Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI

Blog

Confesso que no passado andei a gastar a minha indignação à toa... de qualquer maneira. Qualquer coisa eu ficava indignado. Uma coisinha de nada eu corria logo para usar a minha indignação para repudiar. Praticamente, eu era um indignado compulsivo com tendência a viciado. Resultado: o meu stock que indignação baixou consideravelmente. Hoje, quando olho para o meu 'fundo indignatório', vejo que quase nada sobrou. 

 

Uma porção significativa da minha indignação foi inutilmente gasta nos últimos anos aquando da desocultação das dívidas ocultas. Ali, sim, gastei a minha aversão e fúria. Aquilo era acordar furioso e ir à cama mais furioso ainda. Eu não poupava a minha revolta. Eu entrava com tudo. Mas quando o Parlamento pôs essas dívidas ocultas no orçamento do Estado; quando o Conselho Constitucional entrou na onda de resgatar o Chang; quando Nhangumele lançou a sua tabela química de gatunos mostrando cientificamente como eles reagem entre si; quando o governo enviou à Brooklyn um renomado advogado para fazer 'massagem' ao Boustani; quando o mesmo advogado foi pago com os nossos impostos para defender os assassinos do meu colega Matavele; quanto etecetera etecetera, a minha ficha simplesmente caiu. 

 

Descobri da pior forma que gastei o meu tempo todo gastando a minha indignação toda à toa. Quando me dei conta, o meu tanque de indignação já estava laranja e a piscar. Descobri tarde que aqui o normal é o anormal. Descobri que, afinal de contas, há um projecto muito sério e bem financiado com o intuito de acabar com a paciência do povo moçambicano. O objectivo principal desse projecto oculto é matar o povo de A-Vê-Cê. A estratégia é o governo promover uma série de coisas estranhas e repudiáveis para o povo indignar-se excessivamente e morrer de enfarte agudo do miocárdio, vulgo ataque cardíaco. 

 

Hoje em dia, ando muito cauteloso com o que me chatear e com a quantidade da chateação. Sou um autêntico desindignado. Estou a pensar seriamente em abrir uma consultoria sobre abstração ou talvez lançar um livro sobre como mandar um manguito e um f*da-se. 

 

Estou a ver aqui meus amigos agastados com o facto de o Parlamento ter aprovado o relatório do Chefe de Estado sobre o Estado de Emergência. Alegam eles que o documento está ferido de vício formal e não justifica a medida de ajuste directo para o fornecimento de bens e serviços que consumiu cerca de 70 mil milhões de meticais. Dizem que a oposição tem razão em contestar o relatório. Confesso que, se fosse há uns 5 ou 10 anos, eu já estaria aqui todo estressado com esse relatório e com essas pessoas que o aprovaram. Já estaria aqui a debater os argumentos dos deputados da FRELIMO, dos da RENAMO e dos do Eme-Dê-Eme. Mas, agora que descobri que tudo isso não passa de um teatro de reintegrados mandei um manguito. O Parlamento já não me surpreende mais.

 

Estou aqui em Mocubela a beber água de côco numa 'wella'... a espera de algo que valha a minha indignação. É preciso poupar a indignação, principalmente quando estamos a andar na reserva.

 

- Co'licença!

quarta-feira, 05 agosto 2020 07:03

Jimaraida

Fomos colegas de escola entre 1965 e 1974, altura em que, movido pelos ventos que sopravam do norte, com Samora Machel na batuta rugindo no centro dos palanques, abandonei o ensino. Queria fazer parte dos cachos de jovens que vinham das matas gritando, Independência ou morte! Venceremos! Eu era um fedelho com apenas 17 anitos, mas já lia romances da coleção “seis balas”, e assistia a filmes classificados para maiores de 18 anos, onde aprendi a ter os meus próprios ídolos como Clint Eastwood, Sidney Poitier, Marlon Brando, entre outros, então senti que essa leitura que ia fazendo de forma profusa, impulsionava-me agora a seguir novos caminhos com uma arma a tiracolo.

 

Estou na fase da puberdade, e a minha frente já ressurgem rios que devo atravessar, com todos os riscos de ficar entalado em mandímbulas dos lagartos aquáticos mais ferozes da terra, sem a possibilidade de ser salvo pelos hipotéticos hipopótamos, que andam por ali, a ilharga do perigo e da morte. Mas esse terrível cenário que se aflora nos meus pensamentos não me demove, nem o amor da Jimaraida, que pode ser puxada para a teia de outro sabujo como eu. Na verdade sou um sabujo, se não o fosse não abandonaria uma esmeralda. E essa esmeralda chama-se Jimaraida, nome corrompido de Esmeralda.

 

Despedi-me dela e ela perguntou-me, vais para onde? Na verdade eu não sabia para onde ia, nem quanto tempo ia ficar lá onde vou, pior do que isso, não sabia se havia de voltar. Porém o entusiasmo de outros companheiros que também se predispunham a avançar, era tão envolvente que se tornava impossível recusar o chamamento. Aliás trespassou-me a memória uma passagem bíblica que diz, muitos serão chamados e poucos escolhidos. Ora, eu podia ser um dos escolhidos.

 

Jimaraida fustigou-me com o olhar, era a única coisa que podia fazer porque eu já estava na rampa de lançamento com os motores lançados, deixando para trás uma donzela que já fazia parte de mim, não propriamente como minha namorada, mas uma amiga, uma confidente que vai merecer todo o meu respeito. Lembro-me ainda do silêncio fulminante do olhar de uma linda tigreza impotente, incapaz de me dissuadir, mesmo com as lágrimas escorrendo pelo rosto macio que eu beijava sempre como um furtivo.

 

Era um dia de chuva branda, e no derradeiro adeus Jimaraida recusou que eu a beijasse. Ainda tentei uma, duas, três vezes, mas ela esquivava, e logo percebi que não valia a pena. O beijo não se arranca a ferros, ele acontece em mútua cedência ao impulso que vem de dentro. Então ajeitei a pasta de costas, ao mesmo tempo que sentia duas forças antagónicas atuando sobre mim. Uma força puxava-me para o interior do autocarro que já tinha os motores ligados. Outra força, mais forte, puxava-me para trás onde estava Jimaraida. Chorando. Eu também chorei muito ao longo da viagem, pensando sem parar na Jimaraida. Derrotada por um incompetente. Sem dignididade de merecer o verdadeiro amor!

 

Passam pouco mais de quatro décadas desde que nos separamos. E hoje, já no fim da estrada, estamos novamente apaixonados!

terça-feira, 04 agosto 2020 08:34

Instituições Públicas Monárquicas

Um amigo - depois da sua licenciatura na área de ciências sociais - teve a sorte de responder positivamente a uma vaga de emprego numa organização da Sociedade Civil. E já com uma semana de trabalho, ele procurou-me com ares de preocupadíssimo e com alguma estupefacção à mistura. Na conversa confessou-me que bastara uma semana de trabalho para presenciar a queda de uma das lições da Faculdade, sobretudo a referente ao conceito de Sociedade Civil. Segundo ele, num piscar de olhos a definição de que a Sociedade Civil é o espaço entre a Família e o Estado foi contrariada pelo corpo dirigente da organização que era formado por membros da mesma família, nomeadamente o marido, a mulher e a filha, nas posições de director, financeira e gestora de programas e projectos, respectivamente.

 

Este episódio foi há dez anos. Relembro-o a propósito de uma nova conversa com o mesmo amigo. Foi no Domingo passado e num café da cidade. Desta vez a preocupação foi um outro fenómeno que amiúde ocorre em algumas instituições do sector público, o seu novo campo de emprego. o amigo não compreendia como é que o preenchimento de vagas, em algumas instituições do Estado moçambicano - que ele chama de “Instituições Públicas Monárquicas” -  ainda obedecia a critérios monárquicos.  E tal como na definição de Sociedade Civil, na sua primeira experiência profissional, nesta nova o amigo quase que deitava abaixo toda a sua trajectória académica. Acontece que ele aprendera de que o ao fim da última monarquia em Moçambique foi em 1895 com a prisão de Gungunhana, o  Imperador de Gaza, à mando da Coroa portuguesa. E que Portugal, a potência colonizadora de Moçambique, já em 1910, instaurara a República (que diz respeito a todos os cidadãos) na sequência do derrube da monarquia. Além disso, e mais recente, o Estado moçambicano, desde a sua independência em 1975, que é também uma República.

 

“Isto é inconstitucional” dizia ele. Um companheiro da mesa ao lado, que acompanhava de soslaio a conversa, juntou ao “Jus Sanguinis” (do mesmo sangue), o “Jus Solis” (da mesma terra), terminando com a sugestão de que na verdade o que acontece - e por défice de efectivos de cada critério -, é a ocorrência de um sistema híbrido. O amigo, vendo de que não respondia a nenhum dos critérios, e na procura incessante de alguma brecha legislativa, levantou a possibilidade de ver provincializada o conceito de naturalização, mormente a adaptação dos critérios usados na aquisição da nacionalidade. Infelizmente, por falta de tempo, uma outra e dominical tertúlia de café sediará a discussão.

 

De toda maneira, para terminar, fica a deixa do amigo: incorporar a “Provincialidade Adquirida” no leque da elegibilidade para o preenchimento de  cargos  nas  “Instituições Públicas Monárquicas” (IPM). Agora imagina, caro leitor, que as instituições do Estado, que adoptam esse tipo de filosofia, passassem  a usar, na sua denominação, a sigla  IPM no lugar de EP (Empresa Pública).  

 

terça-feira, 04 agosto 2020 07:22

Balázios na Munhava

Um projéctil voava a uma velocidade de 715 m/s, fuzilando o ar no percurso que efectuava em direcção ao alvo, que devia estar a trinta metros de distância.

 

Os populares das redondezas, alarmados com o som do fuzil, procuravam averiguar o que estava a acontecer.

 

Um agente da lei, devidamente uniformizado e empunhando uma AK 47, seguia no encalço de um civil que já se distanciava notavelmente. O polícia, quando viu que não alcançaria o exímio corredor, decidiu disparar o segundo tiro.

 

A competição, disputada numa pista de pavê, teve início no mercado da Munhava e era executada por dois indivíduos, um seguia na dianteira e outro vinha no seu encalço.

 

O som do balázio serviu de estímulo para o corredor de vanguarda acelerar o passo e alcançar a Escola Primária Completa Amílcar Cabral, e aqui se perdeu na multidão.

 

A bala ricocheteou na plataforma de um camião e perdeu a direcção inicial, seguindo um percurso incerto.

 

Estafado, o corredor perdedor desistiu. Ofegante, buscou descanso no chão de argamassa da loja de um comerciante indiano.

 

O tiro parou no corpo de um menino que voltava da escola. Antes de soltar o segundo gemido, o corpo do miúdo caiu no chão de pavê, e o sangue que jorrava do seu peito avermelhou o livro de Português da 5ªclasse.

 

O primeiro popular chegou e testemunhou a partida do menino. Em pouco tempo, outras pessoas  se juntaram para lamuriar o fatídico incidente.

 

Inquiridores descontentes desencadearam uma pequena sublevação, iniciando buscas para apurar a causa da morte do menino, que era aluno da Escola Primária Completa Amílcar Cabral.

 

Encontraram o polícia homicida e iniciaram as averiguações.

 

“Foi um acidente” – protestou o agente da lei

 

“Acidentii, estamos fartos de vocês” – imperou a voz de uma senhora.

 

A segunda razão apresentada pelo polícia para justificar o balázio mortal foi rematada com as costas das mãos de uma senhora, a cara do homem movimentou-se da esquerda para direita.

 

“Agredir um agente da autoridade é punível por lei” – determinou o homem de uniforme.

 

Outra bofetada voou e a cara do polícia Constantino balançou outra vez. Quando sentiu o caso mal parado, empunhou a sua arma, criando ainda mais a fúria dos moradores, que o espancavam por todo lado. Um ex-guerrilheiro desmontou prontamente a AK 47 e as peças do artefacto mortífero ficaram expostas no chão.

 

“Esse uniforme não serve para nos humilhar, torturar e matar” – discursou um morador.

 

Uma mão forte arrancou-lhe a camisa, deixando-o mais a merce da justiça popular.

 

Dois pilotos voltavam da “bacia”, depois brincadeiras acrobáticas junto à margem do sistema de drenagem das águas pluviais montadas pelo município. Vinham empurrando pneus com ajuda de dois paus.

 

Em nome da nova justiça social, um dos pneus foi confiscado para ser colocado no pescoço do polícia, que já tinha sido amarrado a um poste de corrente eléctrica. Tentaram incendiar o pneu, mas não conseguiram. O petróleo doado por um comerciante anónimo não serviu para iniciar a fogueira.

 

Um txopelista animado, que passava pelo local transportando um passageiro, parou e decidiu prontamente ceder uns mililitros de gasolina que tinha como reserva.

 

Longas labaredas envolveram o corpo do homicida, populares ululavam ante o espectáculo macabro.

 

Marejado de lagrimas, o larápio testemunhava o aniquilamento do agente da lei, jurou que jamais voltaria a surripiar.

 

A imprensa popular documentava o facto, fotografando e escrevendo sobre o que sucedia e difundindo nas redes sociais.

 

O corpo do menino continuava no chão coberto por uma capulana, as páginas do livro de Português ensanguentado esvoaçavam ante o vento leve que soprava nessa tarde de Quinta-feira.

Hoje, prestes a findar a 3ª prorrogação do estado de emergência, decretado por conta da pandemia da Covid-19, defendo que caso não se regresse às aulas imediatamente que se adie o ano lectivo. É melhor que o país concentre as suas energias e use o tempo necessário a preparar o regresso às aulas e nas condições que existirem com ou sem pandemia. A razão deste posicionamento é simples: por falta de condições sanitárias nas escolas a sociedade teme que o regresso às aulas é patrocinar o contágio descontrolado. Em resposta, o Governo, mormente o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, procurou criar tais condições e até marcara o passado dia 27 de Julho como a data de regresso. Uma pretensão colocada de lado pelo mais alto magistrado da nação, alegando que se estava ainda em estado de emergência e não, necessariamente, porque não existiam as condições sanitárias para o regresso. E finda a 3ª prorrogação do estado de emergência versus a criação de condições sanitárias, Quid Juris?

 

Uma nova e ordinária prorrogação legal do estado de emergência está fora de questão. Por outro lado, a criação de condições sanitárias é uma incógnita e demanda a seguinte pergunta: estará o país em condições de criar as condições sanitárias em menos de meio ano? Em caso afirmativo – sim, é possível – não se estará a passar um certificado de incompetência aos governos que precederam o actual, atendendo que em menos de seis meses o Estado consegue criar condições que não foram possíveis em 45 anos? Isto não significa deitar por terra todo o esforço empreendido até agora. Apenas, e a título de alerta, questiono até que ponto ponderar o regresso às aulas à satisfação plena das condições sanitárias é válida? Estas nunca existiram em 45 anos e nem por isso foram usadas como braço de ferro para o início, por exemplo, de qualquer ano lectivo no passado.

 

Ademais, sendo as condições sanitárias a base para o suporte da decisão pelo regresso ou não às aulas, não me parece que proceda. Aliás, quando foi da instauração do estado de emergência o argumento-base foi o de atrasar o pico da pandemia, enquanto o sector da Saúde criava as condições de resposta, e a Saúde, se não me falha a memória, já veio a terreiro afirmar que já está à altura, significando que uma vez acautelada a razão-mor, não há razões para o país continuar a manter fechados os outros sectores, em particular o da educação. Além disso, é compreensível, e por conta do défice de condições sanitárias, que se receie o contágio no regresso às aulas, mas o argumento também não cola, pois em países com melhores condições sanitárias o contágio foi uma realidade, e muitos deles, assim como não hesitaram em reabrir o ensino, voltaram a fechar. Todavia, a situação dos outros não outorga ao país o direito de deixar de lutar porque estes países, e até mais desenvolvidos, falharam.

 

De momento, avaliando a hesitação pelo regresso, o que me parece em pauta não são as condições quer sanitárias quer de resposta do sector da Saúde à pandemia, mas sim, e simplesmente, a falta de coragem. E a coragem, em algum momento, deve prevalecer sobre as condições necessárias (de luta). Foi assim em 1962/64, quando foi do início da luta armada para a libertação do país. (Cont.)`

quarta-feira, 29 julho 2020 07:49

AFINAL

“Afinal” é um advérbio usado em conclusão e resume, entre outras, por exemplo, impaciência, indignação, surpresa e até resignação. (1)

Muito se tem dito sobre nós, África, em diferentes momentos, por diferentes “civilizações”, porém, os ex-donos do mundo são os que disseram e dizem pior sobre África e africanos, de forma geral, sobre o Hemisfério Sul.

 

Não nos surpreende essa atitude porque esses mesmos pretensos civilizados estavam entre os povos atrasados do Globo, na Idade Média, normalmente tratados como bárbaros. 

 

    Foram estes bárbaros que protagonizaram as Cruzadas, a Inquisição, a devastadora Guerra dos 30 anos, as Guerras Mundiais, o Holocausto, a Colonização, etc., etc.

 

COVID-19 é uma pandemia centenária. Veio fazer o ajuste à realidade entre os humanos e a natureza e, neste processo, descobrimos que:

 

  • Afinal, os seres humanos são tão ou mais vulneráveis que os outros seres no Globo;
  • Afinal, as estatísticas da riqueza dos “ricos” não são reais e aqueles que se diziam ricos empobrecem em 90 dias; 
  • Afinal, o “conhecimento" de alguns sabichões não é sabedoria; 
  • Afinal, a “ignorância” africana está próxima da sabedoria;
  • Afinal, que qualidade de vida é essa que se deteriora em 12 semanas, ao ponto de alguns hospitais deixarem morrer alguns, para salvar outros;
  • Afinal, a cor da pele não tem virtudes;
  • Afinal, alguns hemisférios não são os privilegiados, o Planeta é redondo;
  • Afinal, o stress que costuma ser sinónimo de desenvolvimento é um retrocesso, destrói a imunidade;
  • Afinal, o nosso “empobrecimento" não é desgraça, vivemos em harmonia com a Natureza, razão pela qual, ela nos trata com benevolência; 
  • Afinal, é verdade que só verdadeiros amigos é que se fazem presentes nas horas difíceis;
  • Afinal, a Natureza destinou-nos um Continente abençoado com recursos para cada momento;
  • Afinal, tornamo-nos empobrecidos, quando liderados por pobres gananciosos, e alienados;
  • Afinal, mudar para melhor o rumo dos nossos povos depende de nós; 
  • Afinal, nem tudo que brilha é ouro;
  • Afinal, podemos e devemos viver sem a “ajuda” dos tais “doadores/sacadores”;  
  • Afinal, o Zero, Astrologia, Matemática, Anatomia, a Fé e os Livros Sagrados, Os Profetas, Agronomia, Cerâmica, etc., vieram do Hemisfério Sul; 
  • Afinal, a Malária, Cólera, Febre Amarela, a Peste, Meningite, entre muitos outros vírus, bactérias e fungos vieram do Hemisfério Norte;                   
  • Afinal, não ser “eloquente” na língua dos outros não significa ser incapaz;   
  • Afinal, os nossos líderes históricos: Nasser, Hassane-II, Nkrumah, Aristides, Neto, Santos, Kenyata, Nyerere, Kaunda, Banda, Mugabe, Mandela, Machel, entre outros, eram tradicionalistas africanos;     
  • Afinal, não fomos nem somos tão mal governados como pensávamos;
  • Afinal, a democracia é um sistema de governação política antiquíssimo, que os nossos antepassados praticaram;
  • Afinal, …,
  • Afinal, …,
  • Afinal, o leitor também tem muitas contribuições para manifestar, indignar-se e contribuir 
  • Afinal, a Luta continua…

         

        Amade Camal