de avaliação da descoberta”, lê-se na mensagem.

 

Acrescenta ainda que “tal como o ano anterior, o ano fiscal de 2023 foi caracterizado pela retração das atividades dos projetos da Bacia do Rovuma, no norte da província de Cabo Delgado, devido à manutenção da ‘Força Maior’”, face aos ataques terroristas, invocada pela TotalEnergies em 2021 para suspender a implementação do megaprojeto de gás natural, de 20 mil milhões dólares (cerca de 18,72 mil milhões de euros).

 

“Com o registo dos últimos desenvolvimentos positivos nesta região, que simultaneamente condicionam o estado de Força Maior do projeto, é percetível a reativação das atividades na bacia do Rovuma para breve”, conclui Estêvão Pale.(Lusa)

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, considerou ontem que as vozes críticas à sua liderança estão à procura "de legitimidade” para alcançar posições políticas dentro da principal força política da oposição moçambicana, defendendo a necessidade de “disciplina”.

 

“Assistimos membros a desfilarem pelas televisões e pelos tribunais à procura de legitimidade para alcançar posições político partidárias. Quanto a nós, trata-se de uma fracassada tentativa de inventar a roda, já inventada”, declarou Ossufo Momade, durante o discurso de abertura do Conselho Nacional da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Maputo.

 

Momade, que está na liderança do partido desde a morte do líder histórico da Renamo Afonso Dhlakama (2018) e cujo mandato expirou em 17 de janeiro, é externa e internamente criticado devido a alegada inércia face a supostas irregularidades nas eleições autárquicas moçambicanas de outubro passado, sendo também acusado de negligência face à situação dos guerrilheiros do partido desmobilizados à luz do acordo de paz.

 

Uma das vozes mais críticas à liderança do partido é Venâncio Mondlane, deputado da Renamo e ex-candidato do partido à autarquia de Maputo nas últimas eleições autárquicas.

 

Venâncio Mondlane, que já anunciou publicamente a intenção de se candidatar à presidência do partido, apresentou, recentemente, à justiça uma providência cautelar que exigia a anulação de decisões tomadas pelo atual líder da Renamo, sob o argumento de estar fora do mandato, um ofício rejeitado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

 

Mondlane tinha também intentado uma outra providência cautelar, exigindo a marcação do próximo congresso do partido, mas este processo não foi julgado porque o deputado chegou a acordo com a direção da Renamo para a realização da reunião magna da organização, entre 15 e 16 de maio.

 

No seu discurso ontem, Ossufo Momade rejeitou as acusações que lhe são imputadas, considerando que há uma “agenda externa” ao partido promovida por alguns membros.

 

“Lamentamos que tais membros tenham investido o seu tempo e inteligência para imputar a fraude eleitoral ao partido e, em particular, ao seu presidente, de tal forma que se esqueceram de onde viemos e para onde vamos”, frisou o dirigente, acrescentando que a agenda da Renamo é clara: “alcançar o poder e servir o povo moçambicano”.

 

A reunião do Conselho Nacional da Renamo, que antecede o congresso eletivo, foi marcada por escaramuças entre os seguranças do partido e um grupo de jovens apoiantes de Venâncio Mondlane nas primeiras horas do dia.

 

Os jovens tentavam manifestar-se à porta da sala onde decorre a reunião do Conselho Nacional da Renamo no Hotel Glória, na capital moçambicana, quando os seguranças do partido os expulsaram à força e rasgaram os cartazes que empunhavam, de apoio à candidatura de Venâncio Mondlane.

 

Numa carta aberta divulgada no sábado, Venâncio Mondlane, que não faz parte do Conselho Nacional e que não foi convidado para a reunião de hoje, exigiu que o órgão reprove a proposta de perfil de candidato à presidência do partido apresentada pela Comissão Política, considerando que esta viola os estatutos.

 

Segundo Venâncio Mondlane, membro do partido desde 2018 e que já foi assessor político de Ossufo, a Comissão Política da Renamo propôs, entre vários requisitos, que os membros do partido que queiram candidatar-se tenham pelo menos 15 anos de militância.

 

Três militantes já anunciaram que pretendem concorrer à liderança da Renamo, num ano em que Moçambique realiza eleições gerais, incluindo presidenciais: o irmão do líder histórico do partido Elias Dhlakama e o ex-deputado Juliano Picardo, além de Venâncio Mondlane.

 

Moçambique realiza em 09 de outubro eleições gerais, incluindo presidenciais.(Lusa)

O trânsito rodoviário na Estrada Nacional Número 380 (N380), que liga o Sul e o Norte de Cabo Delgado foi, recentemente, restabelecido. A via sofreu três cortes, há dois meses, na aldeia Miangalewa, impossibilitando a circulação de viaturas, devido aos danos causados pelas chuvas torrenciais, afectando a ligação entre Macomia e os distritos de Muidumbe, Nangade, Mueda, Mocímboa da Praia e Palma.

 

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, visitou aquele ponto do país, no quadro das acções de monitoria ao nível do sector, e referiu que a estrada N380 sofreu danos acentuados, devido às chuvas e movimentação de veículos pesados.

 

“Como consequência, os distritos de Muidumbe, Mueda, Nangade, Mocímboa da Praia e Palma, todos da região norte de Cabo Delgado, sofreram bastante em termos de abastecimento de mercadorias, incluindo combustíveis, o que fez com que os preços dos produtos disparassem”, disse.

 

O governante explicou ainda que o Executivo não podia intervir na altura “porque nem sequer sabíamos a extensão dos danos. E, logo que isso foi permitido, nós avançamos. Porém, já imaginávamos, com base na experiência que tivemos no passado, o que seria necessário. Por isso que o empreiteiro e a ANE começaram muito cedo a mobilizar os equipamentos e materiais”.

 

Mesquita disse que a intervenção permitiu, ainda que temporário, a reabertura da rodovia ao trânsito.

 

"De seguida, passaram cerca de 120 camiões e, durante a visita, cruzámos com cerca de 20 camiões transportando mercadorias para o norte de Cabo Delgado. Por isso penso que, daqui em diante, a mesma vontade que infelizmente houve no aumento dos preços espero que os comerciantes a tenham para reduzi-los porque agora a oferta já está lá”, realçou o governante.

 

Ainda em Cabo Delgado, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, anunciou a continuação de restrições na Estrada Regional 698, que serve de alternativa para a ligação entre o Norte e o Sul de Cabo Delgado, no troço Montepuez-Mueda, com uma extensão de 206 quilómetros.

 

O troço está restringido por mais duas semanas a viaturas de peso superior a 10 toneladas para permitir a realização de obras de emergência, devido às péssimas condições de transitabilidade em que se encontra.

 

“A avaliar pela especificidade do trabalho, vimos que será necessário estender a limitação para permitir a conclusão do tapamento e remoção de solos impróprios para manter a estrada, como também realizar trabalhos de manutenção periódica noutras zonas”, frisou Carlos Mesquita.

 

As chuvas intensas que caíram nas últimas semanas ao longo de toda a província de Cabo Delgado têm estado a causar danos graves na rede de estradas, condicionando a transitabilidade em algumas vias que atravessam as bacias hidrográficas de Montepuez e Messalo.

 

Para repor a transitabilidade para a zona norte da província foram adjudicados contratos de emergência a três empreiteiros para a reparação da estrada R698, troço Montepuez-Mueda subdividido em três lotes: as obras de emergência em curso na Estrada R698 entre Montepuez – Nairoto (68km), Nairoto – Rio Muirite (68km) e Rio Muirite – Mueda (70km) totalizando cerca de 206 km.

 

Numa conferência de imprensa concedida no local, Carlos Mesquita enalteceu a demonstração do poder das Forças de Defesa e Segurança (FDS) para controlar a situação.

 

“É uma área crítica, mas os empreiteiros, os fiscais e a ANE fizeram o seu trabalho, e eu tenho que assumir isso. Estivemos no troço Montepuez-Mueda e vimos três empreiteiros a trabalhar em situações muito complicadas, mas estão a fazer o seu trabalho com muito empenho e dedicação e os resultados são visíveis”, concluiu o governante. (Carta)

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