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Política

Agapito Matavele (à direita continua foragido)

A Polícia da República de Moçambique (PRM) diz continuar sem o rastro do agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), Agapito Alberto Matavele, o quinto integrante da quadrilha que, a sague frio, executou o activista social Anastácio Matavel.

 

Orlando Mudumane, porta-voz da PRM, que falava, esta quarta-feira, em Maputo, no habitual briefing com a comunicação social, confirmou este facto, avançado, na sequência, que os outros dois integrantes do grupo, igualmente agentes da PRM, tinham já as suas prisões legalizadas.

 

O Juiz Conselheiro e porta-voz do Tribunal Supremo, Pedro Nhatitima, revelou, esta terça-feira, que os tribunais nacionais registaram apenas a entrada de 58 recursos de contencioso eleitoral, submetidos em apenas três províncias, nomeadamente, Nampula (41), Maputo (13) e Sofala (4), onde 55 terão sido recusados.

 

Segundo Nhatitima, os recursos foram indeferidos pelo incumprimento dos prazos para sua submissão, falta de legitimidade dos intervenientes e por não se ter juntado os elementos de prova.

 

quarta-feira, 30 outubro 2019 06:27

As novas “coqueluches” do Parlamento

Da esquerda para direita, Faizal António, António Boene, Elias Dhlakama, Alberto Ferreira, Catarina Dimande, Hermínio Morais, Mércia Licá e Venâncio Mondlane

Em Janeiro de 2020 é investida a nova Legislatura da Assembleia da República, no caso a IX. Mas, mais do que o facto de a mesma vir a ser dominada pelo partido Frelimo, em virtude de ter conseguido a maioria qualificada nas Eleições de 15 de Outubro último, será marcada pela estreia de “cidadãos anónimos” e o regresso de “velhos conhecidos” do grande público.

 

Na edição desta quarta-feira, “Carta” apresenta algumas figuras, algumas sonantes e outras nem por isso, que tomarão parte do próximo parlamento. As figuras vêm dos vários quadrantes/sectores de actividade da sociedade moçambicana.

 

Um investidor da empresa moçambicana Proindicus disse ontem que rejeitava e “não olhava” sequer para a oportunidade de negócio se soubesse que o dinheiro seria usado para corrupção e pagamento de subornos. ICE Canyon, empresa de gestão de investimentos que se viu lesada por investir 15 milhões de dólares em 2013 no empréstimo para a Proindicus, teria rejeitado o investimento à partida se soubesse do uso ilícito do dinheiro para pagamento de subornos a políticos e banqueiros, disse hoje em tribunal um consultor financeiro, que deu parecer positivo para a compra em 2013.

 

Aneesh Partap, consultor financeiro para a ICE Canyon, que em 2013 deu parecer favorável para um investimento de 15 milhões de dólares (13,5 milhões de euros), afirmou em depoimento no tribunal, que saber do pagamento de subornos seria “determinante” para a avaliação do negócio. “Não teríamos investido, nem sequer olhado. As razões são muitas. Do ponto de vista legal, há a lei das práticas de corrupção estrangeiras e questões de conduta profissional”, respondeu Aneesh Partap, quando inquirido pelos procuradores.

 

O jovem que aparece num vídeo de 2 minutos e 18 segundos, que há dois anos circulou nas redes sociais, na companhia de outros rapazes, reivindicando a autoria do ataque inaugural à uma esquadra de Mocímboa da Praia na madrugada do dia 5 de Outubro de 2017, chama-se Assumane Nvita, mais conhecido por Assumane Vipodozi (palavra swahili que significa Cosméticos). 

 

Não tem mais de 30 anos. É natural de uma aldeia de Olumbe, um posto administrativo do distrito de Palma. Nos anos 2000, devido à fome, os pais foram obrigados a deslocar-se a Mocímboa da Praia e fixaram-se na aldeia Matola/Mumu, onde começam a trabalhar a terra.

 

As eleições de 15 de Outubro último, certamente que serão de má memória para os partidos da oposição do xadrez político nacional, nomeadamente a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM). O intróito vem a propósito dos resultados obtidos por estas formações políticas nas Eleições Legislativas. Desastrosa é a expressão que melhor descreve a prestação destes dois partidos, pelo menos tomando como base os resultados apresentados pelos órgãos eleitorais, visto que, em conjunto, perderam 40 deputados a favor do partido Frelimo, que, na próxima legislatura, terá uma maioria qualificada. Ou seja, vai passar dos actuais 144 deputados para 184, tendo, para já, plenos poderes para mexer na Constituição da República e aprová-la sem sequer precisar de fazer um gentleman agreement com a oposição.