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Redacção

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terça-feira, 04 dezembro 2018 03:04

Palma: vila segura mas tensa

Alguma tensão carateriza o dia-a-dia na vila de Palma, norte de Cabo Delgado, em face dos ataques dos “insurgentes” que trouxeram àquele povoado novas formas de estar. Palma está quase que em “estado de sítio” pela presença significativa de elementos das Forças de Defesa e Segurança os quais, durante a noite, “são os donos da terra”. Palma capitaliza as atenções do país por causa dos projectos do gás do Rovuma. 

Homens armados munidos de armas e catanas efectuaram no último domingo, 2 de Dezembro, mais uma incursão muito próximo da aldeia de Machava, posto administrativo de Ntamba, a 45 kms da sede do distrito de Nangade, no norte de Cabo Delgado, depois de terem emboscado um tractor do Governo distrital alugado a um agente económico para carregar castanha de cajú, disseram fontes de “Carta”. O tractor, onde viajavam 13 pessoas, caiu na emboscada, e os malfeitores decapitaram três pessoas, sendo um jovem, um velho e o condutor. As restantes 10 pessoas, trabalhadores do referido empresário local, puseram-se em fuga, escapando assim do atentado. Depois da chacina, os atacantes rumaram para dentro da mata.

Seis arrastões da empresa chinesa Yu Yi Industry Co. regressaram na passada semana a um porto de Shenzhen transportando o primeiro carregamento de pescado capturado em Moçambique. A chegada dos navios, transportando 359 toneladas de crustáceos e de peixe, foi saudada efusivamente tanto pela administração como pelo governo da zona económica especial, que orquestrou a constituição da Yu Yi Industry Co. ao autorizar a fusão da Shenzhen Hao Hang Yuan Yang Fishing Industry Co. com a Shenzhen Hai Zhi Xin Yuan Yang Fishing Industry Co., com o objetivo de revitalizar a indústria local de pesca, escreve o site SeaFoodSource.

O Vale Moçambique, a gigante brasileira de mineração, é acusada de ter destruído o cemitério de Chipanga, em Moatize, na província de Tete, à revelia das famílias com parentes sepultados no local. Essas famílias (comunidades, para usar o jargão da indústria do desenvolvimento) já reagiram, e agora exigem uma compensação. Mas há um grande impasse. A Vale justifica que a profanação de túmulos à revelia das famílias foi porque elas terão alegado que não gostavam de lembrar os momentos de dor pelas perdas. E alegou também que as pessoas já não se recordavam do local onde seus entes foram sepultados. 

Pela primeira vez, e diferentemente de muitos anos, os exames finais da primeira época de 2018 decorreram sem sobressaltos ou casos graves de fraude académica. O Director Geral do Instituto de Exames, Certificação e Equivalência no MINEDH, Feliciano Mahalambe, disse à “Carta” que, este ano, não houve nenhum exame anulado por alegada fraude como acontecia em anos anteriores.

A República da África do Sul vai desembolsar 5 biliões de Rands para compensação de mineiros da região da África Austral por doenças ocupacionais contraídas durante o seu trabalho nas minas daquele país. O valor destina-se a todos os mineiros que trabalharam entre 1965 e 2008. 

Sem nenhum mandado judicial, o Banco de Moçambique (BM) decidiu despejar as empresas Computec Lda, Emil – Computer Business Centre Lda, Tropic Lda, Syscom Lda e Alina Da Graça Manjate, as quais desenvolvem suas atividades no Prédio Cardoso, em Maputo, há mais de 30 anos. Rodrigo Rocha, jurista que se identificou como responsável do processo pelo BM disse à “Carta” que o banco central está apenas a exigir o que é seu.

segunda-feira, 03 dezembro 2018 03:32

Incêndio destrói equipamento da STV

Um incêndio ocorrido na tarde de sexta feira destruiu parte de uma central técnica do maior canal de televisão privado de Moçambique, a STV. O incêndio, cujas causas ainda não foram apuradas, aconteceu à hora do almoço, devorando servidores e equipamentos de recepção de sinais, como por exemplo sinais de transmissão de programas em directo. Jeremias Langa (Administrador para Operações) disse à “Carta” que uma avaliação preliminar colocava o valor do prejuízo nos 900 mil USD mas isso era ainda uma estimativa provisória. Logo após o sinistro, equipas de peritagem criminal e de seguros estiveram a trabalhar mais de 24 horas para apurar as possíveis causas. Só ontem à tarde é que funcionários da casa tiveram acesso ao local e tiveram a primeira noção da dimensão dos estragos. As emissões da STV estão agora a funcionar a meio gás. As transmissões estão a ser feitas com recurso ao carro-estúdio. A reposição do equipamento vai levar semanas. A estação já iniciou demarches nesse sentido. (Carta)

segunda-feira, 03 dezembro 2018 03:03

Elias Dhlakama vai concorrer

A directiva eleitoral da Renamo aprovada no seu Conselho Nacional, que terminou na madrugada de sexta-feira na serra da Gorongosa, acabou incluindo uma cláusula que permite a candidatura de Elias Dhlakama, um reservista das Forças Armadas. O  “draft” da directiva era restritivo e limitava a elegibilidade a candidatos que já assumiram funções de direcção na Renamo, como a de Secretário Geral e a de Delegado Político Provincial. Mas no fervor das discussões, foi aceite uma cláusula mais abrangente: a da elegibilidade de qualquer militante que tenha sido “combatente pela democracia”.

 

Elias Dhlakama foi guerrilheiro da Renamo durante  o conflito armado dos 16 anos em Moçambique.  Depois do acordo de Paz em 1992, Elias foi um dos militares da Renamo incorporados nas novas forças armadas, onde militou até ter passado à reserva no passado mês de Outubro. Eis o essencial do que acabou prevalecendo: qualquer candidato para o cargo (Presidente da Renamo) deve ser um cidadão moçambicano “original” (isto é, não naturalizado), que tem pelo menos 35 anos e é membro da Renamo há pelo menos 15 anos, tendo sido “politicamente ativo” durante cinco anos. Os critérios estabelecidos são os seguintes: a) "Ser combatente pela democracia"; b)Ser Secretário Geral; c) Ser membro do Conselho Nacional; d) Ser membro da Comissão Política Nacional; e) Ser membro do Conselho Jurisdicional; f) Ser Presidente de um Conselho Provincial da Renamo; g) Ser chefe de departamento nacional ou regional; h) Ser delegado político distrital ou provincial.

 

Além disso, os candidatos devem ter suas quotas pagas nos últimos dois anos e devem ser pessoas “de reconhecido mérito”.  No Conselho Nacional da Renamo participaram 70 dos 100 conselheiros e dezenas de convidados. O encontrou serviu também para marcar o Congresso do partido para os dias 15, 16 e 17 de Janeiro, que terá lugar igualmente nas montanhas da Gorongosa. As primeiras notícias sobre as decisões do Conselho Nacional da Renamo apontavam para um suposto afastamento de Elias da corrida em função de um afunilamento dos critérios. Apoiantes de Dhlakama, entre os quais Antonio Muchanga e Ivone Soares, são referidos como tendo defendido aguerridamente a necessidade de uma directiva eleitoral mais inclusiva. (Carta)

O economista chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, considera que o retorno à estabilidade económica e cambial, bem como o controlo da inflação têm contribuído para a atração de mais investidores estrangeiros ao País, que pretendem tirar proveito das oportunidades de negócio que o País oferece. Fáusio Mussá falava na quarta-feira, 28 de Novembro, durante a apresentação sobre o ambiente macroeconómico de Moçambique a uma missão empresarial sul-africana que esteve no País para se inteirar das oportunidades de investimento existentes em diversos sectores.

Para o economista do Standard Bank, há um grande entusiasmo em relação a um conjunto de sectores (energia, agricultura, recursos minerais e energéticos, entre outros), o que tem levado os empresários estrangeiros a procurar cada vez mais informações sobre o País. “Os empresários procuram informações sobre o nível das taxas de juro, sectores que oferecem maiores oportunidades de negócio, áreas em que o País precisa de melhorar e, sobretudo, o apoio que podem ter da banca local, do sector privado e do governo para implementar os seus negócios”, explicou Fáusio Mussá. Durante a sua estadia no País, a delegação empresarial sul-africana escalou a cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, para se inteirar da implementação dos projectos de gás natural, tendo, para o efeito, estabelecido contactos e parcerias com o governo e empresariado locais.

“Trata-se de projectos à escala regional e mundial e é natural que estas empresas, sendo de um país vizinho, pretendam participar na sua implementação”, disse o economista chefe do Standard Bank. O Standard Bank tem uma experiência acumulada ao longo dos 124 anos de implantação em Moçambique e é um banco com forte presença na região Austral de África. “Como banco, temos a habilidade de contactar e interligar várias empresas. Ajudamos a fazer a ponte entre as oportunidades de negócio que Moçambique oferece e as fontes de investimento”. Por seu turno, o alto comissário da África do Sul em Moçambique, Mandisi Mpahlwa, referiu que a delegação é composta por 18 empresários ligados aos sectores de energia, equipamentos eléctricos, ferroviário,  aço e manutenção de estradas, interessados em estabelecer os seus negócios em Moçambique.

 “Obtivemos informações de diversas entidades governamentais e do sector privado, tanto em Cabo Delgado como em Maputo, e a vinda desta missão empresarial acontece depois de o Governo ter lançado importantes projectos, tais como a Estratégia Nacional de Electrificação, associada ao Programa Nacional de Energia Para Todos, que, a par dos projectos de exploração de gás natural e das potencialidades em diversos sectores, despertaram o interesse dos empresários sul-africanos”, disse o diplomata. (Carta)