A Embaixada de Portugal em Maputo e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, sigla em inglês) em Moçambique rubricaram um acordo de financiamento, avaliado em 100 Mil Euros, para apoiar o combate ao narcotráfico, branqueamento de capitais, crime organizado transnacional e financiamento ao terrorismo.
Segundo o Embaixador de Portugal em Maputo, António Costa Moura, o acordo, rubricado esta quinta-feira, é uma das formas que Portugal encontrou para ajudar Moçambique no combate ao terrorismo. “Acabo de chegar da província de Cabo Delgado, tive a oportunidade de contactar os responsáveis políticos, onde verificamos que a questão permanece, mas começamos a ver uma luz no fundo do túnel, razão pela qual o apoio deve ser durável e não se deve esgotar”, disse.
“Este é o momento certo para nos envolvermos com os moçambicanos, numa luta decisiva. Nós sabemos que o terrorismo é financiado, em parte, através de outras actividades ilícitas como tráficos, branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro. Portanto, temos que trabalhar nestas áreas”, acrescentou.
Por sua vez, o Chefe do Escritório da UNODC em Moçambique, Marco Teixeira, entende que parceiros como Portugal são essenciais para que a instituição continue a apoiar as actividades nacionais, na troca de experiência e, acima de tudo, encontrar soluções conjuntas que permitam às investigações judiciais avançarem e serem mais eficazes.
“O tráfico ilícito e o terrorismo não são situações endémicas de Moçambique. Há outros países e outras rotas que devem ser analisadas do ponto de vista de cooperação internacional e também dos esforços conjuntos de outros países para apoiar Moçambique a «judicializar» estes casos, investiga-los e acima de tudo ter uma solução”, defende.
Já a Directora do Gabinete Central de Combate à Droga, Filomena Chitsodzo, explicou que há indícios de Moçambique ser o corredor de drogas, mas as autoridades estão a trabalhar no sentido de reverter a situação e combater a entrada ilícita de drogas e outras substâncias psicoactivas.
“Em termos de foco de entrada de drogas, temos a zona norte, centro e a tendência de descer para o sul, através da província de Inhambane, com vários destinos como África do Sul, Europa e América. Mas neste momento estamos a tentar controlar a situação. Portanto, este memorando de entendimento vai ajudar na capacitação de técnicas para investigação, acusação e julgamento”, referiu. (Marta Afonso)