As empresas privadas, representadas pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), actualizaram os seus prejuízos decorrentes da suspensão do Projecto Mozambique LNG, liderado pela Total, devido ao terrorismo em Cabo Delgado.
Quase um mês após o ataque terrorista de 24 de Março último à vila de Palma, a CTA relatou prejuízos preliminares de 410 empresas, 56 mil postos de trabalho afectados e um impacto financeiro preliminar de cerca de 95 milhões de USD, que inclui destruições, atrasos de pagamentos e mercadorias em trânsito sem certeza da entrega.
Esta quinta-feira (06), durante o Economic Briefing, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, actualizou que os prejuízos aumentaram e ascendem a 148.11 milhões de USD, decorrentes do não pagamento de mercadorias encomendadas para alimentar o Projecto.
Vuma relatou que a estimativa do valor das mercadorias já adquiridas para o fornecimento ao projecto da Área 1 ascende a cerca de 28,50 milhões de USD, sendo que 12,79 milhões (correspondentes a 45%) estavam em stock e 15.72 milhões de USD em trânsito.
“Parte considerável destas mercadorias, sendo perecível, possui um prazo de vencimento da sua validade (exemplo, refrigerantes, legumes, carnes, etc.), o que vem exacerbar as perdas decorrentes desta situação. Em suma, de acordo com a avaliação feita, o volume total de perdas registadas pelo sector empresarial estima-se em cerca de 148.11 milhões de USD”, relatou o Presidente da CTA.
Além de números, Vuma disse que os ataques terroristas do dia 24 de Março ao distrito de Palma, agudizaram o clima de insegurança, desconfiança e incertezas no ambiente económico, tanto para os investidores estrangeiros, como nacionais e, relativamente ao ambiente de negócios, subsistem algumas incertezas devido ao agravamento da situação da segurança em Cabo Delgado.
Para mitigar esses efeitos, a CTA propõe, a curto prazo, a introdução de um plano de aquisição de mercadorias das empresas afectadas; adiamento do pagamento de encargos aduaneiros e Imposto sobre Valor Acrescentado para mercadorias em trânsito; medidas fiscais excepcionais para a província de Cabo Delgado; e redução das facturas de electricidade em 50% em toda a província de Cabo Delgado.
A médio e longo prazos, a CTA sugere o reforço da segurança em toda a província de Cabo Delgado; estabelecimento de linhas de financiamento para apoiar a recuperação empresarial e adesão do país a convecções internacionais de seguro contra riscos políticos (Evaristo Chilingue)