O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, voltou a exigir ao seu Governo, em parceria com o sector empresarial privado, que construa e modernize o recinto onde desde 2011 decorre a Feira Internacional de Maputo (FACIM), em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo. Esta não é a primeira vez que o PR lança o repto, sendo que nem água vai, nem água vem para a materialização deste projecto antigo do Governo.
“Aproveito o ensejo para apelar à comunidade empresarial e a todos os intervenientes da cadeia de produção em Moçambique na procura de uma solução definitiva para a edificação da FACIM com uma estrutura que incorpore outras iniciativas empresariais para a sua rentabilização tendo sempre presente a necessidade e a oportunidade de modernização arquitotécnica para uma nova centralidade urbana. Esta não é a primeira vez que eu chamo atenção. Digo isso porque não é preciso envolver só o Estado ou o Governo, mas também o sector privado, à semelhança do que acontece noutros países”, disse Nyusi, procedendo à abertura oficial da 58ª edição da FACIM que decorre de 28 de Agosto corrente a 02 de Setembro próximo.
O desafio que o Chefe de Estado volta a fazer deve-se ao facto de a FACIM realizar-se nas tendas, por falta de infra-estruturas próprias para acolher as exposições. A construção de infra-estruturas permanentes em substituição das tendas é um projecto do Governo de há vários anos. Até princípios de Setembro de 2017, a Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX) já tinha planeado lançar o concurso para a selecção do investidor.
O concurso só foi lançado nos últimos 24 meses, mas em Julho último, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, disse que durante o processo de selecção nenhuma empresa foi suficientemente qualificada e, como consequência, o Executivo pretende para breve lançar novo concurso.
“Foi lançado um concurso público internacional. Nós queremos uma FACIM moderna, com padrões internacionais que concorra com qualquer outra feira do mundo. Tivemos a apresentação de propostas que depois nas fases seguintes não tiveram qualificação necessária. Estamos neste momento a trabalhar no sentido de identificar outros parceiros. Faremos em breve o lançamento de outro concurso e buscaremos entidades que estejam interessadas na construção de infra-estruturas e gestão da FACIM”, afirmou Moreno.
Enquanto não for possível construir edifícios próprios, a FACIM vai continuar a realizar-se em tendas. A 58ª edição da FACIM conta com 2.5 mil expositores e 25 países confirmados. Desse número, pouco mais de dois mil expositores são nacionais e 450 são estrangeiros. Neste ano, participa pela primeira vez a República Democrática de Congo. (Evaristo Chilingue)
É quase a oficialização da morte, já anunciada, do mais badalado sistema automático de cobrança de tarifas no transporte urbano de passageiros na área metropolitana de Maputo. O polémico e falhado sistema de bilhética electrónica, conhecido como “famba”, introduzido pela Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT), será auditado e avaliado nos próximos dias.
De acordo com um anúncio publicado esta segunda-feira pelo jornal Notícias, a auditoria será realizada por consultor a ser contratado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, no âmbito da implementação do Projecto de Mobilidade Urbana na Área Metropolitana de Maputo (que abrange os municípios de Maputo, Matola, Boane e Marracuene), financiado pelo Banco Mundial, no valor de 250 milhões de USD.
O anúncio de pedido de manifestação de interesse nº 26/CONS/MMAUMP/2023 refere que a auditoria e avaliação do sistema de bilhética deverá “identificar as necessidades de melhoria do modelo de concessão e contratação em vigor, incluindo alternativas tecnológicas e de software; tarifários aplicáveis; gestão bancária e financeira; regimes contratuais com operadores e prestadores de serviços; e outros aspectos de interesse do passageiro, numa óptica de «sistema de tarifa ponto a ponto»”.
Igualmente, os auditores deverão identificar mecanismos e iniciativas para tornar “Famba” mais atractivo para os utentes e operadores de transportes públicos na Área Metropolitana de Maputo.
Lembre-se que o sistema de bilhética electrónica foi introduzido em Fevereiro de 2021, com objectivo de modernizar o processo de cobrança nos transportes urbanos de passageiros, porém, foi abandonado pelos passageiros em menos de dois meses por apresentar falhas no seu funcionamento, com destaque para o emblemático “falta de sistema” e a duplicação e/ou triplicação de cobranças das tarifas.
O projecto, sublinhe-se, foi anunciado em Agosto de 2019, e estava a ser implementado pela empresa tanzaniana Maxcom Africa PLC, num investimento avaliado em 1.400.905.602,00 Meticais. Aliás, a Maxcom Africa PLC, que venceu a concorrência do consórcio moçambicano Sir Comércio Internacional e BCI; da CC Investimento, SA; do Consórcio ITC-Works; e da SA Transit Connect, num concurso bastante polémico, previa implementar o sistema de bilhética por um período de 10 anos, tendo falhado em menos de seis meses.
Em Julho do ano passado, o Governo chegou a prometer subsidiar os passageiros que utilizam o sistema de bilhética electrónica, como forma de minimizar o impacto da subida da tarifa de transporte, porém, o projecto morreu antes mesmo de nascer, visto que o cartão “famba” já estava descontinuado. (Carta)
O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, exortou esta segunda-feira (28) aos empresários a acabarem com subornos pela melhoria do ambiente de negócios e da economia em última análise. Nyusi fez a exortação na abertura da 58ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM).
“Vamos também combater a incidência de subornos e corrupção. Às vezes reclamam corrupção porque vocês andam a subornar, porquê? Porque estão a fazer isso? Subornam para fazer mal e depois começamos a reclamar que a economia não está a andar. Não podemos permitir isso”, exortou o PR.
Para além do combate à corrupção, Nyusi falou da necessidade de garantir segurança combatendo o terrorismo e os raptos para atrair mais investimentos para a economia. “É verdade que o cenário [de raptos] melhorou muito em termos de estatística, estive ontem a ver os dados, mas nós não queremos [raptos]. Estamos a trabalhar no sentido de garantir a segurança porque ninguém tem que ter medo de investir e produzir em Moçambique”, disse o Chefe de Estado.
Com vista a tornar o ambiente económico mais atractivo, o Chefe de Estado apontou a necessidade de acabar com a morosidade na tramitação de procedimentos em trocas comerciais entre as empresas. Nyusi falou ainda da necessidade de melhorar a qualidade da administração fundiária, garantindo maior credibilidade, transparência na resolução de disputas sobre o uso e aproveitamento da terra, pois há muitos conflitos que retraem os investidores.
A FACIM tem como foco a exposição de bens e serviços, a capacidade produtiva dos agentes económicos, a promoção do potencial económico, oportunidades de investimento e negócios, dos diversos segmentos do sector empresarial nacional e estrangeiro.
Antes de proceder à abertura oficial do evento, Nyusi levou perto de quatro horas a visitar os vários stands dos expositores, onde para além de ver os produtos expostos interagiu com os empresários.
Minutos antes de discursar, Nyusi testemunhou ainda a premiação de diversas empresas que se destacaram em 2022 na exportação de produtos moçambicanos, com destaque para a Vulcan; Montepuez Ruby Mining e Jindal no sector minério. Foram igualmente premiados a Petróleos de Moçambique (PETROMOC), Mozal, Electricidade de Moçambique (EDM) e Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) como melhores exportadores na categoria de maior exportador para mercados preferenciais. O PR felicitou a todos os galardoados.
A 58ª edição da FACIM que decorre em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo, vai até ao dia 02 de Setembro e conta com 2500 expositores e 25 países confirmados, segundo dados divulgados pelo Presidente Nyusi e não 3400 conforme avançou à ″Carta″ a Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX) no último domingo. Desse número, pouco mais de dois mil expositores são nacionais e 450 são estrangeiros. Neste ano, participa pela primeira vez a República Democrática do Congo. (Evaristo Chilingue)
A cifra é 14% superior à produção planificada para o período
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), uma das maiores produtoras independentes de energia de África Austral alcançou, no primeiro semestre de 2023, uma produção hidro-energética de 8.013,6 GWh, uma cifra que supera o plano de produção semestral em 14,8% e em 0,6%, se comparado com o período homólogo de 2022.
A HCB está na fase final de preparação para a implementação de projectos de reabilitação e modernização do seu parque electroprodutor que terão impacto multiplicador na sua performance de produção, ao mesmo tempo que colocou em carteira a perspectiva de realização de projectos de produção de energia, de curto e médio prazo, através de fontes alternativas, com destaque para a construção de uma central fotovoltaica de até 400MW, com possibilidade de evoluir no futuro.
A longo prazo, a empresa está a conduzir reflexões estratégicas com vista a reactivação do projecto Cahora Bassa Norte, para atender a crescente demanda energética de Moçambique e da região, face a crise que se vem assistindo.
Em relação aos recursos hídricos da Albufeira, a HCB encerrou o primeiro semestre de 2023, com armazenamento em 92,5% do seu volume útil.
Este armazenamento corresponde a cota da superfície de água na Albufeira de 324,5 metros em relação ao nível médio das águas do mar, e afigura-se satisfatório para garantir a produção orçamentada até o final do ano, estimada em 14.291,6 GWh.(Carta)
A empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) lançou, na semana finda, a CFM Logistics, uma afiliada virada ao negócio de exploração de petróleo e gás natural liquefeito em Moçambique. Na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa Agostinho Langa Jr., explicou que a criação da CFM Logistics surge na sequência da orientação estratégica do Governo para a empresa envolver-se em toda a cadeia de produção, logística e venda desses recursos energéticos.
Langa Jr. fundamentou que a decisão do Governo teve em conta o core business da CFM bem como as descobertas de importantes reservas de gás natural na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado e que se juntam ao potencial em produção na zona Sul, na região de Pande e Temane, província de Inhambane, que colocam o país na posição de um dos maiores produtores mundiais de gás natural liquefeito.
“A indústria do petróleo e gás constitui um dos pilares para o progresso nacional, gerando um crescimento progressivo da economia e mais riqueza para os moçambicanos. Diante deste cenário, após avaliação interna e diálogo com os clientes e parceiros, a CFM encontrou na CFM Logistics a resposta à orientação do Governo para a participação e envolvimento na indústria de petróleo e gás, como um actor relevante, fazendo o que melhor sabemos fazer, que é a logística e manuseamento portuário”, sublinhou o PCA da CFM.
Perante gestores públicos das áreas de transportes e comunicações, petróleo e gás, bem como de economia e finanças, Langa Jr. explicou ainda que, com a CFM Logistics, a empresa mãe tem a oportunidade para expandir e diversificar o seu escopo de actividades, renovar os seus serviços e construir novas infra-estruturas ou reabilitar e ampliar as já existentes para atender às necessidades e à demanda de logística nessa indústria.
“A CFM Logistics é, no nosso entender, a resposta aos desafios que são continuamente apresentados pelas Concessionárias, contratadas, sub-contratadas e demais parceiros. Na verdade, os vossos desafios constituem uma oportunidade para a CFM Logistics. É uma oportunidade de vos oferecer soluções personalizadas e dedicadas aos desafios que enfrentam no quotidiano”, sublinhou o gestor.
Por seu turno, o Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, reforçou que o lançamento da CFM Logistics surge da necessidade de garantir a participação de actores nacionais, desde estatais até privados nos negócios de exploração de recursos naturais para gerar benefícios para os próprios moçambicanos.
“É a visão do Governo que as oportunidades geradas pela implementação dos grandes projectos no país devem gerar benefícios para os moçambicanos, pelo que encorajamos que todos os ramos de actividade económica nacional, quer as empresas detidas pelo Estado, quer o sector privado, devem se estruturar para tirar maior proveito da exploração desses recursos”, afirmou Tonela. A CFM Logistics é uma empresa que tem uma administração independente da CFM. (Carta)
A maior feira do país, a Feira Internacional de Maputo-FACIM 2023, arranca hoje em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo e até este domingo (27) contava com cerca de quatro mil expositores e 25 países confirmados, segundo dados da Agência para a Promoção de Investimento e Exportações (APIEX). Desse número, três mil são expositores nacionais e 450 estrangeiros. Segundo a APIEX, a 58ª edição da FACIM poderá contar com 50 mil visitantes nos seis dias de trabalho. Neste ano, participa pela primeira vez a República Democrática de Congo.
A abertura oficial da feira será dirigida esta segunda-feira, pelo Presidente da República Filipe Nyusi. A FACIM tem como foco a exposição de bens e serviços, a capacidade produtiva dos agentes económicos, a promoção do potencial económico, oportunidades de investimento e negócios, dos diversos segmentos do sector empresarial nacional e estrangeiro.
A APIEX é a instituição que há anos lidera o processo de mobilização a nível interno e externo de várias entidades públicas e privadas, incluindo países para participarem de forma massiva na FACIM e aproveitarem a oportunidade para exporem o seu potencial económico, explorar oportunidades de negócios, parcerias, entre outros.
Procedendo ao lançamento, há uma semana, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno explicou que a 58ª edição da FACIM será realizada em formato presencial, abrangendo todos os sectores de actividade económica à escala nacional e internacional, com destaque para as actividades desenvolvidas por micro, pequenas e médias empresas.
Segundo o Ministro da Indústria e Comércio, a presente edição introduziu algumas inovações com vista a tornar o evento mais atractivo. Destacou a introdução do Pavilhão da Lusofonia, reservado aos Estados membros desta Organização exporem as respectivas potencialidades de negócios e investimentos; País de Honra: País convidado especial da Edição devendo participar com uma Delegação Empresarial de alto nível. Na edição de 2023, coube à Itália essa designação; Província de Honra: Província convidada especial da Edição, com direito à participação de um grande número de expositores e delegação de alto nível. Na presente edição, coube à Província de Cabo Delgado.
O governante destacou ainda o Pavilhão do Sector Agrícola e Pecuária: Espaço reservado à exposição de projectos e iniciativas estruturantes do sector, sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER); Pavilhão do Desporto: Espaço de promoção da massificação do desporto e indústria desportiva sob a responsabilidade da Secretaria de Estado e Desportos (SED); e Exposição sobre Inteligência Artificial e Robótica: espaço reservado para instituições de Ciência e Tecnologia em preparação da participação de Moçambique na Expo 2025.
Ainda no âmbito do lançamento, o Presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, disse que, para o sector privado, a 58ª edição da FACIM irá incidir nas acções necessárias para a modernização dos processos de negócios e na concepção de alternativas viáveis para criar robustez no sector empresarial e garantir uma contínua recuperação económica sustentável.
Assim, continuou Vuma, com base nos resultados da XVIII edição da CASP realizada Junho último, este ano a CTA participa na FACIM promovendo exportações e trocas comerciais, através do “Canto do Exportador”, que se pretende que seja o lugar mais visitado da feira e se espera também que seja um espaço onde grande parte das parcerias seja fechada. A edição de 2023 da FACIM decorre sob o lema “Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional”. (Evaristo Chilingue)