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Redacção

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A Fundação Tony Elumelu anunciou, na última sexta-feira, os candidatos selecionados para a 5.ª edição do Programa de Empreendedorismo TEF (Tony Elumelu Foundation). São 3050 selecionados, num universo de mais de 200 mil empreendedores, oriundos de todos países africanos. Dos seleccionados, 6 são moçambicanos, nomeadamente, Simão Cumbi, Essumaila Jamal, Munezero Jean, Fernanda Manjate, Gilles Muneza e Edgar Numaio.

 

Além do financiamento não reembolsável de 5.000 USD para cada empreendedor, os beneficiários do programa serão expostos a um ecossistema de negócios com acesso a formações intensivas, mentores com larga experiencia em Doing Business e networking com empreendedores a nível global.

 

Na ocasião, o patrono da iniciativa e PCA do Grupo UBA disse que todos os anos têm tido a difícil tarefa de selecionar “os melhores projectos de milhares de bons”. “Notamos que em África temos muitos empreendedores talentosos e a nossa missão é capacitar e emponderar estes jovens para que possam transformar a economia do nosso continente”, sublinhou.

 

O Programa de Empreendedorismo Tony Elumelu foi lançado, em 2015, e, anualmente, são seleccionados jovens com iniciativas empreendedoras pelo continente na base da viabilidade, sustentabilidade e no impacto dos seus projectos de negócio no crescimento socio-económico de África.

 

O projecto foi concebido para 10 anos, com um fundo de 100 milhões de dólares, para treinar, acompanhar e financiar 10.000 empreendedores africanos, criar mais de um milhão de postos de emprego e contribuir em cerca de 10 bilhões de dólares em receita económica para a África. (Carta)

Já são conhecidos os “pecados” de cada um dos 20 arguidos acusados no processo 1/PGR/2015, que investiga o maior calote financeiro de que há memória no país. Um dos “pecadores”, cujo segredo foi revelado, é Renato Matusse, antigo conselheiro político de Armando Guebuza, na Presidência da República, entre 2005 e 2014. Matusse é acusado de quatro crimes, nomeadamente, os de corrupção passiva para acto ilícito, crime de abuso de confiança, associação para delinquir e branqueamento de capitais.

 

De acordo com a acusação, Manuel Renato Matusse, de seu nome completo, na sua qualidade de Conselheiro Político de Armando Guebuza, conheceu os executivos do Grupo Privinvest, o libanês Jean Boustany e o franco-libanês Iskandar Safa, despois destes terem-se deslocado à Presidência da República para uma reunião com o seu chefe.

 

Foi a partir dessa altura, diz a acusação, que Matusse passou a assumir o papel de “facilitador” na flexibilização dos interesses do Grupo Previnvest, em Moçambique, e de intermediação. Alguns desses interesses, que contaram com o apoio de Renato Matusse, são a construção de um estaleiro, a criação de um Fundo Soberano com a participação de famílias reais de países árabes, governo de Moçambique e os próprios membros do Grupo Previnvest, a produção e financiamento de um livro de sobre o “legado” do Presidente Guebuza, a “compra” da Televisão Independente de Moçambique (TIM) e o fornecimento de tecnologias de comunicação.

 

Nesse sentido, revela a acusação, Renato Matusse organizou duas visitas de Armando Guebuza aos estaleiros do Grupo Previnvest. Uma aos estaleiros de Abu Dhabui, em Março de 2013, e outras aos estaleiros da Constructions Mécaniques de Normandie, na França, em Setembro do mesmo ano. Pelo trabalho, o arguido recebeu da Privinvest um “agraciamento” de 2 milhões de USD e, como forma de ocultá-lo, identificou bens para comprar, remeteu as especificações das contas dos vendedores àqueles “financiadores”.

 

Dos bens identificados está um apartamento, na Av. Julius Nyerere, em Maputo, no valor de 450 mil USD (mas declarou 150 mil USD para “fugir” ao Sisa), pago em duas modalidades. Uma através de duas transferências bancárias para a conta da vendedora (Neusa Matos), domiciliadas, em Portugal (Caixa Geral de Depósitos), num total de 300 mil USD e a outra parte (150 mil USD) por transferência para uma conta da mesma beneficiária, domiciliada no Millennium BIM.

 

Entretanto, o imóvel seria, posteriormente, vendido por 9 milhões de Mts e o dinheiro aplicado na construção de um muro de vedação num terreno de 2 hectares, em Muzingane, no distrito de Limpopo, província de Gaza; instalação de uma moageira na mesma residência; reabilitação da mesma residência; aquisição de “prendas referenciáveis” de aniversário e casamento; em “acções filantrópicas” para pessoas próximas e grupos desportivos de Muzingane; e em viagens e festas. E houve muita festança. Jornalistas eram vezes sem conta convidados à Muzingane para churrascos abastados.

 

A acusação revela ainda que, na segunda modalidade de pagamento, o Grupo Privinvest transferiu para a conta bancária de Neusa Matos, do Millennium BIM, um montante de 300 mil USD (150 mil USD a mais), de modo a que o arguido conseguisse apossar-se da outra metade. O documento refere também que Renato Matusse ainda comprou um imóvel à senhora Isidora Faztudo (ja falecida) na Av. Julius Nyerere, no valor de 1.100 mil USD e registou-o em nome da sua esposa, Guilhermina Langa.

 

Para o pagamento deste imóvel, a Privinvest transferiu 950 mil USD para a conta da vendedora e os restantes 150 mil USD foram pagos pelo próprio Renato Matusse. Este imóvel também seria, depois, trocado por dois apartamentos, localizados no Prédio Serafim, na Julius Nyerere, e ainda por uma vivenda de dois pisos.

 

O Ministério Público diz, igualmente, que Matusse comprou também duas viaturas, uma Toyota Hilux, modelo KUN26R-PR-3.0D, ao preço de 65 mil USD e uma Hyundai, modelo IX355L, ao preço de 53 mil USD. Na sua acusação, os magistrados do Ministério Público dizem que o valor remanescente proveniente do Grupo Privinvest foi aplicado em depósitos bancários em dois bancos comerciais da praça, mas não clarifica se são os 332 mil USD de que não há registo da sua aplicação ou o remanescente do valor da venda do primeiro imóvel, adquirido na mesma operação. Renato Matusse continua em liberdade, o que está a causar imensa revolta entre os restantes detidos. (Abílio Maolela)

A sexta secção criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo notificou na segunda-feira (25) os 20 arguidos e seus respectivos mandatários judiciais sobre o teor da acusação remetida na passada sexta-feira (22) pela Procuradoria-Geral da República, relativa às ‘dívidas ocultas’. 

 

Na cópia do despacho de acusação deduzida em 120 páginas, o Ministério Público (MP) alega que os 20 arguidos agiram deliberada, livre e conscientemente determinados, com o firme propósito de converter, ocultar e dissimular a proveniência criminosa do dinheiro.

quarta-feira, 27 março 2019 06:41

IDE na indústria extractiva deu um "grande salto"

Nos últimos 17 anos o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) na indústria extractiva em Moçambique registou um substancial crescimento (em milhares de milhões de USD), 37 vezes mais do que o atingido em 2000. Em termos concretos, naquele ano (2000) o IDE no sector da indústria extractiva era de 1.2 mil milhões de USD, mas no período até 2017 subiu para 38.5 mil milhões de USD. A tendência de crescimento do IDE na indústria extractiva deve-se ao facto de a economia moçambicana, à semelhança da de outros países em vias de desenvolvimento, depender grandemente daquele sector. 

 

Estes dados estão contidos num estudo intitulado “Indústrias Extractivas: A Gestão de Recursos como um Impulsionador do Desenvolvimento Sustentável”, apresentado esta terça-feira (26) em Maputo pelo economista, investigador e autor Tony Addison, durante um seminário sobre o mesmo tema. 

No âmbito da Semana Internacional do Dinheiro (Global Money Week), o Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza, no distrito de Boane, acolheu na segunda-feira (25) actividades relacionadas com educação financeira. O evento foi da iniciativa do Banco Central, em coordenação com a Bolsa de Valores de Moçambique e o Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique.

 

Sob o lema “aprender, poupar e ganhar”, as celebrações da Semana Internacional do Dinheiro, que este ano vão na sua 8ª edição, a nível mundial decorrem desde o dia 21 até 31 deste Março. As actividades que tiveram lugar em Boane contaram com a participação do Banco Comercial e de Investimentos (BCI), que proporcionou aos estudantes sessões de educação financeira, jogos interactivos, informação diversa sobre poupança e formas de ganhar dinheiro.

 

Por sua vez, os estudantes tiveram a oportunidade de expor as suas questões sobre o lema do evento e serviços bancários no geral. Também puderam apresentar as suas experiências de sucesso na área de empreendedorismo.

 

A Child &amp Youth Finance International (CYFI), mentora da iniciativa Global Money Week, foi fundada em Abril de 2012 na cidade holandesa de Amesterdão, e tem por principal objectivo promover a inclusão financeira e educação para a cidadania económica. Outra missão da CYFI é de fomentar o empreendedorismo juvenil nas crianças e jovens em todo mundo. (Carta)

O Presidente da República, Filpe Nyusi, nomeou esta terça-feira (26) os reitores das Universidades públicas criadas recentemente na sequência da extinção da UP (Universidade Pedagógica).

 

Assim, Luís Jorge Manuel António Ferrão, antes reitor da ex-UP, vai agora desempenhar as mesmas funções na Universidade Pedagógica de Maputo. Boaventura José Aleixo é o reitor da Universidade de Licungo. Para reitor da Universidade Joaquim Chissano o PR nomeou José Mário Joaquim Magode, e Lukas Dominikus Mkuti será vice-reitor naquela mesma instituição pública do ensino superior. Manuel José de Morais é o reitor da Universidade do Save, enquanto Mário Jorge Caetano Brito dos Santos irá ocupar idêntico cargo na Universidade de Rovuma.

 

A UP foi extinta em Janeiro deste ano, dando lugar à criação de cinco novas Universidades. Na mesma altura foi alterada a designação Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), passando a ser Universidade Joaquim Alberto Chissano.

 

Do grupo das Universidades recentemente criadas falta nomear o Reitor da Uni-Púnguè, assim como os vice-reitores das outras quatro Universidades.(Carta)

quarta-feira, 27 março 2019 06:09

“Presidente, água há-de vir mais?”

Na semana passada, o trauma de uma adolescente que viveu de baixo de uma torrente de chuva e cercada de água, que subia minuto a minuto, e onde a própria administradora do Distrito experimentou viver por cima de uma pensão que leva o nome do distrito, continua estampado em muitos rostos no Búzi.

 

Quando a pergunta veio, com a qual eventualmente ninguém contava, de uma adolescente, colocada ao PR, que dirigiu um breve comício, na sua fugaz passagem pela sede distrital de Búzi, na última quinta-feira, onde deixou caixas de biscoitos reforçados e fardos de roupa, o Presidente Nyusi tinha aparentemente entendido coisa diversa. 

 

Que a rapariga se referia a água para beber, água para consumo, que muita falta faz aos afectados. A miúda refez a pergunta e aí o Presidente encaixou.  Pergunta aparentemente difícil vinda de uma adolescente!  São daqueles momentos em que um estagiário da UEM no Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) ou alguém das bacias hidrográficas podia dar uma resposta. Até porque Nyusi deu uma explicação. E foi convincente!

 

E a resposta do Presidente foi: Vamos procurar água, vamos procurar água, repetiu Nyusi!

 

E a adolescente retorquiu: Essa água das cheia Presidente! Essa das cheias, repetiu Nyusi.

 

Ouve-se um “sim”, em coro, da multidão que se juntou na parte frontal do edifício da sede distrital do Búzi cujas paredes brancas mostram até onde chegou a “marca de água” que, na sede distrital, ceifou a vida de 12 pessoas, segundo a administradora Bernardete Cipriano.

 

O local serviu de albergue de muitos concidadãos quando a inundação chegou antecedida do tais ventos que terão atingido os mais de 150 km por hora.

 

Entendida a questão, o Presidente da República respondeu: “Presidente não manda chuva, nem!” disse ele e ouviu-se um riso manhoso da população. “Agora estou a vir de Cahora Bassa, queria ver se lá está cheio mas disseram que não há maneira de vir mais. Mas está a chover muito lá no Save, lá no sul está encher pouco a pouco, Pungué pode também chover, então não voltem para aqueles sítios, vamos esperar, depois vamos informar se a chuva há-de vir mais, ouviram?”

 

E a resposta foi um outro coro: Sim.

 

O Presidente da República não deixou de mandar recados para quem o quis ouvir. Nyusi faz referência “a amigos que não são amigos, de mentirosos”.

 

Malta dos whatsaps e dos facebooks? Ou dos apóstolos da desgraça, no tempo da outra senhora? Malta do Maputo? Pode ser que o Presidente a estes se dirigisse.

 

“Mas também há uma coisa, temos amigos que não são amigos, mentem muito, falam muito” diz o Presidente, que é interrompido por um ensurdecedor “sim”.  E Nyusi continua: “Começam a dizer que vai chover hoje… aquilo é para vos por a correr correr de um lado para o outro, eles estão bem lá na cidade, no Maputo está bom, mas toda a hora estão a falar… falar falar só para vocês correrem de um lado para o outro”, disse Nyusi que recebeu de volta ensurdecedores aplausos. Estava dado o recado.

 

Segundo o Presidente da República, as populações devem ouvir as lideranças locais.  Aquelas não mentem.  “Esperar a administradora, os directores, os secretários do bairro, as lideranças, são estes que devem dizer o que fazer quando em situação de qualquer emergência. Sei que a Rádio não está a emitir aqui mas nós vamos falar com a administradora quando houver problemas”, disse Nyusi.

 

E o PR continuou as desmascarar os mentirosos, os que querem colocar o seu patrão “a correr de um lado para o outro”. Terá ouvido o PR em Songo, em Cahora Bassa, Tete, que na casa mortuária de hospital que não nomeou tinha muita gente, muitos corpos sem vida.

 

“Eu estava lá, em Tete, em Songo, Cahora Bassa, e começaram a dizer que tem muita gente lá na casa mortuária e mandei correr pessoas, não tem muita gente. As pessoas morreram sim, nos bairros… mas pessoas que gostam de mentir inventam coisas… é só para nós sofrermos. Vamos ficar calmos e ouvir aquilo que a estrutura vai falar, está bem?”, disse Nyusi.

 

À sua chega Nyusi deu um nostálgico abraço a administradora que parece não ter sido captado pelas TVs que chegaram a Búzi, 15 minutos antes.  Foi impressionante.  Pessoalmente, e mesmo vivendo aquilo a dois metros de distância, senti a sinceridade e humanismo do abraço fraterno do Presidente a administradora. Depois entre olharam-se com as mão entrelaçadas.

 

O PR depois dirigiu-se ao local de onde falaria para as comunidades. Eu continuava continuava a sentir o calor daquele abraço. Segundo soubemos, a administradora é uma verdadeira mãe, uma verdadeira heroína, ela que não abandonou o seu povo quando o “dilúvio” chegou.  Consta que ela manuscreveu uma comovente carta ao Governador Alberto Mondlane, relatando o drama por que passou ela e a sua gente.

 

Recebido no meio de muita emoção pela população, Nyusi ainda levou ao colo alguns petizes antes de ver outra indisposta no interior do edifício administrativo. Estava com alguma mazela.

 

Nyusi havia falhado aterrar no domingo porque a sede distrital estava ainda inundada, como ele próprio explicou. Aliás, a administradora Maria Bernardete Cipriano Roque conta que só se podia circular de barco na vila sede do distrito.  “Vim aqui no domingo mas não consegui aterrar porque havia muita água em todo o lado e ainda estava a chover”, disse o Presidente. Apelando a serenidade e calma, o Presidente garantiu a população que iria ele trabalhar no sentido de mobilizar apoios para ajudar a população e estes já começaram a chegar. (R.B.)

Para proporcionar maior segurança aos serviços bancários, transmitindo mais confiança aos clientes, investidores em particular, através da proteção dos seus bens e investimentos, o Banco ABC Moçambique assinou esta segunda-feira (25) em Maputo um memorando de entendimento com a Empresa Moçambicana se Seguros (Eomse). O Banco ABC Moçambique é uma entidade subsidiária integral da ABC Holdings Limited, e faz parte do Altas Mara.

 

Falando na cerimónia de assinatura do referido memorando de entendimento, o Director de Métodos e Organização do Banco ABC, Octávio Manhique, disse que a iniciativa de garantir maior segurança ao investimento do sector produtivo deve-se ao facto de menos de 15 % da actividade económica nacional ser segurada. Ainda que considerando aquela percentagem reduzida, Manhique disse ser encorajadora. “É nossa responsabilidade, a partir de hoje e em conjunto com a Emose, contribuir no aumento da taxa de penetração do seguro em Moçambique”, afirmou o Director de Métodos e Organização do Banco ABC.

 

Para destacar a importância do seguro no investimento, Octávio Manhique falou do momento difícil em que muitos empresários se encontram na cidade da Beira após a passagem do Ciclone IDAI. “É um momento de reflexão, mas também uma oportunidade para que os empresários se apercebam do importante papel que o seguro tem,que é a proteção”, afirmou Manhique.

 

O Banco ABC em Moçambique conta com 290 agentes bancários distribuídos por todo o território nacional. A nível da África Austral, aquela instituição financeira opera em seis países, que al’em de Moçambique incluem Botswana, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. (Evaristo Chilingue)

O tribunal sul-africano de Kempton Park, arredores de Joanesburgo, decidiu hoje adiar para 08 de abril a decisão sobre a extradição para os Estados Unidos do ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang.

 

A decisão foi tomada pelo juiz William Schutte, que no entanto não avançou as razões do adiamento.

 

Fonte do Ministério Publico sul-africano disse à agência Lusa que a decisão vai depois ser comunicada ao Ministro da Justiça no mesmo dia. Segundo a mesma fonte, o Ministro da Justiça só tomará uma decisão depois de receber também a decisão do tribunal sobre o outro pedido de extradição feito por Moçambique.

 

O pedido das autoridades moçambicanas dará entrada no tribunal logo a seguir ao dia 08 de abril ou mesmo no mesmo dia se assim decidir o juiz, adiantou a fonte à Lusa.

 

O mesmo juiz decidiu hoje dar continuidade à audição sobre o pedido dos EUA para a extradição de Chang, quando a defesa pedia uma decisão política. "Os pedidos têm de ser tratados em separado. O pedido da defesa (intervenção da autoridade executiva) é prematuro. É uma questão de justiça", afirmou o juiz William Schutte, ao ler hoje a sua decisão sobre o pedido dos advogados de defesa de Chang, que solicitaram na semana passada uma decisão do chefe de Estado sul-africano sobre os procedimentos do tribunal no processo de extradição iniciado pela justiça norte-americana.

 

Em declarações aos jornalistas, o adido de segurança da Embaixada de Moçambique em Pretória, Abel Nuro, confirmou que o pedido de Moçambique só será analisado depois do dos Estados Unidos.

 

"Até aqui, o que foi visto é o pedido dos Estados Unidos, não está em causa o nosso pedido, vai continuar mas depois da decisão sobre o pedido norte-americano", disse. Sobre o apoio que está a ser prestado a Chang pelas autoridades moçambicanas, o responsável referiu que é “tudo aquilo que é necessário”.

 

"Estamos a dar apoio moral, apoio físico, visita, tudo aquilo que é necessário quanto ao nosso cidadão", adiantou.

 

Questionado sobre as visitas ao estabelecimento prisional onde Manuel Chang se encontra detido desde 29 de dezembro de 2018, Abel Nuro referiu que a representação diplomática moçambicana na África do Sul está "a criar condições juntamente com os próprios advogados para que isso possa acontecer".

 

O deputado e antigo ministro das Finanças Manuel Chang encontra-se detido na África do Sul desde 29 de dezembro de 2018 à luz de um mandado internacional emitido pela justiça dos Estados Unidos, que pede a sua extradição, no âmbito da sua investigação às dívidas ocultas em Moçambique. (Lusa)

O Juiz Eusébio Lucas impediu, na semana passada, uma equipa de reportagem da “Carta” de fazer a cobertura de uma audição relacionada com um rombo financeiro no Cedsif. Lucas nem sequer deixou os repórteres permanecerem na sala como meros assistentes. Trata-se de um caso reportado em Dezembro na “Carta”, onde denunciáramos uma tendência do juiz em protelar algumas diligências essenciais para a formação de prova indiciária contra alguns arguidos.

 

Na quinta-feira da semana finda (21), realizou-se mais uma audição do referido caso na 4ª secção do Tribunal Distrital de Ka Lhamankulo, agora a funcionar no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM). Nossa equipa de reportagem apresentou-se na secretaria do Tribunal e recebeu ordens para aguardar. Volvidas cerca de três horas, quando a audição estava na iminência de começar, alguém mandou-nos ir ter com o escrivão.

 

Ele sugeriu que devíamos ter requerido com antecedência, mas permitiu que entrássemos na sala. Mas fomos imediatamente escorraçados alegadamente a mando do Juiz Eusébio Lucas, que também argumentou não ter sido informado com antecedência sobre a nossa presença. Tentámos convencer Eusébio Lucas a deixar-nos permanecer como meros assistentes, mas o juiz e a procuradora do processo foram unânimes em afirmar que não queriam a “Carta” na sala da audição. (Carta)