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Economia e Negócios

Por efeitos dos ciclones Idai e Kenneth, a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) diz estarem comprometidos os lucros e as metas para novas ligações, projectados para este ano. Das 300 mil novas ligações previstas para todo o país, o porta-voz da empresa, Luís Amado, avança que, no mínimo, 50 mil não poderão ser efectuadas.

 

“Pelo menos 50 por cento, das 100 mil novas ligações que eram previstas para a zona centro, com maior enfoque para a província de Sofala, não serão feitas este ano”, afirmou Amado, em conversa com a “Carta”, nesta quinta-feira (30).

 

O não cumprimento da meta, em termos de novas ligações, não é o único efeito deixado pelo ciclone Idai à EDM, na zona centro. Amado disse também que os danos provocados por aquela intempérie vão influir na arrecadação de receitas para a empresa.

 

“Dos 4 milhões de USD de lucros, que tinham sido projectados para a cidade da Beira (a mais afectada na zona cento) até finais deste ano, pelo menos 3 milhões de USD estão comprometidos”, queixou-se a fonte.

 

A reposição dos danos provocados pelo Idai, que vai custar, à empresa, 21 milhões de USD é, segundo Amado, o principal motivo que levará a EDM a não alcançar os objectivos traçados para este ano, destacando a realocação de recursos humanos e materiais para fazer face aos danos da intempérie.

 

Em relação ao ciclone Kenneth, que assolou a zona norte, mas principalmente a província de Cabo Delgado, o porta-voz da EDM minimizou os efeitos nas novas ligações e lucros projectados pela empresa, dada a menor gravidade da calamidade.

 

Contudo, na zona norte, a EDM prevê gastar 3 milhões de USD para, numa primeira fase, repor a corrente eléctrica até finais de Junho próximo. E, para a reposição definitiva e a longo prazo, a empresa diz que precisará de 10 milhões de USD. (Evaristo Chilingue)

A proposta para criar um banco de desenvolvimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pode ser discutida pelos Estados-membros da organização, em Julho, disse sábado em Lisboa o vice-primeiro-ministro de Cabo Verde.

 

Olavo Correia, que acumula a pasta das Finanças, disse à agência noticiosa Lusa que Cabo Verde, a assegurar actualmente a presidência rotativa daquela organização, que o seu país pretende levar essa ideia à reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, a ter lugar em Julho.

 

“Trata-se de uma ideia para ser discutida, não para ser decidida”, precisou, ao prestar declarações a margem do 1.º Fórum de Economistas das Cidades de Língua Portuguesa, que decorreu sábado na capital portuguesa.

 

A ideia, segundo o ministro cabo-verdiano, é criar “uma espécie de Banco de Desenvolvimento, que inclua actividade de financiamento, seguradora e de capital de risco, para apoiar projectos bons, que precisam de financiamento, sejam de pequeno, médio ou grande dimensão.”

 

Olavo Correia recordou que o “acesso ao financiamento nos nossos países é bem difícil, o custo é elevadíssimo, pelo que se não tivermos instrumentos para ultrapassar essa realidade os projectos podem ser importantes mas não serão realizados.” (Macauhub)

A taxa de juro de referência do sistema financeiro de Moçambique (‘prime rate') vai manter-se em 19,5% em junho, anunciaram hoje a Associação Moçambicana de Bancos e o banco central em comunicado.

 

O valor a vigorar é o mesmo desde fevereiro e é a primeira vez que a taxa deixa de cair durante tantos meses seguidos, excluindo os três primeiros em que existiu (de julho a setembro de 2017).

 

Desde que foi criada, a taxa de referência já caiu 8,25 pontos percentuais.

 

A criação da 'prime rate' foi acordada a 17 de maio de 2017 entre o banco central e a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) para eliminar a proliferação de taxas de referência no custo do dinheiro e entrou em vigor a 01 de junho de 2017.

 

O objetivo é que todas as operações de crédito sejam baseadas numa taxa única, "acrescida de uma margem (spread), que será adicionada ou subtraída à 'prime rate' mediante a análise de risco" de cada contrato, explicam os promotores.

 

Noutra tabela hoje divulgada pela Associação Moçambicana de Bancos e o banco central é apresentado o 'spread' padrão (acréscimo à taxa de juro) de 17 instituições de crédito.

 

No crédito a particulares e consoante o banco, essa margem pode variar entre 2,50 e 30,20 pontos percentuais para o crédito ao consumo e entre um e seis pontos para crédito à habitação.

 

No crédito às empresas, a margem pode ser nula ou ir até 21,80 pontos para empréstimos até um ano, ou variar entre um e 21,80 pontos para prazos maiores.

 

As operações de ‘leasing' estão sujeitas a ‘spreads' entre dois e 7,75 pontos para ‘leasing' mobiliário e entre 1,50 e 7,75 para ‘leasing' imobiliário. (Lusa)

Perto de 6.500 clientes da Electricidade de Moçambique (EDM) continuam sem corrente eléctrica nas zonas centro e norte do país, devido aos efeitos dos ciclones Idai e Kenneth, que fustigaram aquelas regiões do país, em Março e Abril último, respectivamente. A informação foi partilhada, na manhã desta quarta-feira, pelo porta-voz da EDM, Luís Amade, que fez notar que as províncias mais afectadas são as de Sofala, na zona centro, e Cabo Delgado, na zona norte.

 

Segundo Amade, dos cerca de 6.500 consumidores, aproximadamente 3.500 estão localizados na zona centro do país, sobretudo na cidade da Beira, província de Sofala. Os restantes estão instalados na zona norte, em particular na província de Cabo Delgado.

 

Em termos de previsões, “esperamos que, até ao final de Junho deste ano, todos os clientes na zona norte estejam alimentados. Para tal, temos cerca de 300 homens no terreno a trabalhar”, afirmou o porta-voz da EDM.

 

Relativamente aos custos para a reposição dos danos na zona norte, a EDM espera gastar cerca de 3 milhões de USD. Contudo, Amade frisou que, para a reposição de longo prazo, a empresa espera gastar cerca de 10 milhões de USD.

 

Em relação à zona centro, a EDM já tinha avançado, em meados de Abril passado, que espera gastar 21 milhões de USD para repor energia aos clientes afectados, numa primeira fase. Para a reposição total e de longo prazo, a empresa perspectiva gastar 120 milhões de USD.

 

“Para terminar a reposição de energia, na zona centro, prosseguem, neste momento, trabalhos de baixa tensão, daquelas redes muito extensas. Com relação aos distritos, temos apenas Chibabava e a Vila de Muxúnguè ainda fora do sistema”, afirmou Amade.

 

Ainda sobre zona centro, o porta-voz da EDM garantiu que a empresa está quase a repor, na totalidade, a energia eléctrica, pois, “os nossos manómetros (ou pontas de energias) já atingiram os 49 Megawatts, dos normais 54 Megawatts a esta altura do ano”. (Evaristo Chilingue)

Mesmo com maior procura da corrente eléctrica no país, visto que o nível de electrificação nacional ainda é baixo (apenas 32 por cento), a empresa Electricidade de Moçambique (EDM) vai retomar a venda da energia eléctrica ao Botswana, depois de, em meados de 2017, ter parado de exportar, por aquele país ter melhorado a produção e fornecimento interno de energia. O acordo de venda tinha sido assinado, em 2003.

 

A informação foi tornada pública, esta quarta-feira, pelo Director-geral de Operações do Sistema e Mercados na EDM, Adérito Sousa, tendo explicado que o novo contrato, com duração de cinco meses, resulta do pedido do Presidente do Botswana, durante uma visita de Estado a Moçambique, realizada em finais do ano passado.

 

Assim, no actual contrato, a EDM vai exportar para o Botswana, durante os próximos cinco meses, 70 Megawatts e espera lucrar 5 milhões de USD por mês.

 

“Com efeito, a EDM e BPC (empresa nacional de electricidade do Botswana) foram mandatadas a iniciar contactos e negociações e, em Abril passado, concluíram o acordo que prevalecerá entre Maio a Setembro deste ano”, disse Sousa.

 

Findos os cinco meses, o Director-geral de Operações do Sistema e Mercados na EDM disse estar previsto o prolongamento do acordo a partir de Abril de 2020 por dois anos. O prolongamento, justificou Sousa, visa suprir o défice de energia naquele país, enquanto a BPC reabilita suas centrais.

 

Durante os dois anos, “a empresa de electricidade daquele país solicitou-nos que continuemos a fornecer energia a partir de Abril e incrementando a quantidade de energia para 150 Megawatts”, disse Sousa.

 

Este será o segundo contrato bilateral que a EDM assina com um país da África Austral, depois do Reino de Lesotho. (Evaristo Chilingue)

A petrolífera italiana Eni vai aumentar a presença na prospeção de petróleo e gás em Moçambique, ao comprar uma fatia de um consórcio explorador liderado pela Exxon Mobil, anunciou hoje a empresa.

 

"Com esta aquisição, a Eni reforça ainda mais a sua presença em Moçambique, um país de importância estratégica para a empresa", anunciou, em comunicado, a petrolífera italiana.

 

A Eni adquiriu à Exxon Mobil 10% de participação num consórcio que vai fazer pesquisas nos blocos em mar (offshore) A5-B, Z5-C e Z5-D das bacias de Angoche e Zambeze.

 

A participação passa assim estar dividida da seguinte forma: ExxonMobil 40%, Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) 20%, Rosneft 20%, Qatar Petroleum 10% e ENI 10%.

 

A Eni já liderava um outro consórcio que ganhou a licença de prospeção do bloco A5-A (adjacente ao A5-B) com uma participação de 59,5%, tendo como parceiros a Sasol (25,5%) e a ENH (15%).

 

A petrolífera italiana tem pendente um acordo par entregar à Qatar Petroleum uma participação de 25,5% no Bloco A5-A, reduzindo as ações da Eni para 34%.

 

"A Eni está presente em Moçambique desde 2006", realça a empresa no comunicado, recordando a aquisição de uma participação na Área 4, localizada no mar da bacia do Rovuma, na parte norte do país.

 

"Entre 2011 e 2014, a Eni descobriu recursos supergigantes de gás natural na bacia do Rovuma, nos campos Coral, Mamba e Agulha, com uma capacidade de produção estimada em 2.400 bilhões de metros cúbicos de gás" e que deverá arrancar em 2022.(Lusa)