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Redacção

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O ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma não se poderá candidatar às eleições de 29 de Maio, devido aos seus antecedentes criminais, decidiu a Comissão Eleitoral Independente da África do Sul (IEC na versão inglesa). Zuma era o primeiro na lista de candidatos do Partido MK a parlamentares.

 

A IEC sustentou a objecção à sua candidatura alegando que ele possui antecedentes criminais com pena superior a 15 meses. O presidente da IEC, Mosotho Moepya, disse que o partido uMkhonto weSizwe (MK) de Jacob Zuma foi informado de que ele não pode concorrer a um assento no Parlamento. Ele estava entre os oito candidatos de diferentes partidos políticos que foram contestados.

 

"No caso do ex-presidente Zuma, sim, recebemos uma objecção, que foi mantida", disse Moepya à imprensa esta quinta-feira (28).

 

De acordo com o artigo 47 da Constituição, nenhuma pessoa condenada por mais de 12 meses, sem possibilidade de multa, pode exercer cargos públicos, podendo ter direito cinco anos após o término da pena. Em 2021, Zuma foi condenado por desrespeito ao tribunal e condenado a 15 meses de pena por se recusar a testemunhar perante a Comissão de Inquérito sobre Captura do Estado, que ele criou.

 

Depois de restituído à liberdade por razões de saúde, o ex-presidente, de 81 anos, foi absolvido no ano passado, pelo resto da pena.

 

"Fomos unânimes. Estas não são questões pessoais que tratamos. É uma disposição da lei e é simples. É se a pessoa se qualifica ou não", disse Moepya.

 

No entanto, isso não significa que o Partido MK tenha sido desqualificado para disputar as eleições. "O partido não está desqualificado. É apenas um candidato de um determinado partido. Todos os partidos e candidatos que possam ficar lesados com as decisões que a Comissão tomou hoje (quinta-feira) são obrigados ou têm a oportunidade de recorrer à Justiça Eleitoral até 2 de Abril e o Tribunal Eleitoral deverá decidir até 9 de Abril para que as listas finais possam ser publicadas e depois impressos os boletins de voto para as eleições de 29 de Maio", disse Moepya.

 

A decisão do Tribunal Eleitoral não vai impedir a impressão dos votos nem o calendário eleitoral, disse Moepya. Isso porque a imagem do partido ainda estará no boletim de voto e o partido vai concorrer.

 

O Partido MK já ameaçou com violência, caso Zuma fosse impedido de concorrer às eleições. O ex-presidente foi apontado como candidato presidencial do Partido MK depois de apoiar o novo partido em Dezembro. Desde então, Zuma tem feito campanha activa contra o ANC, que liderou durante uma década.

 

A vice-presidente da IEC, Janet Love, disse estar preocupada com as declarações violentas de certos apoiantes do partido que ameaçam as eleições. Ela disse que as eleições são um processo que pertence a todos e que a integridade da votação deve, portanto, ser protegida por todos. (Daily Maverick e News24)

As autoridades estão a investigar as causas do naufrágio de uma embarcação com 11 pessoas a bordo, no rio Umbeluzi, no último sábado, que resultou na morte de uma pessoa. A mesma era operada pela Unidade Nacional de Protecção Civil.

 

“A embarcação naufragou quando fazia a ligação entre as duas margens do rio Umbeluzi, em Boane, província de Maputo, tendo em conta que a Ponte de Mazambanine encontra-se submersa, devido à subida do caudal do rio. Mas não sabemos ainda se a morte foi provocada pelo naufrágio”, explicou a presidente do Município de Boane, Jubia Bonifácio.

 

“Nas primeiras horas deste sábado, quando estávamos a desencalhar a embarcação, os marinheiros aperceberam-se de um corpo de um homem com idade entre 50 a 60 anos, sem identificação, que se encontrava por baixo da embarcação. O mais estranho é que havia coletes salva vidas, mas o corpo do falecido não portava o mesmo”, explicou.

 

Entretanto, Jubia Bonifácio garante que o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e outras entidades estão a investigar para esclarecer o sucedido.

 

Lembre-se que a Administração Regional de Águas do Sul (ARA Sul) já havia emitido um alerta, na semana finda, dando conta que, com o início das descargas progressivas da barragem dos Pequenos Libombos, estaria condicionada a travessia de Mazambanine. (M.A)

Pelo menos 1,7 milhão de pessoas em Moçambique poderão receber algum tipo de assistência humanitária este ano, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

 

Deste número, 1,3 milhão são pessoas de áreas afectadas pelo extremismo violento no norte de Moçambique e 429.623 de outras regiões do país para mitigar os riscos e impactos dos desastres naturais.

 

A informação consta do Programa Humanitário denominado “Necessidades Humanitárias e Plano de Resposta Moçambique 2024” do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) a que a AIM teve acesso.

 

“A resposta cobrirá as áreas com os maiores retornos e também apoiará os deslocados internos que não têm terra ou as pessoas que enfrentam a ameaça de despejo e as áreas que sofreram os danos mais significativos nas infra-estruturas como resultado do conflito”, lê-se no Documento.

 

O programa tem como foco Cabo Delgado, Nampula e Niassa, norte do país, por serem as províncias com “necessidades mais prementes e ao mesmo tempo que exigem a criação de condições que favoreçam os meios de subsistência e o restabelecimento de serviços e meios de subsistência essenciais”.

 

Ainda este ano, os parceiros humanitários irão rever regularmente o ambiente operacional, ao monitorar a segurança, a capacidade das pessoas para retomar a produção agrícola, o funcionamento dos mercados e a reabilitação de serviços públicos, como instalações de saúde e educação, adaptando a resposta em conformidade.

 

“Estima-se que 2,5 milhões de pessoas serão vulneráveis a desastres naturais, nomeadamente chuvas fortes, ventos fortes, ciclones, inundações e secas. As províncias de Gaza, Sofala e Tete estão em risco de seca, tendo já sido desencadeadas acções antecipadas em alguns distritos das três províncias”, aponta o documento.

 

Em 2024, serão reforçadas também as iniciativas de construção de sistemas de acção antecipada sobre secas, ciclones, inundações e cólera para facilitar a expansão de acções antecipadas para salvar vidas e reduzir o impacto dos fenómenos nas pessoas.

 

Em 2023, a ONU assistiu 1,6 milhão de pessoas na região norte de Moçambique, das quais 1,4 milhão em assistência alimentar.

 

A ajuda foi dada como forma de responder à crise provocada pelos efeitos combinados do ciclone Freddy, das inundações e do surto de cólera, organizações humanitárias prestaram assistência directa a 668,000 pessoas.

 

No global, a seca severa e a fome na África Austral deixaram cerca de 20 milhões de pessoas em situação de fome. No Zimbabwe, Zâmbia e Malawi, a situação atingiu níveis de crise. A Zâmbia e o Malawi declararam catástrofes nacionais e o Zimbabwe poderá estar prestes a fazer o mesmo. A seca também atingiu Moçambique e Madagáscar a leste e o Botswana e Angola a oeste. Há um ano, grande parte desta região foi inundada por tempestades tropicais e inundações mortais.

 

Presentemente, o mundo vive um ciclo climático vicioso: amaldiçoado por muita chuva e depois por pouca precipitação, uma história de extremos climáticos que os cientistas dizem que estão a tornar-se mais frequentes e mais prejudiciais, especialmente para as pessoas mais vulneráveis do mundo.

 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirma que existem “crises sobrepostas” de condições meteorológicas extremas na África Oriental e Austral, com ambas as regiões oscilando entre tempestades e inundações e calor e seca no último ano.

 

Embora as alterações climáticas provocadas pelo homem tenham provocado condições meteorológicas mais irregulares a nível global, há algo mais que assola a África Austral este ano.

 

El Niño, o fenómeno climático natural que aquece partes do Oceano Pacífico a cada dois a sete anos, tem efeitos variados no clima mundial.

 

Na África Austral, significa precipitação abaixo da média, por vezes seca, e está a ser responsabilizado pela situação actual. Várias agências humanitárias alertaram no ano passado sobre o desastre iminente.

 

O Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, afirmou que 1 milhão dos 2,2 milhões de hectares de milho foram destruídos. No Malawi, o presidente Lazarus Chakwera declarou Estado de Calamidade e pediu 200 milhões de dólares em assistência humanitária, enquanto no Zimbabwe, dos 2,7 milhões de pessoas afectadas nem sequer representam o quadro completo.

 

O PMA disse que está em curso no Zimbabwe uma avaliação das colheitas a nível nacional e as autoridades “temem” os resultados, sendo provável que o número de pessoas que necessitam de ajuda aumente vertiginosamente.

 

O Sistema de Alerta Prévio sobre Fome da USAID estimou que 20 milhões de pessoas necessitariam de ajuda alimentar na África Austral nos primeiros meses de 2024. Com o fracasso da colheita deste ano, milhões de pessoas em Moçambique, no Zimbabwe, no sul do Malawi e em Madagáscar não conseguirão alimentar-se adequadamente até 2025.

 

Muitos simplesmente não conseguirão essa ajuda, uma vez que as agências de ajuda também têm recursos limitados no meio de uma crise global de fome e de um corte no financiamento humanitário por parte dos governos. (AIM/AP)

As escolas da cidade e província de Maputo, que haviam sido encerradas por um período de uma semana, por conta das inundações provocadas pelas últimas chuvas reabrem hoje, devendo os alunos apresentar-se às salas de aula. Entretanto, algumas vítimas das inundações na Matola vão continuar a partilhar os espaços das escolas com os alunos.

 

Trata-se daquelas vítimas cujas casas continuam alagadas, não obstante o Edil da Matola, Júlio Paruque, ter garantido que já foram encerrados cinco dos nove centros de acomodação. Os que continuam abertos funcionam em escolas e a solução passa pela partilha de espaços entre as famílias e os alunos.

 

“Talvez as famílias terão que partilhar o espaço com os alunos até amanhã (terça-feira). Por exemplo, no caso em que as escolas têm cerca de 20 salas de aula, as famílias vão ocupar duas a quatro salas, e as restantes serão reservadas para os alunos. Enquanto isso, parte dos alunos serão acomodados em outras turmas”.

 

Refira-se que as últimas chuvas que caíram recentemente na zona sul do país, para além de levarem ao encerramento de algumas escolas na Matola, fizeram com que as autoridades encerrassem quatro centros de saúde, afectando perto de 65 mil pacientes. (M.A)

O Hospital Central de Maputo (HCM), por sinal a maior unidade sanitária do país, regista cerca de 100 casos de conjuntivite diariamente, sendo que neste momento tem um cumulativo de 1048. Deste número, 950 são casos de conjuntivite hemorrágica. Os adultos perfazem o maior número com 467 casos, 370 em crianças e 13 em idosos.

 

A informação foi partilhada esta quinta-feira (28), em Maputo, pelo Director do Serviço de Urgência do HCM, Dino Lopes.

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"Temos estado a acompanhar que há farmácias que estão a substituir os hospitais dando a medicação aos pacientes sem que tenham sido observados por um médico para saber qual é a melhor medicação para cada situação. Neste contexto, apelamos aos utentes a evitarem se dirigir às farmácias sempre que tiverem sintomas da conjuntivite para a automedicação", referiu.

 

Segundo Lopes, os casos de conjuntivite começaram a registar maior fluxo entre os dias 13 e 28 do mês corrente, com incidência em pacientes com idades compreendidas entre 14 e 60 anos, mas sem nenhum internamento.

 

Por outro lado, a Vereadora de Saúde da cidade de Maputo, Alice de Abreu, disse que desde 21 de Fevereiro já foram notificados 6.313 casos de conjuntivite hemorrágica neste ponto do país.

 

"Neste momento, temos 5.743 pacientes em acompanhamento hospitalar e 560 que já receberam alta, sendo que a maior parte dos casos são do distrito municipal KaNlhamankulu com 1.686, seguido do distrito KaMubukwana com 1.494 e KaMpfumo, 1.313".

 

Entretanto, Alice de Abreu explicou que a cidade de Maputo ainda não registou nenhum caso de complicação por conjuntivite. (M.A)

O Economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, disse que os cortes na taxa de juro poderão não surtir os efeitos desejados, nomeadamente, na disponibilização do dinheiro para o financiamento da actividade económica e famílias, porque os bancos comerciais tendem a preferir conceder crédito ao Estado, para suprir despesa pública.

 

O Banco de Moçambique tem vindo a reduzir as taxas de juros de referência no sistema financeiro nacional, com destaque para a taxa juro de política monetária, vulgo MIMO, que reduziu de 17,25% para 15,75% de Janeiro a Março deste ano. A instituição justifica o corte nas taxas com a redução da inflação (subida de preços) nos últimos meses, bem como a médio prazo.

 

“Apesar da descida da inflação, o que permitiu em Janeiro o início de um ciclo de cortes na taxa de juro da política monetária, notamos que, muito provavelmente, as condições de financiamento manter-se-ão apertadas, num contexto de pressões fiscais persistentes, e uma fraca oferta de moeda externa”, afirmou Mussá.

 

Mussá falava esta quarta-feira (27), em Maputo, durante o Economic Briefing bienal realizado pelo Standard Bank. Como tem sido habitual, o evento serviu igualmente para o banco apresentar a análise da perspectiva de evolução da economia moçambicana como forma de orientar os clientes e a sociedade em geral, na tomada de decisões empresariais.

 

“Foi notória a rápida descida da inflação homóloga, de 5% em Dezembro, para 4% em Fevereiro, e um pico recente de 13% em Agosto de 2022, altura em que a pressão dos preços dos combustíveis e dos alimentos, resultante da guerra na Ucrânia, gerou pressões inflacionárias a nível global”, disse Fáusio Mussá, na sua apresentação.

 

O Standard Bank prevê para este ano uma desaceleração do crescimento económico para 4.6%, de 5% em 2023, consistente com a manutenção de taxas de juros reais elevadas e de uma subida da inflação homóloga para 5.9% no fim do ano.

 

As previsões do Banco indicam também que, apesar da exposição do País a eventos climáticos recorrentes, poderá observar-se uma descida da inflação homóloga para níveis abaixo de 3%, em Junho, antes de iniciar uma subida sazonal no segundo semestre.

 

Durante o encontro, que teve como lema "Moçambique: Como crescer para além do gás?" foi discutido o papel dos sectores público e privado na realização de investimentos que ajudem a gerar um crescimento mais inclusivo e sustentável.

 

Na ocasião, referiu-se que o tema da sustentabilidade torna-se cada vez mais relevante, num contexto em que a transição energética para energias mais limpas sugere que os investidores enfrentarão, cada vez mais, restrições no financiamento de projectos de exploração de combustíveis fósseis. (Carta)

O Conselho Municipal da Cidade da Matola está a aplicar 250 milhões de meticais (cerca de 3,9 milhões de dólares) na reparação de estradas e vias de acesso afectadas ou destruídas durante a passagem da Tempestade Tropical “Filipo” e chuvas intensas por esta urbe do sul de Moçambique. O valor foi concedido ao governo pelo Banco Mundial e as obras serão realizadas pela Administração Nacional de Estradas (ANE).

 

A informação foi partilhada na última sexta-feira (29), na cidade de Matola, pelo presidente do município, Júlio Parruque, durante a visita que efectuou às obras de resselagem dos troços Zuid-Mutaleia e Dom Bosco, Patrice Lumumba-Matola.

 

São obras de emergência com foco em três ou quatro vias dos postos administrativos da Matola Sede e Machava.

 

“Temos a estrada que sai do Dom Bosco até Patrice. De Patrice Lumumba há uma ramificação para Singathela e outra para T-3. Temos igualmente a estrada que sai do Quilómetro 15 na Josina Machel (Socimol) e vai até ao Bairro de Nkobe que é também um ponto bastante crítico”, disse Parruque.

 

Na Matola Sede, acrescentou o edil, “temos a avenida da União Africana, conhecida por Estrada Velha, temos a que sai da Zona do Supermercado Game até Zuid que também é uma estrada muito sofrida, e temos também a avenida Joaquim Chissano”.

 

Parruque disse que exige dos empreiteiros e fiscais envolvidos nas obras, qualidade e uma maior celeridade.

 

“Nós deixamos recomendações pontuais a estes empreiteiros, primeiro a qualidade, segundo velocidade. Queremos que aumentem o número de máquinas e homens, pois temos pressa em resolver o problema das estradas, mas não pode haver “despacho” ou precipitação, o fiscal também tem de fazer o seu melhor”, disse. 

 

O edil reconhece que o trabalho não é suficiente pelo que urge mobilizar mais fundos para as obras de reparação de infra-estruturas do município danificadas.

 

“Precisamos mobilizar mais como município porque a situação é bastante desafiante, precisamos de terraplanar várias vias e atender a questão da drenagem. Estamos preocupados e a advogar a favor da Matola para termos investimento ou financiamento para as intervenções necessárias”, disse.

 

“Reiteramos que a Matola está numa situação bastante crítica em relação às vias de acesso e, nestas obras, os munícipes devem ajudar a fiscalizar”, exortou.

 

Na ocasião, o presidente do município disse que tem avançado o projecto de instalação do estaleiro municipal de obras, uma ferramenta para auxiliar no atendimento aos problemas das estradas em Matola. (AIM)

O Banco de Moçambique lançou oficialmente, em meados de Dezembro passado, a nova plataforma de pagamentos electrónicos fornecida pela norte-americana Euronet, na Rede Única Nacional de Pagamentos Electrónicos, gerida pela Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO). Entretanto, o funcionamento da nova plataforma tem sido marcado nos últimos meses por constantes falhas em ATMs e POS. Esses terminais têm andado sem sistema.

 

Há casos em que, mesmo com sistema, depois da transacção, o utente não consegue levantar o dinheiro, mas é debitado. Em transacções via POS, a não digitação do PIN por causa da nova tecnologia Contactless nos novos cartões tem também criado insegurança nos utentes que não recebem as devidas explicações do funcionamento dos novos cartões por parte dos bancos.

 

Para o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, a culpa é dos bancos comerciais que demoraram migrar para o novo sistema da Euronet. “As instituições não se ajustaram a tempo e só recentemente é que estão a abraçar este desafio das novas tecnologias para se adaptar ao novo sistema, aí está o problema”, afirmou Zandamela.

 

O Governador do Banco de Moçambique falava esta quarta-feira (27), em Maputo, depois de apresentar as decisões da segunda reunião bimensal do Comité de Política Monetária (CPMO) da instituição.

 

O novo sistema de pagamento já integra 16 bancos comerciais e três instituições de moeda electrónica, nomeadamente, o MPesa, EMola e Mkesh, que têm contribuído para a inclusão financeira, principalmente nas zonas recônditas, onde o acesso a um Banco é praticamente impossível. (Evaristo Chilingue)

O partido Frelimo, a formação política que governa o país desde a independência, reúne-se sexta-feira e sábado próximos, no Município da Matola, província de Maputo, em mais uma Sessão Ordinária (a terceira) do Comité Central, o órgão mais importante daquela organização política no intervalo entre os congressos.

 

Até hoje, ainda não é conhecida publicamente a agenda do encontro, mas sabe-se que a reunião irá avaliar os resultados das eleições autárquicas que deram vitória ao partido no poder em 60, dos 65 municípios do país. Igualmente, irá discutir a estratégia eleitoral para assegurar vitória nas VII Eleições Presidenciais e Legislativas, que se realizam a 9 de Outubro.

 

No entanto, ainda continua no “segredo dos deuses”o dossier dos pré-candidatos do partido à Presidência da República. Na última quarta-feira, a Comissão Política da Frelimo, o órgão gestor do partido, voltou a ficar em silêncio em relação ao tema.

 

Em conferência de imprensa concedida aos jornalistas no fim da reunião, a porta-voz do partido, Ludmila Maguni, voltou a defender não haver atrasos na escolha dos pré-candidatos. Disse ainda não fazer sentido que se compare o processo actual eleitoral com os anteriores, porque “cada processo é um processo”.

 

Assim, continua a ganhar forma a tese segundo a qual a Comissão Política irá “empurrar” para o Comité Central a responsabilidade de escolher os pré-candidatos que deverão ser submetidos à votação, numa Sessão Extraordinária a realizar-se em Maio próximo. O órgão volta a reunir-se entre terça e quarta-feira para aprovar, em definitivo, a agenda da terceira Sessão Ordinária do Comité Central.

 

O suspense em volta dos pré-candidatos da Frelimo é o mais longo da história desta formação política, em 62 anos de existência, que sempre elegeu seus “trunfos” com pelo menos 10 meses de antecedência. A sucessão de Armando Guebuza, por exemplo, começou a ser desenhada em 2013 e o seu sucessor ficou conhecido no primeiro dia do mês de Março de 2014, tendo tido oportunidade de fazer pré-campanha ao longo do ano e à boleia dos recursos do estado.

 

Alberto Vaquina (então Primeiro-Ministro), José Pacheco (então Ministro da Agricultura) e Filipe Nyusi (então Ministro da Defesa) foram os pré-candidatos escolhidos pela Comissão Política da Frelimo, a 7 de Dezembro de 2013, sendo que Filipe Nyusi foi confirmado sucessor de Armando Guebuza na noite do dia 01 de Março, após derrotar, na segunda volta, Luísa Diogo (candidata de última hora) por 135 votos (68%), contra 61 (31%).

 

Entretanto, enquanto a Comissão Política continua no silêncio sobre os possíveis sucessores de Filipe Nyusi, nos bastidores não pára de circular a lista dos possíveis presidenciáveis, incluindo alguns antigos adversários do actual inquilino do Palácio da Ponta Vermelha. José Pacheco, Aires Ali, Luísa Diogo lideram a extensa lista de pré-candidatos, que inclui ainda os novatos Basílio Monteiro e Celso Correia, o cérebro eleitoral do partido no poder. No entanto, o nome de José Pacheco é que ganha força nos últimos dias.

 

Lembre-se que, no calendário actual da Comissão Nacional de Eleições (CNE), as candidaturas à Presidência da República, a Governador da Província, a Deputado e a Membro da Assembleia Provincial, deverão ser entregues entre os dias 13 de Maio e 10 de Junho.

 

No entanto, as datas deverão ser revistas, assim que a Assembleia da República aprovar os projectos de revisão da Lei nº 2/2019, de 31 de Maio (eleição do Presidente da República e dos deputados); da Lei nº 3/2019, de 31 de Maio, sobre a eleição dos Membros da Assembleia Provincial e do Governador de Província; e da Lei nº 4/2019, de 31 de Maio, que define os princípios, normas de organização, competências e funcionamento dos órgãos executivos de governação descentralizada provincial. (A.M.)

A empresa pública Eletricidade de Moçambique (EDM) necessita de 6 a 7 milhões de Meticais para repor o sistema afectado pelas chuvas torrenciais, que caíram no último fim-de-semana na região sul do país, com destaque para a Área Metropolitana do Grande Maputo. Os dados foram avançados hoje pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energias, Carlos Zacarias, durante a visita que efectuou às infra-estruturas eléctricas afectadas pelas chuvas, no Município da Matola.

 

Acompanhado pelo Presidente do Conselho de Administração da EDM, o Ministro dos Recursos Minerais e Energia visitou Postos de Transformação e linhas de transporte de energia elétrica afectadas pelas chuvas, nos bairros da Machava-Bunhiç, Matlemele e Khongolote, no Município da Matola, província de Maputo.

 

Na Machava-Bunhiça, por exemplo, as águas derrubaram um Posto de Transformação, deixando cerca de 250 famílias às escuras. De modo a solucionar o problema, a EDM transferiu a infra-estrutura para uma área, considerada “segura”. As obras decorreram na passada segunda-feira, sendo que o fornecimento da corrente elétrica foi restabelecido quase pela meia-noite, após 48 horas de escuridão.

 

Em Matlemele, a chuva inundou um Posto de Transformação, facto que também obrigou a EDM a interromper o fornecimento de energia eléctrica, de modo a evitar possíveis choques elétricos. O corte forçado afectou perto de 200 famílias, dos bairros Matlemele e Nwamatibjana.

 

Com vista a repor o sistema, a empresa decidiu construir uma nova infra-estrutura em uma área alegadamente segura. Até à manhã de hoje, ainda decorriam as escavações para a implantação dos postes, porém, a EDM assegura o restabelecimento total da corrente elétrica naquele bairro até ao final do dia de hoje.

 

Outro bairro afectado pelo corte forçado da corrente elétrica é o de Khongolote, onde as chuvas abriram crateras enormes, que derrubaram um poste de média tensão que, por sua vez, arrastou parte da linha de baixa tensão.

 

Neste bairro, a cratera também causou danos na estrutura do Posto de Transformação, que está prestes a tombar. Para evitar danos avultados, a EDM interrompeu o fornecimento da energia elétrica e, hoje, iniciou com as obras de transferência do PT para uma área considerada segura. A empresa garante que, até ao final desta quinta-feira, os cerca de 150 clientes afectados pelo problemas poderão ver as suas luzes acenderem novamente.

 

Segundo o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, em geral, o sistema elétrico esteve intacto em toda zona sul, apesar da queda de alguns postes e Postos de Transformação. “Lamentamos pelos danos que foram causados”, afirmou o governante.

 

Para a EDM, a ausência de corte de energia em grande parte dos bairros da cidade e província de Maputo, assim como na generalidade dos distritos das províncias de Gaza e Inhambane, durante as chuvas do último fim-de-semana, resulta das manutenções de rotina que têm realizado a cada fim-de-semana nas suas infra-estruturas de transporte e distribuição de energia. (Carta)

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