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sexta-feira, 02 fevereiro 2024 07:12

Namashulua conta sua versão : Mandei encerrar a Escola Comunitária da Ponta do Ouro porque se comporta como privada

No entanto, o proprietário da escola, Elias Sibia, contou à nossa reportagem ter erguido aquele empreendimento em 2015 com o propósito de fazer aviários e criar outros animais. Entretanto, como na altura não havia uma escola secundária nas proximidades, a comunidade e outros representantes do sector da educação contactaram-no e pediram que fizesse ali uma escola comunitária que pudesse ajudar os alunos que ingressam no ensino secundário.

 

Posto isto, o proprietário da escola desdobrou-se em criar condições para que a escola entrasse em funcionamento a partir de 2016. Na ocasião, o sector da educação assinou um memorando de entendimento com o proprietário da escola em que se comprometeu a alocar professores e pessoal administrativo do Estado, incluindo o pagamento de salários.

 

A escola Comunitária Graça Machel entrou em funcionamento em 2016 e, nessa altura, recebeu alvará provisório para funcionar durante um período de um ano e o mesmo acabou sendo prorrogado por quase nove anos. No entanto, em 2022 entrou em funcionamento a Escola Secundária de Zitundo, que dista a 24 quilómetros da vila da Ponta do Ouro e este estabelecimento de ensino teve poucos alunos inscritos no ano passado porque os pais e encarregados de educação alegavam que está distante.

 

Com a crise de transporte à mistura, os pais e encarregados de educação optaram por matricular os seus educandos na Comunitária Graça Machel, não obstante o pagamento de uma taxa mensal de 620 Mts.

 

Elias Sibia, proprietário da Escola Comunitária Graça Machel, lembra: “ao longo dos anos, sempre recebeu visita da Inspecção Distrital de Educação que deixava uma e outra recomendação para que pudesse ter um alvará definitivo. Entretanto, nunca escondemos o desejo de trabalhar e melhorar e, por esta razão, procuramos aumentar algumas salas de aula, construir um campo [...] Tudo conforme as recomendações que fomos recebendo”.

 

Sibia alega que sempre teve vontade de melhorar as condições daquela escola, mas desde a entrada em funcionamento da escola Secundária de Zitundo passou a receber com frequência visitas da Inspecção Provincial de Educação, apresentando novas exigências. “Temos carteiras, mas eles dizem que não querem aquele tipo de carteiras. Eles se esquecem que não temos nenhum parceiro e estamos a trabalhar por conta própria”.

 

Por outro lado, o Chefe do Posto Administrativo de Zitundo, Euclides Zavala, explicou que a comunidade e o proprietário da escola estão equivocados ao pensar que a Escola Comunitária Graça Machel está a ser encerrada por causa da entrada em funcionamento da Escola Secundária de Zitundo.

 

“Nós encerramos a escola para fazer valer a lei. A escola com cunho privado deve dar mínimas condições exigidas pelo Governo. Embora seja nosso desejo que a escola de Zitundo seja frequentada por alunos desta localidade, não foi esta a razão que ditou o encerramento da escola Comunitária Graça Machel. Assim que o proprietário reunir todas as condições exigidas, faremos uma inspecção e vamos autorizar a sua reabertura porque é do nosso interesse que ela funcione”, explicou. (M. Afonso)

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