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quinta-feira, 06 maio 2021 19:09

Sobre os estatutos dos funcionários da AR

quinta-feira, 06 maio 2021 09:29

Breve entrevista a Luísa Diogo*

- Senhora Luísa, você tentou uma vez candidatar-se a candidato a presidente da República, depois não conseguiu. Como é que se sentiu após essa derrota?

 

- A vida é composta de batalhas intermináveis. Aliás, já ao sairmos do ventre da nossa mãe, recebemos imediatamente esse aviso através da pancadinha que nos dão no rabinho, e choramos. O normal seria sorrirmos ao ver a luz do sol pela primeira vez, mas não é isso que acontece, choramos de susto e medo perante os verdugos que nos aguardam, disfarçados no imenso brilho do próprio universo.

 

- Mas qualquer batalha perdida deixa em nós uma dor!

 

- Eu acerdito que você já assistiu a grandes jogos de futebol, e nesses jogos deve lembrar-se de ter visto um grande golo marcado por um jogador genial, mas o árbitro entende anular esse tento que até pode ser de antologia. Por isso, ao entrarmos para grandes desafios, temos que contar com aqueles que têm o machado na mão, prontos para decapitarem-nos.

 

- Então sabia que podia perder naquele jogo de candidatura a candidato a presidente da República, onde pontificavam nomes avultados, não propriamente por aquilo que fizeram para o desenvolvimento do país, mas por outrios motivos!

 

- Em todas as  minhas lutas  contei sempre com o inesperado. A vida em si é inesperada. O próprio Jesus sabia que iria lhe acontecer o pior, mas veio a terra enfrentar os chacais e jamais deixou de lutar.

 

- Continua a acreditar que um dia pode vir a ser Presidente da República?

 

- O objectivo da minha vida não se circunscreve ao poder. Há várias frentes de luta, e a de presidente é apenas uma delas.

 

- Mas a Luísa Diogo queria (quer) ser Presidente da República!

 

- Há coisas que você só pode fazer tendo o poder na mão.

 

- Mas a senhora está no poder!

 

- O problema não é estar no poder. É ter o poder na mão.

 

- Há uma contradição nas suas palavras, e pela forma como fala deixa-nos perceber que afinal há uma espécie de obsessão dentro de si nesta luta!

 

- Se há alguma obsessão dentro de mim, é no sentido de que o meu desejo fervoroso é lutar para que algumas pessoas deixem de pensar que este país é deles sozinhos.

 

- É isso que lhe move na luta por ter o poder na mão?

 

- O que me move é a luta pela justiça, pelo respeito aos direitos dos cidadãos. É isso que me move.

 

- Os seus camaradas não têm conseguido isso?

 

- Eles combateram um bom combate, mas a partir de um determinado momento degeneraram, e precisam de descansar. Então precisamos todos nós, de um novo paradigma.

 

- E acha que esse novo paradigma está nas suas mãos?

 

- (Risos)

 

- Senhora Luísa, você teve momentos de pico, continua a ser uma mulher respeitada, é temida por aqueles que não querem novas luzes. Não receia que amanhã possa sair do cume onde está, para o sopé?

 

- Primeiro, não sabia que eu era temida por aqueles que não querem novas luzes, você é que está a dizer-me agora. Outrossim, nós vivemos entre os cumes e os sopés, segundo o escritor Lucílio Manjate, e eu subscrevo. Jesus Cristo foi aviltrado, achincalhado, pisado como areia, mas há uma coisa que não conseguiram tocar nele, a alma. Então se Jesus, que é uma Pessoa Grandiosa, chegou a ser puxado até ao nível do chão, quem sou eu para não ser posto a rastejar. Mas podem acreditar, a minha alma é inabalável. Continuo a acreditar na vitória dos meus propósitos.

 

- Moçambique tem futuro?

 

- Moçambique sempre teve futuro, o que acontece é que estamos ainda no alto-mar, a ser abalroados. Mas lá chegaremos, nem que seja a bordo de uma mwadia (canoa).

 

- Há quem diz que essa mwadia é a Luisa Diogo!

 

- (Risos) Nunca ouvi essa professia

 

 

* Entrevista imaginária

* Entrevista imaginária

quinta-feira, 06 maio 2021 08:47

Ecos de Afungi: reparos para a posteriedade

A TOTAL, uma empresa petrolífera francesa, suspendeu a continuação do projecto de gás em Afungi, Cabo Delgado, alegando razões de força-maior (insegurança). Da decisão seguems, em jeito de ecos e raparos, algumas e breves notas.

 

Eco 1. Por conta das consequências nefastas que advirão da decisão da TOTAL, a classe empresarial nacional veio a terreiro, e bem alto, falou da profundeza das àguas em que se viram mergulhados os empresários, apontando para um naufrágio estimado em milhões de dólares americanos. Até aqui tudo bem (mal), mas para a posteriedade fica o seguinte reparo: alguém lembra-se de gritos quando a torneira de Afungi estava a jorrar? .

 

Eco 2. Ainda na senda da suspensão, quem ainda não se pronunciou é a entidade responsável pela elaboração do “Modus Operandi” do Fundo Soberano, mormente a condução da sua fase da ascultação pública. Sobre o silêncio, e para a posteriedade, vai o reparo: será que o processo de elaboração do quadro operacional do Fundo Soberano também foi suspenso?

 

Eco 3. Na mesma semana da decisão da TOTAL , não passou despercebido o anúncio de mais uma doação (e no quadro da ADIN, Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte). Fala-se em mais de um bilião de dólares americanos. É muita massa, mas que dá muita massada (uma delas a burocrática) e pelo histórico das doações é mais um adiamento do desenvolvimento e da afirmação da soberania. Contudo, fora este entretanto, e em jeito de raparo para a posteriedade, dói que o país não possa financiar o seu desenvolvimento com fundos da sua riqueza e no lugar ter que mendigar/depender da caridade (problemática) de terceiros.

 

Certamente que existem outros ecos e reparos, mas por enquanto estes são os que me ocorrem e para a posteriedade, em jeito de fecho, vai, à francesa , o reparo-maior:“Cest la vie!”.

quinta-feira, 06 maio 2021 08:03

Velhos Riscos...Novos perigos

Risco é a probabilidade de um evento geralmente prejudicial e previsível acontecer.

quarta-feira, 05 maio 2021 08:39

Ossufo Momade pode estar equivocado

Falar sobre Ossufo Momade é falar de uma personalidade cuja uma das definições é: "Conselheiro do próprio Presidente da República de Moçambique". Quer dizer, ele tem linha verde e canais para dar o seu fio de pensamento, na mesma mesa e no momento em que quiser. E caso o Presidente Nyusi esteja ausente, há personalidades que lhe podem ouvir e colocar na bicha de espera, essa consideração. 
 
 
Há dias, vi a primeira publicação sobre ele, a fazer acreditar que, o Estado Moçambicano merece receber, acolher e colocar no terreno, tropas estrangeiras. E na mesma publicação, ele deu exemplos de há anos onde Moçambique acolheu Tanzanianos, Zimbabweanos, Sul Africanos, Russos, para combater contra a Renamo. – Pois é, até aqui, tudo (aparentemente) correcto.
 
 
Numa outra publicação, de um outro órgão de Comunicação Social, disse-se aquilo e acresceu-se que, "Caso os [rangers] da Renamo fossem (urgentemente) atrelados na Polícia e militarismo, o problema de Cabo Delgado teria já, um outro alento".
 
 
Acredito que vários outros jornais, tiveram algum acréscimo e quando estes discursos são traduzidos para jornais lidos em outras línguas, cobrem "à la une".
 
 
Quero eu deixar claro que, ao longo dos 40 meses de guerra, já entrei e sai das mesmas terras, mais de 40 vezes o que quer dizer que, teoricamente, entro e saio, uma vez por mês. E já cheguei (acompanhado de um caçador furtivo local) de dormir no outro leito de um dos rios, aonde eles dormiam, assistindo tudo e como eles convivem, ignorando insectos, repteis e apenas com um terço, câmera Canon 650D com baterias de reserva e duas diferentes lentes, geolocalizador, tudo nas mãos e ostentando a patência de Jornalista-raso. Ora, este não foi o meu único orgulho e que, o que já fiz, documento e conservo a 7 chaves.
 
 
Meu caro;
 
 
Há quem profetizou à partir da Nigéria que, a guerra contra tamarinhos, vai levar 12 anos. E faz todo o sentido quando uma centena dos capturados, são devolvidos as matas, por um Tribunal que disse Moçambique não ter em carteira, lei anti-Terrorista. Portanto, todos fizeram o retorno legal.
 
 
Aquela guerra é outra e muito estranha. Acreditaria em 50% dessa asserção dada a conhecer a imprensa, caso me dissesse, aonde eles estão ao longo deste mês de Ramadane! Para aonde e como foram se restaurar e curar as feridas? – Só isso! 
 
 
Para se vencer aquela guerra, precisa-se usar sim, o sexto sentido. Não é só guerra corporal ou com o recurso a instrumentos contundentes. Não são tidos em conta, números dos que digladiam. Há coisas que (pessoalmente) colhi e não me sentiria orgulhoso, publicar em textos jornalísticos e aparecerem "gajos" que possam fazer copy-paste ou reformularem minhas frases e colocarem em publicações chamadas "pesquisas". – E isso já aconteceu, sempre que assinamos Pinnacle News.
 
 
O único Distrito que já conseguiu repelir aqueles tamarinhos, continuam a ser os desprezíveis de Mueda. E eles, usam o sexto sentido, para o efeito. Eles têm noções de "freemason" com o recurso a raízes de árvores e plantas locais que são diferentes das de grutas de Sofala ou Manica.
 
 
Hoje em dia, conseguiram treinar crianças, estas que soubemos de que, por caráter, são impiedosas se formos a acreditar na própria história de Moçambique e questionar, que idade tinha Chipande, quando aceitou ir ser treinado e com que idade, comandou e mandou executar o primeiro tiro? – Só para exemplificar e estarmos acordados que, aqueles não são apenas pescadores, atletas de futebol 11 recreativo, garimpeiros ilegais entre outros, são uma "mix-lanea" de pessoas, caracteres, intenções e futuro incerto. Já se escreveu e comparou-se eles, dos outros que actuam no ardor. Mas, a coisa não é bem assim, meu caro líder! Eles, ao longo do tempo, usaram primeiro e apenas, facões. Depois, facões, arcos e flechas. Em seguida, facões, arcos e flechas e armas de fogo obtidas em algumas unidades. E hoje, sabe o que usam? – Chegam a clarear o ambiente, quando querem atacar nas noites. Existe pelo menos uma pistola de tiro ambientador com clarão em ambiente nocturno avermelhado, por alguns minutos e só este objeto, nem a Renamo e nem as Forças de Defesa, usaram-nas, nas guerras passadas. Portanto, precisariam de várias reciclagens práticas e teóricas, muito antes de assumir o comando.
 
 
Na guerra de Cabo Delgado, nenhum tropa vai a linha de fogo, sem primeiro, comunicar a vários dos seus superiores hierárquicos. E esse superior hierárquico, tem sempre mais um outro superior hierárquico. Motivos pelos quais, os tamarinhos chegam até as aldeias, antes de haver resposta. São raras as vezes que se vai caçar aqueles homens. E eles já o sabem! Quero dizer, na Renamo, cada homem era autônomo. Cada "ranger" actuava por conta própria. Não vou acreditar que os "rangers" iriam se misturar para esperar algum apito. E caso o fizerem é indisciplina e merece punição. 
 
 
Bom, como a ideia é sim, dar conselho ao Presidente da República, aos Moçambicanos de que, este é o melhor caminho para a vitória na guerra eminente, quereria fazer-lhe um desafio no qual, peço que concorde comigo:
 
 
1 – Peça que os "rangers" actuem e controlem único Distrito desta Província, com exceção de Palma. Palma é ainda, ovo de ouro e pé responsabilidade do Estado.
 
 
2 – Na mesa de debates, peça a Sua Excelencia Sr. Presidente para entregar cada um dos outros Distritos, à um daqueles voluntários que (ainda) quer "ajudar" Moçambique. Portanto, evacuam os actuais e redefinem-se os posicionamentos, depois de um convívio de 15 dias, em reconhecimentos e testemunhos.
 
 
São apenas duas regras e vamos esperar pela chegada do inimigo sem rosto. Aliás, opino que os "Rangers" se posicionem em Mocimboa da Praia. Levem convosco, caso tenham a luz verde, assim que duvido vos reescrever, tradutores de (kimwani, kiswahil, emakwe, emakhua, kiarab, Chimakonde), caçadores furtivos e a mim mesmo, me entrego de bandeja, por um Mocimboa da Praia o qual vi e ainda sonho. Vamos todos, usar a nossa farda e não aquela que já se confunde. Posso vos identificar pelo menos uma dezena de gente que já escapou das principais bases de treinamento e que bem conhecem as matas dos tamarinhos. – Já documentei seus depoimentos, até em curtos vídeos. Faça isso caso não, alguém abaixo de si, vai declarar que, não há condições para que se faça campanha, nas próximas eleições, neste ponto de Moçambique. Aliás, neste Abril de 2021 que vos escrevo, não vejo graça e nem vontade de haver eleições livres, justas e transparentes e quem sai a perder será sim, a sua pessoa e seus / nossos seguidores.
 
 
Antes de partirmos (já que me sinto auto-convidado), me consultem, duas maneiras de como entrar seguramente em Mocimboa, via terrestre. Outras duas maneiras pela via aérea, outras duas maneiras de entrar e penetrar pela via marítima e planos subsequentes. E caso conseguirmos, seremos os primeiros a reduzir o número dos que iriam atacar aqui e acola. Eles possuem centenas de telefones digitais obtidos de suas vítimas e são sim, rastreáveis, desde então. E vão nos doar toda a ferramenta que precisarmos para avançar! – Sabia!?
 
 
General: Guerra não é como futebol 11 onde, o perdedor, vai ter uma outra chance, num outro campo, assim que sarar lesões. – E isto, não seria um civil a lhe escrever!
 
 
Mãos a obra e Co'licença!
terça-feira, 04 maio 2021 07:56

Quando o inimigo dorme ao nosso lado!

Eram 16 horas do dia 24 de Março, numa quarta-feira do ano de 2021 quando homens fortemente armados e equipados atacaram a terra do gás e do petróleo – Palma. Um local que até a data do ataque estava amplamente guarnecido e militarizado. Mas não foi o que se viu naquele dia! A vila estava escancarada. Desprotegida e vulgarizada. Os que viveram o cenário contam como é conhecer o inferno. Ver as palavras contidas nos amuletos sagrados na prática ou sentir-se um morto ressuscitado no dia do julgamento final - mas estavam vivos – vivenciando o horror em directo!   

 

No dia 24 de Março, todos rezavam para ter asas para voar. Poderes sobrenaturais para combater ou desaparecer. O cenário era de tristeza. Os terroristas pegaram as pessoas de surpresa, numa hora que ninguém imaginava e fardados de uma forma idêntica às Forças de Defesa e Segurança, mas com lenços vermelhos e pretos amarrados na cabeça.

 

Os abutres gritavam Allahu Akbar (Deus é o  maior)hoje é hoje (…) os que não tiveram sorte foram decapitados, esfolados, esquartejados, esnobados, profanados ou queimados. Entretanto, alguns conseguiram vencer o terror correndo e nadando durante dias em busca de segurança e salvação – alguns não aguentaram,  morreram tentando!

 

Todos haviam sido surpreendidos! As pessoas corriam de um lado para outro e com várias perguntas sem resposta – como conseguiram entrar até aqui? Quem são eles? Porquê estão a fazer isso? Para a surpresa de todos, parte dos terroristas eram jovens locais. Que dias antes dedicavam-se aos serviços de moto-táxis, corte de cabelo, vendedores ambulantes cuja maioria eram provenientes de Mocímboa da Praia e nas suas discussões diziam que queriam que os terroristas entrassem em Palma para igualarem!

 

As cobras que entraram dias antes como lagartijas ou animais de estimação (como lobos em pele de cordeiro) pessoas famintas e que perderam tudo, afinal não passavam de inimigos camuflados e que chegaram meses antes como deslocados internos e foram acolhidos pelos populares que lhes deram água, comida, roupa, introduziram-lhe no interior das suas residências e deram-lhes uma esteira e cobertores para dormir – ou seja, abriram-lhes as portas e trataram-lhes como familiares, mas no dia do ataque pareciam que estavam possuídos ou acabavam de cair acidentalmente no nosso planeta.

 

O espanto é que a maior parte deles não gostavam de trabalhar e parte deles era normal negarem trabalhar nas empresas locais por alegarem que o salário era pouco e preferiam passar o tempo a jogarem futebol, dama ou cartas.

 

Os tipos já estavam infiltrados nas comunidades! Atacaram a próspera vila de Palma por dentro, porque dormiam, conviviam e comiam com a população e os militares, aguardando o dia do ataque chegar. Escolheram as pessoas que iriam matar e as infraestruturas que deveriam ser incendiadas. Alteraram a realidade plena de um povo abençoado e condenado por nascer e viver numa terra inundada pelos preciosos recursos – "gás e petróleo"…Esta é uma das faces da guerra em Cabo Delgado, onde quase sempre o inimigo dorme ao nosso lado!